10 incríveis formas de comunicação animal

Por , em 10.03.2016

Grunhidos e rosnados não são suficientes para expressar o tanto de informação que os animais gostariam. Por isso, eles desenvolveram muitos outros modos não convencionais de comunicação. Por exemplo:

10. Assobiar


O cão-selvagem-asiático, também conhecido como dhole, é um animal extremamente adaptável e surpreendentemente resistente, vivendo em regiões alpinas do Himalaia a florestas tropicais em Java.

Os dholes vivem em bandos de 5 a 12 indivíduos. Eles são carnívoros sociáveis e, por vezes, formam grandes grupos de 30 membros. Diferentemente de seus parentes (lobos, chacais, raposas), dholes empregam um único modo de comunicação: assobios. Como cada animal comanda até 90 quilômetros quadrados de terra, eles contam com sons que viajam bastante para conversar com seus amigos canídeos através de grandes distâncias.

O arsenal verbal dos dholes inclui uma variedade de apitos e gritos agudos. Além de perguntar “e aí, tudo bem?”, esses assobios desconcertantes são usados para coordenar ataques em grandes presas, como búfalos e renas.

9. Cantarolar


Pesquisadores têm observado recentemente que gorilas machos desfrutam de uma boa refeição cantarolando uma melodia. Este comportamento foi observado em primatas em cativeiro, mas não em gorilas selvagens.

Essa forma de comunicação é mais exibida por machos dominantes como uma chamada para o jantar. Através da melodia, o líder do grupo decide os horários de refeição e chama sua “turma” para a mesa.

Chimpanzés e bonobos provaram ser comedores ruidosos também. Pesquisadores podem até discernir a estrutura social primata com base nos membros mais barulhentos. Os menos hierárquicos são mais ruidosos, já que não há nenhum controle para os planos de jantar.

Cantarolar também pode significar um primata feliz. Gorilas têm um alcance vocal decente e combinam zumbidos variados em melodias contínuas. Estas melodias soam mais altas quando um gorila encontra seus alimentos favoritos.

8. Cheirar cocô

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Rinocerontes brancos possuem péssima visão. Para complementar seus olhos ruins, a evolução dotou-os com um nariz agudo, que eles usam para cheirar as pilhas de cocôs deixadas por amigos e rivais. Sim, o cocô é como um cartão de visita para os rinocerontes. Ou como um Facebook.

Um rinoceronte branco pode gastar apenas 20 segundos cheirando um troço familiar, mas todo um minuto se a pilha for de um estranho. Esses animais majestosos de fato costumam manter pilhas de esterco gigantes, muitas vezes revisitadas e atualizadas. Isso serve para marcar o território e também para informar, através de sinais químicos, coisas como status e condição de saúde. As fêmeas também deixam para trás o cheiro da fertilidade.

7. Formar frases com sons alarmantes

Nas florestas tropicais do sudeste do Brasil, vive um macaco do Novo Mundo conhecido como titi ou sauá (Callicebus nigrifrons). Esse animal está entre um grupo seleto que sabe sintaxe e pode combinar diferentes unidades de idioma para formar “frases”.

Os chamados dos titis são alarmes para avisar os coleguinhas de dois tipos de perigo: terrestre e aéreo. Uma chamada que sobe de tom sinaliza um caracara (falcão), e uma chamada que cai de tom significa felinos rondando os pés de árvores.

Os cientistas até testaram colocar os dois predadores de uma só vez em uma reserva natural no Brasil para tentar enganar os macacos, mas os animais se adaptaram rapidamente através da criação de novas chamadas, misturando avisos aéreos e terrestres para indicar ambos os predadores.

6. Fazer chamadas em ultrassom

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Os társios são pequenos primatas do Sudeste Asiático que mudaram muito pouco nos últimos 45 milhões de anos. Os nascidos na Borneia e Filipinas são especialmente quietos, perto de outros tipos notoriamente fofoqueiros. Eles abrem a boca como se fossem falar, mas não sai nenhum som.

Logo, os pesquisadores criaram a hipótese de que todos os társios são igualmente tagarelas, mas alguns fazem sons inaudíveis – ou seja, usam uma comunicação na faixa de ultrassom.

Um estudo indicou que eles fazem chamados de 70 kilohertz, bem acima do limite humano de 20 kilohertz. Impressionantemente, a faixa audível desses animais estende-se a 91 kilohertz. Essa “conversa privada” é excelente para os primatas, uma vez que predadores são incapazes de os ouvirem e portanto os localizarem.

5. Fazer cliques para chamar outros pelo nome


Baleias são muito sociáveis. As cachalotes do Caribe, inclusive, vivem em unidades familiares pequenas e dão nomes umas às outras.
Depois de estudar mais de 4.000 chamadas gravadas de 2005 a 2010, pesquisadores descobriram que os indivíduos nas famílias cachalotes usavam uma combinação única de cliques (“codas”) como um nome audível.

Além de cliques para os nomes, as baleias também usavam sons para se referir a todos os membros. No entanto, os pesquisadores não eram capazes de discernir estas chamadas menos específicas, porque elas não variavam como os nomes. Estes sinais mais amplos são aparentemente úteis quando grupos se separaram.

Baleias também empregam codas regionais mais inclusivos, que provavelmente significam algo como “Olá, eu sou também uma baleia”.

4. Fazer movimentos para comunicar sua vontade e fazer prevalecer a democracia

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Um estudo do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica descobriu que bisontes europeus são extremamente democráticos.

À primeira vista, a comunicação entre bisonte parece muito primitiva. Eles bufam e produzem ruídos guturais, mas principalmente contam com feromônios para ditar suas relações carnais. Foi surpreendente, então, notar que esses grandes animais são capazes de votar, embora reservem esse processo para a mais crítica das decisões, como o que almoçar.

Ao escolher um novo campo para pastar, os bisontes inclinam seus corpos na direção que gostariam de explorar. Gradualmente, orientam-se a seus destinos preferidos até que um membro excepcionalmente intrépido faz um movimento. Se seus colegas concordam, o rebanho vai seguir e todos ficam felizes. Se não, o rebanho se separa por um curto tempo, mas eventualmente sucumbe às regras da maioria. No final, o líder com o maior número de seguidores, muitas vezes uma fêmea, vence a “votação” e o rebanho todo se reúne.

3. Fazer contato visual para botar medo

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O contato visual é um comportamento primata comum, mas os cientistas pensavam ser único a seres humanos, macacos e seus parentes taxonômicos. Até que, alguns anos atrás, descobriram que gralhas protegem seu território com um olhar malvado.

Normalmente, as aves não fazem isso. Seus olhos não são posicionados para encarar ou olhar fixamente. Mas gralhas são especiais. Em vez de construir casas, elas fazem ninhos em cavidades naturais de árvores que se tornam escassas em áreas com populações densas. Assim, as aves se metem em muitas brigas quando perturbam cavidades que já foram reivindicadas.

No entanto, como membros da família do corvo, gralhas também são engenhosas. Para evitar as brigas, usam seu olhar gangster para dissuadir potenciais babacas de roubar seu ninho.

Diferentemente da maioria dos pássaros com olhos pretos ou castanhos opacos, gralhas têm íris brilhantes e claras. Para verificar se seus olhos eram mesmo usados na comunicação, pesquisadores da Universidade de Cambridge colocaram em 100 caixas uma de quatro figuras: um rosto de gralha comum com olho brilhante, um rosto de gralha com olho preto, um olho de gralha preto ou marrom opaco, ou um olho de gralha brilhante característico. Consistentemente, as gralhas evitaram as caixas contendo rostos de olhos brilhantes.

2. Fazer sapateado para comunicar interesse


A ave canora conhecida como peito celestre de cabeça azul ou cordon-bleu é tão boa dançarina que a gente nem sabia que ela podia dançar.

Sus pés velozes movem-se rápido demais para a detecção humana. Por um longo tempo, pensava-se que suas danças eram uma forma estranha de polichinelo ornitológico. Os movimentos dos pés foram descobertos inesperadamente quando pesquisadores da Universidade de Hokkaido estudaram o processo de corte do cordon-bleu a 30 quadros por segundo e, em seguida, a 300.

Cientistas sugerem que o sapateado é mais um elemento percussivo no ato que os machos usam para atrair amantes, que inclui canções e malabarismo. As fêmeas respondem também dançando para seus pretendentes, embora com menos intensidade. Já os machos gerenciam até 200 passos em um período aparentemente impossível de cinco segundos.

1. Usar luz polarizada como sinalizador de encrenca

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Os olhos do camarão mantis se parecem mais com satélites do que com nossos olhos. Eles são equipados com até 16 receptores de cor, enquanto seres humanos possuem só três. Mesmo assim, a visão de cores do camarão mantis é surpreendentemente pobre em comparação com outros animais.

Por outro lado, seus olhos possuem um sistema incrivelmente sofisticado para detectar a luz ultravioleta. Camarões mantis têm acesso a luz polarizada circularmente, uma incrível capacidade que os seres humanos podem emprestar um dia para detectar células cancerosas. As células doentes refletem a luz de uma forma que células saudáveis não fazem. O tipo certo de sensor pode prematuramente detectar o brilho revelador inerente aos tecidos malignos.

Mas como isso serve ao animal? Os camarões são marcados com padrões que são visíveis apenas para aqueles que também veem luz circularmente polarizada, ou seja, outros camarões mantis. Quando precisam escolher uma toca, esses animais optam por uma que não reflete luz polarizada circularmente, o que significa que já não é habitada por outro camarão mantis. Essa é uma boa ideia visto que esses bichos são muito agressivos. [Listverse]

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