Conheça o esporte radical parahawking

Por , em 22.10.2009

parahawking
Parahawking

Se você está achando que a sua opção de turismo para as próximas férias está um pouco tediosa, que tal voar com parapentes com a ajuda de falcões e urubus? Parece bizarra a mistura de parapente com falcoaria, mas por 147 dólares (aproximadamente 300 reais), uma empresa de turismo do Nepal oferece este insólito passeio.

Embora a cidade de Pokhara, no Nepal, não tenha as mesmas opções culturais de Katmandu, capital do país, foi lá que esta incrível opção de turismo se instalou, depois do parapente tradicional já ser uma opção comum na região. O esporte é uma forma de voo não motorizado que utiliza o mesmo princípio de voo de muitos pássaros, que utilizam bolsas de ar quente para se manterem planando.

Pokhara é quase um paraíso para o mercado de parapente: a latitude e o clima local fornecem ventos confiáveis para a atividade durante sete meses seguidos. Além disso, o local tem uma das visões de alguns dos lagos e montanhas mais belos do país.

O início da atividade

Scott Mason era apenas mais um aventureiro quando chegou ao Nepal, há oito anos. Um dia antes de ir embora do país, ele resolveu experimentar um voo com o parapente, e notou que no local havia muitas aves de rapina. Apaixonado por esses pássaros desde a infância, Mason se perguntou se seria possível treinar os pássaros para ajudar os pilotos nas bolhas de ar.

Depois disso, ele passou o resto da temporada em Pokhara, aprendendo a pilotar o parapente e criando técnicas para ensinar as aves a voar ao lado dos aventureiros. E foi assim que Mason desenvolveu o parahawking – mistura de parapente com “hawk”, falcão, em inglês.

Para as aventuras com o parahawking, é necessário utilizar um par de asas para o parapente, uma luva resistente de couro e um punhado de carne de búfalo crua. Os dois acessórios extra são utilizados para dar recompensas aos pássaros, que pousam para receber a carne e até voam ancorados no braço das pessoas.

Atenção à natureza

Todos os pássaros usados na atividade foram resgatados de ninhos destruídos ou de confinamento, e foram reabilitados para voltar à natureza. Mason afirma que seu objetivo é devolver o máximo de pássaros ao seu habitat natural, e trabalha com organizações que ajudam nestas questões.

Durante os passeios, Mason diverte seus clientes, mas não deixa de alertá-los quanto ao risco que estes pássaros estão sofrendo. De acordo com ele, nos últimos 20 anos ocorreu uma diminuição de 98% em três espécies de abutres na Índia, no Paquistão e no Nepal. A causa do problema é o diclofenaco, um medicamento antiinflamatório utilizado em gado. Quando os abutres se expõem à substância ao se alimentar da carcaça dos animais, morrem por não conseguir processá-la.

Os efeitos desta diminuição, alerta Mason, são intensos. Os abutres fazem parte de um nicho ecológico crucial, pois são os “faxineiros” da natureza, se alimentando das carcaças de animais antes que elas possam causar doenças a humanos ou outros animais. Sem esses pássaros, o gado fica ao ar livre apodrecendo, podendo espalhar doenças.

Porém, por mais importantes que sejam à natureza, essas aves e seu estilo de vida têm uma reputação macabra, dificultando a simpatia pelos animais. Mason afirma tentar mostrar, através do parahawking, o lado mais gentil e poético destes pássaros. “Fico chateado que as pessoas parecem se interessar mais em salvar animais ‘fofinhos’, como orangotangos e pandas”, desabafa.

Não deixe de conferir um incrível vídeo que mostra trechos de várias viagens com urubus e falcões abaixo. [SFGate]

1 comentário

  • Rosan Garcia:

    Show!!!
    Parabéns pela notícia!!!
    Adorei tudo!!!

    Como faço para voar neste lugar maravilhoso? Qual a cidade que tenho que chegar? Há lugares bons para ficar? Podemos alugar parapente ou temos que levar o nosso?
    Forrrrrrte abraço
    Sucesso!!!

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