10 exploradores modernos que foram além dos limites

Por , em 3.03.2013

Esta é uma época dura para exploradores: não há mais áreas em branco no mapa, nem cadeias de montanhas a mapear, ou mesmo vastidões desconhecidas de oceanos e mares. O ser humano já esteve em todos os lugares do globo, já fotografou tudo com satélites, até as áreas mais remotas e inacessíveis.

Mas os aventureiros ainda não estão extintos, embora sejam uma espécie ameaçada. Sobrou a eles adaptar-se aos novos tempos e avançar novas fronteiras, que estão no próprio ser humano. Confira:

10. Gary Connery, o pioneiro de roupas voadoras

Em 23 de maio de 2012, Gary Connery saltou de um helicóptero a 731,5 metros de altura, e um minuto depois pousou, a 128 km/h – sem paraquedas.

A roupa para “voar” é projetada para permitir ao seu usuário planar por quilômetros, até o pouso, momento em que normalmente ele abre o paraquedas. Gary Connery decidiu que o paraquedas era dispensável, e saltou sobre um monte de caixas de papelão.

Aos 42 anos, Gary já fez mais de 1.350 saltos. Você provavelmente já o viu, mas sem perceber: Gary é dublê e coordenador de dublês, e já participou de filmes como Indiana Jones, Batman Begins, e a última adaptação de Sherlock Holmes. Em outras palavras, quando o script pede por um Batman voando, o Gary entra em cena.

9. Geoff Mackley, o caçador de tempestades

Geoff Mackley é fotógrafo. Para registrar suas imagens, ele vai onde nenhum ser humano quer estar: bem no meio de desastres naturais. Ele já conseguiu registrar mais de 70 fenômenos incluindo tsunamis, furacões categoria 5 e incêndios florestais. Onde você encontra pessoas correndo para salvar a vida, vai encontrar também Geoff Mackley correndo na direção oposta, com sua câmera.

Em 2010, ele e sua equipe subiram a cratera do Vulcão Marum, em Vanuatu, durante uma erupção. Ele desceu quase 460 metros abaixo da borda da cratera dentro de uma roupa térmica para registrar as imagens de lava borbulhando e espirrando bem perto dele.

8. Guillaume Nery, o mergulhador radical

“Freediving” é como mergulhar, mas sem os tanques de oxigênio. O mergulhador prende o fôlego o tempo todo em que está debaixo d’água, geralmente enquanto compete pelo mergulho mais profundo. Isto pode significar prender o fôlego por 15 minutos ou mais, enquanto nada e experimenta alterações extremas de pressão no corpo.

Guillaume Nery é provavelmente o freediver mais influente do mundo, tendo quebrado seu próprio recorde em 2006 ao mergulhar a profundidade de 109 metros (o recorde atual é de 124 metros, de Herbert Nitsch).

Em 2010, Guillaume Nery mergulhou no Dean’s Blue Hole, que, com seus 203 metros, é a caverna vertical submarina mais profunda conhecida. Devido à sua profundidade, ela rapidamente muda da cor azul claro para completamente negra. O vídeo acima mostra Nery flutuando para o fundo arenoso e então escalando a parede rochosa para voltar à superfície.

7. Alex Honnold, o escalador sem corda

Com 27 anos, Alex Honnold é o escalador sem corda mais prolífico do mundo. A escalada sem corda é, como diz o nome, escalada de rochas, de preferência paredes verticais, sem o uso de cordas ou qualquer outro equipamento, além de um saco com pó de giz.

Em 6 de setembro de 2008, Honnold subiu desta forma a face noroeste do Half Dome, uma das rochas mais famosas do Parque Nacional Yosemite (EUA), uma distância vertical de 600 metros.

Em 2012, ele voltou ao Yosemite e escalou dois outros picos, escalando uma altura de cerca de 2.000 metros em pouco menos de 19 horas.

6. Robbie Shone, o fotógrafo de aventuras

6

“Spelunking” é o nome do esporte de explorar cavernas subterrâneas, e reúne extremistas como Robbie, que já viajou por todo o globo, de Bornéu a Papua Nova Guiné, para encontrar as cavernas mais remotas e bizarras, enquanto carregava quilos de equipamento fotográfico na esperança de capturar “a imagem perfeita”.

Com enchentes, quedas, soterramentos e labirintos subterrâneos, o esporte de Robbie pode ser incrivelmente perigoso. Por conta disso, ele toma muitas precauções, apesar de escalar pontos incomuns para fazer suas fotos. E os perigos nem sempre vem das cavernas, como ele conta sobre sua viagem de três meses na Papua Nova Guiné: “Uma sanguessuga grudou no meu olho por alguns dias. Tentamos fazer com que ela saísse usando carne crua e sal”.

5. Felix Baumgartner, o paraquedista espacial

Felix Baumgartner, que planejava quebrar um recorde mundial, aparentemente quebrou três. Em 14 de outubro de 2012, ele bateu os recordes de mais alto salto de paraquedas, mais alto voo de balão tripulado, e velocidade máxima fora de um veículo, quebrando a barreira do som a 1.356 km/h.

O salto de Baumgartner aconteceu na estratosfera, 39 km acima do nível do mar. Ainda não era o espaço, que começa oficialmente a 100 km de altura, mas a altitude, três vezes maior que a de voos comerciais, exigiu o uso de roupas pressurizadas para o proteger da atmosfera tênue e das temperaturas congelantes.

4. Dan Osman, o escalador rápido

Dan Osman foi um dos pioneiros da escalada sem corda, mas a levou a um nível totalmente diferente. Ele não só escala centenas de metros sem uma corda, como também o faz o mais rápido possível. O documentário Masters of Stone IV, sobre escalada de rochas, mostra Dan Osman fazendo uma escalada rápida do Bear’s Reach, um penhasco na região do lago Tahoe, na Califórnia.

Em apenas quatro minutos e vinte e cinco segundos, Dan Osman escalou 120 metros de rocha vertical. Ele praticamente correu sobre a rocha, e em alguns momentos simplesmente saltou sobre o vazio. Infelizmente, sua natureza aventureira causou sua morte em 1998, quando uma corda partiu durante uma queda livre no Parque Nacional Yosemite. Ele continua sendo uma inspiração para milhares de pessoas e entusiastas da escalada até hoje.

3. Ed Stafford, o explorador do Amazonas

O rio Amazonas tem cerca de 6.400 km, começando na cordilheira dos Andes e chegando ao Oceano Atlântico depois de cruzar pela região mais perigosa e inexplorada do planeta. No caminho, acumula água e se torna o rio mais largo (240 km na sua foz) e com maior volume de água do mundo.

Em 2008, Ed Stafford começou a descer o rio Amazonas a pé, e só terminou depois de dois anos, se tornando a primeira (e por enquanto, única) pessoa a descer o rio a pé, desde sua nascente.

Ed carregou feijão e arroz para se alimentar, e comprava alguns itens em vilarejos pelo caminho, bem como pescava piranhas. Durante a viagem, ele encontrou anacondas, crocodilos, contraiu algumas doenças tropicais, e até mesmo foi capturado por uma tribo indígena – tudo isto enquanto avisava ao mundo sobre o desmatamento da selva amazônica.

2. Lynne Cox, a nadadora da Antártida

2

Lynne começou a receber atenção na década de 1970, quando bateu o recorde de travessia mais rápida do Canal da Mancha – recorde que ela obteve duas vezes em dois anos seguidos. Em 1987, ela se tornou a primeira pessoa a atravessar o Estreito de Behring, do Alasca até a União Soviética, nadando mais de duas horas em águas geladas que tem a temperatura de 4°C nos melhores dias. Estava tão frio, e ela ficou exposta por tanto tempo, que teve que ser fechada em uma câmera aquecida para que seu corpo voltasse a temperaturas mais seguras.

Em 2003, ela quebrou um recorde que eclipsou todos os seus outros recordes e conquistas. Usando apenas uma roupa de natação e óculos, ela nadou 1,96 km nas águas da Antártida, ficando 25 minutos em água fria o suficiente para matar alguém em apenas 5 minutos.

1. Erik Weihenmayer, o aventureiro cego

Provavelmente a pessoa mais inspiradora desta lista, Erik Weihenmayer perdeu a visão aos 13 anos. Mesmo depois disso, se tornou montanhista, escalador de gelo, ciclista de longas distâncias e esquiador. Em 1995, ele escalou os 6.190 metros do Monte McKinley, e dois anos mais tarde escalou o Klimanjaro. Em 2001, se tornou a primeira pessoa cega a escalar o pico do Everest.

E não ficou apenas descansando sobre os louros de suas conquistas. Weihenmayer também trabalha com adolescentes cegos no Tibet, levando-os a pequenas expedições de escalada em um projeto chamado Climbing Blind (“Escalado às Cegas”, em tradução livre). Atualmente, ele está treinando para aprender a guiar um caiaque baseando-se no som das corredeiras e na sensação da água correndo por baixo dele. Seu plano é descer o rio Colorado, no Grand Canyon.

Bônus: Luigi Cani, o paraquedista do menor paraquedas do mundo

O brasileiro Luigi Cani, 43 anos, é um paraquedista radical. Ele já mergulhou do alto de paredões usando uma roupa voadora, e bateu vários recordes, entre eles o de velocidade em queda livre (532 km/h).

Por conta de sua performance como paraquedista, ele foi contratado pelo exército dos Estados Unidos entre 2008 e 2010 para treinar tropas de elite, e atualmente produz vídeos de esportes radicais, além de participar de programas de aventura.

Luigi já radicalizou com um paraquedas não muito maior que uma toalha de praia, o Icarus JVX-37, que lhe deu o recorde de salto e pouso com o menor e mais veloz paraquedas do mundo, e também o recorde mundial de velocidade com paraquedas de alta performance.[Listverse]

5 comentários

  • Thel Martins:

    Muito do que ta ai eu não faria nem a pau KKKK

  • Caio Góis:

    Interessante a matéria, mas não existem crocodilos na amazônia.

  • Renato Vasconcelos:

    Mas esse Luigi Cani deve saltar com 1/3 duma paraquedas normal mesmo, pelo seu tamanho q é metade do normal…rsrs

  • Thales Guill:

    Muito legal a matéria!

  • Arthur Araujo:

    Faltou o Wim Hof, ele quebrou vários recordes de resistência no gelo, e ainda realizou experiências com controle do sistema imunológico.

Deixe seu comentário!