5 horrendas realidades da vida diária que foram deixadas de fora dos filmes

Por , em 15.07.2015

Quando assistimos filmes como Gladiador, Coração Valente e outros, as épocas passadas parecem tão interessantes, nobres e significativas, não é mesmo? Dá até vontade de voltar ao tempo para passar uns dias em um castelo medieval como uma donzela ou um cavalheiro. No entanto, muitos dos horrores da vida diária no passado simplesmente são omitidas nessas obras. Como…

5. Ir no banheiro era um interminável show de horror

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Qual é a pior coisa que você já encontrou em um banheiro? Uma surpresa flutuante? Uma aranha gigante?

Parabéns! Você não teve que suportar nenhum dos horrores de um vaso sanitário romano. Eles eram praticamente armários de pedra úmidos e terríveis, além de terem todo tipo de vida que adora rios de cocô. O pior, no entanto, era que seu bumbum podia literalmente pegar fogo durante uma evacuação, por causa das emanações de metano desenfreadas do local.

Os romanos rabiscavam encantamentos mágicos nas paredes de banheiros para manter os demônios que eles culpavam por essas chamas longe. Alguns tinham a imagem de Fortuna, a deusa da sorte.

E então a Idade Média chegou, e as coisas ficaram ainda piores. As populações medievais cresceram e as pessoas começaram a viver em bairros cada vez mais e mais próximos, de forma que lidar com toneladas de excrementos se tornou um problema enorme.

Habitantes às vezes cavavam fossas em seus quintais, que podiam se espalhar pelas propriedades dos vizinhos e causar brigas tremendas que, presumo, levavam à morte. Uma inglesa chamada Alice Wade criou uma espécie de sistema de tubulação de madeira que corria debaixo de várias casas e jogava seus excrementos em uma rua. Seria bastante engenhoso, se ninguém usasse a rua e se o tubo não tivesse ficado inevitavelmente obstruído e começado a feder por toda a vizinhança.

Claro, haviam pessoas ainda piores que nem sequer se preocupavam com fossas ou sistemas de canalização improvisados. Algumas faziam suas necessidades onde quer que estivessem, mesmo dentro de um edifício. Os pisos eram raramente (ou nunca) limpos, portanto, fezes, lixo e outras delícias se acumulavam em massa nos locais.

Um estudioso descreveu os chãos como abrigando “expectoração, vômitos, o vazamento de cães e homens, excrementos de cerveja, pedaços de peixe, e outras abominações que não são dignas de ser mencionadas”. A solução para se livrar deste coquetel de horror era simplesmente adicionar novas camadas de juncos para encobrir a sujeira no chão.

Castelos se saíam um pouco melhor do que os bangalôs plebeus, porque muitas vezes tinham esgotos que corriam debaixo das tábuas de madeira. A única falha neste projeto é que a madeira tende a apodrecer, e um rio de bactérias diretamente sob o assoalho não para esse processo. Há relatos de pessoas mergulhando através do chão e se afogando no fundo de um poço de merda líquida abaixo.

4. Mesmo o menor defeito poderia te excluir da sociedade

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Você teve acne quando era adolescente? Talvez alguém na sua família tem psoríase? Se assim for, você está apenas alguns séculos de distância de uma vida como um pária deformado.

Não importa o que você veja em Game Of Thrones e Vikings, manter a pele com uma aparência saudável é algo que requer MUITOS produtos e conhecimento modernos. Ainda hoje, podemos desenvolver uma abundância de condições, manchas e outras características desagradáveis, mas pelo menos podemos tratá-las com cremes, remédios, ou até, se chegar nesse ponto, cirurgia plástica.

Não tanto nos dias de ontem. Por exemplo, no caso da psoríase, ela é agora uma condição tratada de forma relativamente simples, mas, no passado, poderia ser uma sentença de morte. As manchas escamosas e grossas de pele que vêm com a doença eram frequentemente atribuídas erroneamente a lepra. Isso automaticamente colocava a pessoa em isolamento do resto da sociedade, assumindo que ela pudesse viver – na França do século 14, por exemplo, pessoas com pele ruim podiam ser executadas.

Nem vou comentar da sífilis, então. Doença particularmente desagradável que apodrece a carne (do nariz, em particular) e cheira como morte, a sífilis se espalhou tão rápido ao longo dos continentes que deve ter parecido uma praga bíblica. Com o golpe duplo de ser contraída através de relações sexuais e compartilhar determinados sintomas com doenças divertidas como a lepra, havia sempre uma boa chance da pessoa acabar um pária social severamente deformado (visto que a única opção na época era ou usar uma máscara ninja ou fazer um tratamento cirúrgico antigo que terminava de matar as pessoas com mais frequência do que curava qualquer coisa).

3. Desemprego destruia sua vida

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Não ter um trabalho é ruim em qualquer época – desemprego sempre vem com estigma social. Mas se você decidir viajar alguns séculos pra trás sem trazer consigo quaisquer habilidades de trabalho, você não tem ideia do que te espera. Dica: envolve chicotadas.

Por exemplo, na Inglaterra do século 16 estar desempregado era praticamente uma ofensa criminal. Como as pessoas sem emprego muitas vezes tinham de vagar de cidade em cidade para encontrar trabalho, eram vistas como vagabundas. A punição: serem amarradas e chicoteadas até sangrar. Em 1547, a lei foi alterada de modo que, em vez de serem chicoteadas, as pessoas também podiam ser marcadas como gado e forçadas à escravidão. Olha só que beleza.

Em 1600, foram aprovadas novas leis que até recompensavam a captura de vagabundos. Em um ponto, a recompensa era mais ou menos igual ao valor de uma semana de salário para um trabalhador não qualificado (será que os “vagabundos” caçavam uns aos outros?).

Em alguns casos, o governo prestava assistência aos pobres, o que soa como uma coisa boa até você perceber que, se usasse essa ajuda, era forçado a usar um distintivo com a letra “P” bordada nele. Dessa forma, todos saberiam que pedaço de inutilidade você era. A recusa em usar o distintivo levava a uma multa equivalente a um salário de duas semanas. Salário que você não tinha, aliás. E provavelmente nunca teria, já que podia ser escravizado.

Espere um segundo! Soa quase como se os caras ricos realmente não queriam motivar os desempregados a começar a trabalhar, e sim apenas queriam uma desculpa para chicoteá-los e escravizá-los. Ah, não, né? Estamos provavelmente apenas sendo paranoicos.

2. Brigas de faculdade transformavam-se em batalhas mortais

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Estamos todos familiarizados com o que universitários bêbados modernos são capazes de fazer. Mas não importa o quão ruim as coisas fiquem, pelo menos eles não atacam ativamente pessoas com espadas como costumavam fazer no século 13 em Paris (às vezes chegam perto, eu sei).

Não estamos falando de simples duelos entre dois desentendidos. Estamos falando de batalhas campais que deixam dezenas de mortos.
Por exemplo, em 1229, grupos de estudantes hospedados em uma espécie de pousada ficaram bêbados e começaram a discutir com os proprietários sobre o preço do vinho. O desacordo escalou até que os estudantes e os proprietários entraram em uma enorme briga e o pessoal todo da cidade precisou vir em auxílio dos proprietários.

Os universitários não estavam a ponto de ser constrangidos por uma gentalha sem educação, então voltaram no dia seguinte com mais um monte de estudantes, todos armados com espadas. Depois de destruir jarros de vinho, eles tomaram as ruas e atacaram todo homem e mulher aleatórios com quem se deparavam. E este tipo de evento não foi único, nem raro.

Na época medieval da Universidade de Oxford (sim, a mesma), estas miniguerras eram, na verdade, praticamente rotina. Um dos incidentes mais famosos aconteceu em 1355, quando um grande motim ocorreu pouco antes do Dia dos Namorados. Mais uma vez, o catalisador foi vinho, embora a luta tenha sido sobre sua qualidade em vez de preço.

Depois de um estalajadeiro xingar um grupo de estudantes mamados, os sinos das igrejas da cidade tocaram para chamar o povo às armas. Sim, é isso mesmo que você entendeu – a igreja de Oxford tocava sinos para reunir o corpo discente no campo de batalha. Quando a poeira baixou, 30 moradores locais de Oxford e 63 estudantes foram mortos.

1. Especiarias eram tratadas como narcóticos

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No mundo antigo, sal, pimenta e outros temperos eram difíceis de encontrar, e impérios inteiros foram construídos para controlar seu “contrabando”. Especiarias também eram frequentemente utilizadas como moeda.

Você pode ter aprendido na escola que eles usavam esses produtos para conservar carne, mas essa não é a história toda. O comércio de especiarias era basicamente como o tráfico de heroína hoje.

As pessoas começaram a acreditar que as especiarias podiam curar ou prevenir todos os tipos de doenças aleatórias, e as usavam em rituais religiosos. Logo, toda a posição social foi baseada em grande parte no tipo e quantidade de tempero que as pessoas eram capazes de exibir na hora das refeições.

A Idade Média chegou a níveis malucos nesse aspecto. O casamento de um duque em 1476 ostentou 175 kg de pimenta, 93 kg de açafrão, 92 kg de canela, 129 kg de gengibre, 47 kg de cravo e 37 kg de noz-moscada. Esse monte de especiarias foi usado puramente para mostrar o quão rico os noivos eram.

Nesses tempos, os europeus costumavam vasculhar o mundo para seu abastecimento. Os nativos do arquipélago das Ilhas Banda foram impiedosamente abatidos quando os britânicos e os holandeses lutaram pelo controle sobre as especiarias do local. Lá era o único lugar onde se encontrava noz-moscada, e na época pensava-se que ela podia curar a praga. Ao todo, mais de 6.000 pessoas foram mortas na busca por algo que polvilhamos na nossa gemada hoje.

Na verdade, estamos sendo bonzinhos ao comparar esse comércio com o de drogas pesadas – na Roma do século 3, 450 gramas de gengibre valiam cerca de 18,5 anos de salário de um artesão. Hoje, o cidadão só tem que economizar seis meses para conseguir um quilo de cocaína. Essa valorização durou bastante tempo. Quando os visigodos saquearam Roma no século 5, eles exigiram um resgate de 1.360 quilos de pimenta para liberar a cidade. [Cracked]

2 comentários

  • PAKONE:

    muita coisa interessante na historia antiga como nao poderia deixar de ser no futuro tbm escreveram sobre nosso cotidiano

  • Anilson Tadeu Martins:

    Na verdade a historia nos deve muito mais informações !

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