12 motivos pelos quais os robôs vão dominar o mundo

Por , em 18.12.2014

Nós, seres humanos, podemos ser bastante frágeis e imperfeitos, uma percepção que é muito mais desanimadora quando consideramos o potencial incrível dos robôs. Listamos abaixo 12 motivos pelos quais eles ganham fácil, fácil deste grande grupo de carne que nós somos, mas, antes de começarmos, é importante ressaltar que foi adotada uma abordagem normativa para esta análise.

Por uma questão de simplicidade, foi assumida uma espécie de status quo entre os seres humanos, em que os nossos descendentes futuros tenham optado por fugir das tecnologias de aprimoramento. Claramente, se nós tomarmos o caminho transumano para o futuro, nossas mentes e corpos aprimorados tecnologicamente corresponderiam melhor aos de robôs. É possível até que nos integremos com eles.

Dito isso, nós ainda não sabemos o quão seguras, eficazes e acessíveis as tecnologias de aprimoramento humano serão – além de também não sabermos se elas serão socialmente sancionadas.

O desenvolvimento de tecnologias robóticas, por outro lado, não apresenta sinais de declínio. Caso nós, humanos, permaneçamos os mesmos, é bem possível que eles nos dominem de acordo com os exemplos listados abaixo.

12. Produção em massa e autorreplicação


É mais fácil construir robôs do que fazer seres humanos. Atualmente, os robôs têm que ser concebidos e construídos por nós, mas isto está prestes a mudar com a introdução de sistemas totalmente automatizados, capazes de fabricar outros robôs na linha de montagem. Embora ainda em seus estágios primitivos, os pesquisadores do Laboratório de Robótica Modular da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, já desenvolveram um robô que pode construir outros robôs com espuma de spray.

Robôs do futuro também serão capazes de se reproduzir, coisa que o matemático John von Neumann se referia como máquinas de autorreplicação cinemática. Pesquisadores da Universidade de Oslo, na Noruega, já desenvolveram robôs com três membros que podem produzir suas próprias peças e se adaptar a novos ambientes. Já Matt Denton, da empresa Robosavvy, desenvolveu um robô hexápodo equipado com uma ferramenta de corte que lhe permite formar várias peças de máquinas – incluindo, concebivelmente, suas próprias peças. Tendo em conta que estes são desenvolvimentos iniciais, e dado o tempo que leva para produzir e criar um ser humano (para não mencionar os custos), é razoável supor que poderia, eventualmente, chegar a um ponto em que os robôs nos superariam.

11. Transferência de mentes de um robô para outro

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Robôs serão capazes de mudar seus corpos à vontade. É uma vantagem que os seres humanos simplesmente não possuem (deixando de lado tecnologias de upload de mente). Em um futuro distante, os robôs serão capazes de transferir, ou fazer upload, de suas mentes digitais de um robô para outro. No caso de um destes corpos automatizados falhar, tornar-se obsoleto ou inadequado para uma determinada tarefa, haverá sempre um outro disponível.

E, como demonstrado pelos Cylons ficcionais de “Battlestar Galactica”, um robô poderia temporariamente fazer upload de sua mente para a nuvem, em caso de um desastre ou falha de sistemas massivos. As perspectivas de back-up, upload e download do espírito digital sugerem que os robôs serão capazes de sobreviver indefinidamente.

10. Inteligência avançada

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Mentes digitais ou híbridas serão muito mais robustas e especializadas do que as dos seres humanos.

Nossos conjuntos intrínsecos de habilidades cognitivas foram forjados – e restringidos – pelas exigências da evolução, mas um cérebro robótico poderia ser projetado para se sobressair em qualquer número de tarefas arbitrárias. Robôs poderão calcular melhor e mais rápido do que os humanos, terão habilidades superiores de reconhecimento de padrões, extensões de atenção ilimitadas e memória infalível.

9. Atualização mais simples

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Robôs também terão melhorado o acesso aos seus estados físicos e cognitivos internos. Vai ser fácil para nós atualizarmos os robôs, mas eventualmente eles conseguirão fazer isso por si próprios.

O futurista David Orban, membro conselheiro e do corpo docente da Singularity University, nos EUA, disse que os robôs terão um acesso muito mais profundo do seu estado físico e dos seus processos de pensamento.

“A partir do momento em que se formou a primeiro civilização agrícola, nós, seres humanos, levamos 10 mil anos antes de sermos capazes de começar a entender nossa composição biofísica, psicológica e cognitiva”, diz, explicando que ainda estamos começando a entender nossos processos cognitivos e a programação da nossa mente. “Mas os robôs vão ter uma enorme vantagem sobre nós. Abordagens de código aberto vão ser aplicadas a sua constituição física e programação, o que nos permite acelerar o seu design. Mas essas mesmas ferramentas também estarão disponível para eles. Em vez da luta de 10 mil anos enfrentada pela humanidade, os robôs serão capazes de adquirir conhecimento quase instantâneo de seu desenvolvimento físico e cognitivo”.

Consequentemente, as máquinas vão melhorar mais rápido do que os seres humanos e se adaptar mais rapidamente a novos ambientes e desafios.

8. A ausência de predisposições psicológicas evolutivas

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Ao contrário de nós, os robôs não vão ser atrasados pelo legado dos “sistemas operacionais” cognitivos de répteis e mamíferos e os vários problemas associados a eles.

A menos que sejam explicitamente programados para isso, os robôs não vão ficar agitados ou entediados, ou passar por mudanças repentinas de clareza mental e humor. Eles não vão ficar emocionalmente abalados ou ter tendência a vícios. E talvez o mais fundamental: eles não vão experimentar angústia mental ou dor física.

7. Necessidades energéticas drasticamente reduzidas

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Os robôs provavelmente exigirão menos do meio ambiente do que os seres humanos e precisarão de menos recursos para funcionar. Isto irá permitir que se tornem muito mais produtivos e rentáveis que os humanos.

O futurista James Miller, autor do livro “Singularity rising” (“Ascenção da singularidade”, em tradução livre), explica que o nosso processo de conversão de alimentos e oxigênio em enegia é ineficiente comparado ao que os robôs poderão fazer. “Se o salário de uma pessoa será capaz de comprar eletricidade suficiente para ‘alimentar’ dezenas de trabalhadores robôs inteligentes, quem irá nos contratar?”, questiona. “E uma vez que os robôs não precisam comer ou respirar, eles não terão que se preocupar em preservar o meio ambiente e assim poderão despejar seus resíduos industriais gastando muito menos”.

6. Potencial de superioridade moral

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Os robôs também poderiam ser programados para ser moralmente infalíveis, ou pelo menos para serem tão morais quanto possível – dadas as complexidades da tomada de decisão moral. Ao contrário dos humanos, os robôs imbuídos de um código moral pró-social poderiam exercer extrema consistência e previsibilidade.

J. Storrs Hall, autor de “Beyond AI: Creating the Conscience of the Machine” (“Além da inteligência artificial: criando a consciência da máquina”, em tradução livre), explica que pessoas que estudaram a moralidade humana no contexto da ética da máquina, apontam que os humanos são praticamente inúteis quando a ética está envolvida.

“Nós sempre iremos mentir, enganar, roubar e atirar primeiro. Por que isso faz dos robôs melhores? Porque eles podem confiar uns nos outros e nós não podemos. Porque robôs iriam cooperar e os seres humanos iriam discutir, brigar e apunhalar uns aos outros pelas costas. Porque robôs seriam moralmente melhores do que nós”, afirma.

Curiosamente, os robôs podem provar sua fidelidade para os seres humanos nos mostrando seus estados mentais. De acordo com Miller, eles poderiam fazer promessas credíveis simplesmente revelando o seu código fonte para nós.

Tudo isso sendo dito, Patrick Lin lembra a possibilidade de que os robôs possam ser programados com nenhuma ética que os limite.

5. Imunidade a funções biológicas prejudiciais e onerosas

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Ao contrário dos humanos, os robôs não serão afetados pelo envelhecimento, ou pelo menos não da mesma maneira que nós somos. Eles nunca terão que se preocupar em comer e poderão entrar em um modo de hibernação durante longos períodos de tempo, se necessário.

Eles não vão ficar doentes, com fome, com sede, de ressaca ou terão que fazer frequentes pit-stops no banheiro. E, com sua imunidade a doenças, vírus e toxicidade, os robôs serão ideais para missões de resgate em áreas contaminadas.

4. Telepatia tecnologicamente ativada

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Os robôs também poderão ter uma comunicação perfeita de mente para mente, seja utilizando algum tipo de protocolo sem fio, a web ou a sua própria Internet colaborativa. Eles terão a capacidade de se conectar, trabalhar e colaborar uns com os outros ao longo de uma infosfera superinteligente – ou máquina de ecologia – que ultrapassa de longe as capacidades humanas.


De um modo semelhante, as máquinas também serão capazes de se auto-organizar e colaborar em configurações semelhantes a de enxames de abelhas.

No início deste ano, por exemplo, pesquisadores da Universidade de Harvard (EUA) criaram o primeiro enxame de mil robôs. Ao dirigir comandos para bots individuais com uma luz infravermelha, os pesquisadores conseguiram que robôs minúsculos se organizassem autonomamente em várias formas, como uma estrela de cinco pontas ou a letra K. No futuro, a capacidade de colaborar e criar algo maior do que a soma de suas partes vai realmente distinguir robôs dos humanos.

3. Morfologias dinâmicas

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Os seres humanos vêm basicamente em uma configuração física padrão. O mesmo não pode ser dito para os robôs, que podem ser construídos em qualquer tamanho – desde nanoescala microscópica indo até a miríade de formas e tamanhos limitados apenas pelas leis da física.

Eles também vão ser feitos de materiais avançados que lhes permitem mudar suas formas de maneira dramática. Hoje, os robôs já assumem muitas formas físicas, incluindo alguns que se assemelham a aranhas, aves, cães, leopardos, cobras e até mesmo bolas.

2. Exploradores espaciais superiores

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Em um artigo na “Pegasus”, revista da Universidade Central da Flórida, nos EUA, o astrônomo Daniel Britt argumenta que o espaço é difícil para seres humanos, e que os robôs são a chave para a futura exploração espacial, já que nós somos “pesados, frágeis, sujos, vulneráveis, exigentes com o ambiente e temos uma baixa tolerância para o ambiente espacial (ou seja, a radiação de alta energia, calor e frio extremos etc)”.

Isso somado às despesas de manter a vida humana e a nossa tendência em não arriscá-la exigem grandes quantidades de dinheiro e imensas equipes de apoio para monitorar todos os aspectos da vida diária durante uma missão espacial tripulada.

“No fundo, não há escolha real entre exploração humana e robótica do espaço, no entanto. Ambos são sinérgicos e mutuamente dependentes”, pondera Britt. “A exploração robótica é necessária para permitir a exploração humana, definindo o contexto, fornecendo informações críticas e reduzindo o risco para os seres humanos”.

No ritmo que as coisas estão, os robôs devem herdar o cosmos. Isto é, a menos que nós projetemos nossa nave espacial para acomodar o corpo humano, incluindo o advento de tais coisas como escudos de radiação, gravidade artificial e biosferas funcionais e sustentáveis. Ou, ainda, recorramos à engenharia para produzir astronautas humanos com tecnologias genéticas, cibernéticas e nano.

1. Dispensabilidade

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Segundo a maioria dos padrões éticos e morais, a vida de um ser humano é de valor infinito. O mesmo deve ser dito sobre uma máquina consciente ou um robô imbuído de todas as características funcionais de uma pessoa.

Mas um robô, sem um mínimo de autoconsciência – quer se trate de um robô construído para desarmar bombas ou um android altamente avançado – simplesmente não garante tal designação, e como tal pode ser considerado dispensável. Além de seu status como propriedade de alguém, um robô sem uma mente tem tanto prestígio moral quanto uma pedra (ou, para não forçarmos tanto a barra, quanto o seu computador). Consequentemente, os robôs descerebrados poderiam ser usados (e já estão sendo) para sacrificarem-se. Isto é bom em situações como missões de resgate perigosas, mas é também bastante assustador quando consideramos o potencial desta característica no campo de batalha. [io9]

10 comentários

  • Gabriel Peres:

    e se transferissemos nossa memoria para o robo? seriamos mais fortes, nao precisariamos comer etc.
    issoso levaria a vantagem

    • Dinho01:

      Muitas pessoas (inclusive eu) achariam uma aberração viver em um corpo artificial.

    • Rafael Sales:

      esse deve ser o nosso mio para a vida “eterna”.

  • Dinho01:

    E se os robôs acharem que somos um perigo para o Planeta?Não seria o caso de se parar com essa história de Inteligência Artificial?

    • Stefan:

      Só quem nunca viu o código fonte de um IA fala isso
      Eles não pensam !! Eles só seguem comandos preestabelecidos (Algoritmo)

    • Cesar Grossmann:

      Se a IA tem capacidade de aprender, então o comportamento pode se tornar imprevisível com o tempo.

  • jose lucio f mazzoni:

    crie um robô a sua copia e destrua seu corpo humano.

  • vitorbap:

    A imagem da sétima razão, é de qual filme/série? POR FAVOR!

  • rodolfo andrello:

    C3PO curtiu isso.

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