8 motivos pelos quais o mundo não está tão ruim quanto parece

Por , em 18.11.2016

Os problemas do mundo nunca estiveram piores, correto? É pobreza, doença, guerra e intolerância. Esses problemas realmente existem, mas é interessante fazer um exercício de perspectiva para avaliar se eles estão piorando, se estão estacionados ou se já houve uma melhora geral. Vamos lá:

8. Vivemos na era de maior paz já registrada

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Apesar de ataques terroristas, assassinatos brutais, estupros e brutalidade policial apresentados constantemente no noticiário, estamos vivendo em uma época de relativa paz quando comparado com a história da humanidade.

Nossa história antiga é incrivelmente violenta, com genocídios, guerras e conflitos constantes entre diferentes grupos. Baseados em evidência arqueológica, pesquisadores acreditam que na fase inicial da civilização, 15% das mortes eram por assassinato.

As coisas melhoraram conforme o tempo foi passando. Hoje, a taxa global de homicídio é mais baixa do que nunca. Durante o período de 2000 a 2012, por exemplo, houve um declínio nas taxas globais, com queda de 17% (de 8 para 6,7 assassinatos a cada 100 mil habitantes).

O Brasil, infelizmente, tem a nona maior taxa de homicídio das Américas, com 32,4 mortes por 100 mil habitantes. O Chile e Argentina, por outro lado, têm respectivamente as taxas de 4,6 e 6.

Mesmo assim, a taxa global mais recente ainda representa apenas 0,006% de homicídios, muito menos que os 15% que tivemos há alguns séculos.

7. Há mais igualdade do que nunca

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Apesar de ainda haver muita coisa a ser melhorada em termos de direitos humanos, já estamos muito melhor do que há dois séculos. Pela primeira vez na história, nenhum país no mundo tem escravidão legalizada.

Mesmo a tolerância racial, que ainda tem tanta coisa a ser trabalhada, é a maior já observada. Há cada vez mais países com leis que protegem a população de etnias minoritárias.

A igualdade de gênero também tem sido conquistada a duras custas. Apesar de ainda haver 44 países com leis discriminatórias contra a mulher, é fácil observar o quanto já avançamos neste assunto em poucas décadas. Há pouco tempo as mulheres não podiam sequer votar.

Quanto à homossexualidade, cada vez mais países descriminalizam esta orientação sexual e passam a reconhecer uniões consideradas não-tradicionais.

Esperemos que os avanços nessas áreas continuem.

6. Homens tratam as mulheres melhor do que nunca

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Dos anos 1990 para cá, houve uma sensível melhora no nível de respeito dirigido dos homens às mulheres. Há 25 anos, 1% das mulheres do mundo todo eram estupradas, enquanto em 2010 este número caiu para 0.2%.

O número de maridos e namorados que abusam de suas parceiras também caiu 66% nessas duas décadas. Isso também traz bom resultado para eles: o número de mulheres que assassinam seus parceiros caiu.

5. A democracia está mais espalhada do que nunca

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Há mais países democráticos no mundo do que nunca: 66% deles. Mais do que eleger seu líder democraticamente, esses países têm políticas democráticas também.

Mesmo os poucos países autocratas que ainda existem no mundo, como a China, têm dado muito mais liberdade ao seu povo. A política que restringia o número de filhos por casal foi alterada em 2015, por exemplo, e o país tem se aberto lentamente.

4. Menos pessoas vivem em pobreza extrema

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Neste ponto é preciso analisar a porcentagem de pessoas que vivem na pobreza, e não número absoluto, já que a população total mundial deu um enorme salto depois do advento da medicina moderna.

Hoje, há 702 milhões de pessoas vivendo em situação de pobreza extrema no mundo, ganhando uma média de US$1,25 por dia. Isso representa 9,6% da população mundial.

Agora vamos comparar com a década de 1820, quando 94% da população mundial viva em extrema pobreza.

O Banco Mundial afirma que nas próximas décadas esse nível de pobreza vai ser erradicada do mundo. Claro que isso não resolve o problema, mas isso já é um passo na direção correta.

3. A mídia te faz acreditar que as coisas estão piores do que estão

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Quando assistimos às notícias na TV, o nosso cérebro não percebe que aquilo é uma tela artificial. Ele pensa que o mundo real é aquele que estamos vendo na telinha. Mas o que vemos ali foram imagens cuidadosamente selecionadas, editadas e potencializadas para passar a mensagem pretendida pela equipe editorial do veículo de comunicação.

Este conceito se chama “Síndrome do mundo ruim”. Quando ele foi desenvolvido na década de 1990, o pesquisador por trás dele notou que uma criança comum via 8 mil assassinatos na TV até atingir 12 anos de idade. Quando vemos tanta violência, acreditamos que esta é a realidade.

Vemos o pior do mundo todo em poucos minutos, e o nosso cérebro se comporta como se isso tudo estivesse acontecendo do lado de fora da janela de casa.

Estudos mostram que quem assiste a muito noticiário tem mais medo de crimes do que aqueles que não assistem.

2. Eventos negativos deixam uma marca mais forte na sua mente

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Mesmo se a mídia dividisse seus espaços exatamente na metade para divulgar 50% de notícias boas e 50% de notícias ruins, nós prestaríamos mais atenção às notícias negativas.

Isso se chama Efeito Assimétrico Positivo-Negativo. Uma das explicações para este fenômeno é muito simples: precisamos notar acontecimentos negativos para evitar morrer. É uma questão de sobrevivência. Pense em um mundo repleto de cogumelos comestíveis e venenosos. O cogumelo comestível traz apenas um curto momento de prazer, enquanto o venenoso vai causar uma dolorosa morte. É importante prestar mais atenção nos venenosos.

1. Nossos cérebros são projetados para acreditar que as coisas estão piorando

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Depois de ter uma grande reação aos eventos negativos, essas memórias começam a se apagar com o tempo, mas dão lugar a um efeito chamado declinismo, em que a pessoa acredita que as coisas eram melhores quando ela era jovem.

A maioria dos adultos retém melhor na memória eventos que aconteceram entre as idades de 10 e 30 anos. E mesmo essas memórias não são perfeitas; tendemos a apagar as negativas e manter as positivas. Lembramos muitas coisas boas e esquecemos de todo o tempo que passamos furiosos com algum acontecimento. Imaginamos que essas coisas ruins que sentimos atualmente devem ser novidade, logo a vida está ficando pior.

Em outras palavras: ainda há muita coisa a ser feita para melhorar a convivência entre seres humanos, mas nós não podemos ignorar os enormes passos dados na história recente ou ao longo dos séculos. Há esperança!
[List Verse, Nações Unidas do Brasil]

3 comentários

  • Saulo Zanella:

    Realmente as coisas estão muito, mas muito melhores mesmo que antigamente. E digo como antigamente, qualquer época, pois pelos poucos 40 e poucos anos que tenho de vida já vi e vivi muitas coisas e posso dizer com certeza que a vida há algum tempo atrás era muito mais difícil.
    Uma das coisas que fazem que nós pensemos que atualmente as coisas não estão boas é justamente o acesso a informação, que é quase que instantâneo. Há algum tempo atrás o acesso à informação era muito mais difícil e mesmo assim muito mais distorcido também.

  • Ayrton:

    Já passei dos 80 e sou testemunha de que as “coisas” estão melhorando.

  • Altamir Gf E Silva:

    Realmente, bem lembrado, não está nada bom, mas poderíamos estar piores… Acho legal esta linha de pensamento. Quem sabe não acordamos???

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