Implante: 9 hacks corporais malucos que te dão poderes sobre-humanos

Por , em 19.08.2015

Em 1998, o professor Kevin Warwick, do Reino Unido, tornou-se a primeira pessoa a ter um implante de chip sob sua pele, depois de receber aprovação ética da comunidade científica para experimentar em si mesmo e de pedir para um médico ajudá-lo.

Não foi até o consultor de tecnologia da informação americano Amal Graafstra colocar um chip em cada uma de suas mãos, em 2005, sozinho e sem aprovação, que o mundo dos grinders surgiu.

Os “grinders” são pessoas que fazem biohacks experimentais em seus próprios corpos, normalmente para aprimorar suas capacidades. Confira algumas modificações corporais malucas que podem dar poderes sobre-humanos:

1. Toque eletromagnético

Implante magnético

Os ímãs são fáceis de instalar e estão entre os hacks corporais mais comuns. As pessoas podem incorporar uma variedade de neodímio em forma de barril, do tamanho de um grão de arroz, por baixo da pele de um dedo, por exemplo. Os ímãs são revestidos em materiais bioaprovados, tais como o nitreto de titânio, utilizado em cirurgias de substituição de quadris, silicone e teflon.

Quando a pessoa com o implante encontra um campo eletromagnético, o ímã vibra contra os nervos, permitindo que o usuário sinta coisas como transformadores e fornos de micro-ondas. Ter o “toque eletromagnético” também pode render bons truques de bar: clipes oscilando no seu dedo, por exemplo.

Vale lembrar que o hack não vem sem riscos. Um grinder machucou o tecido perto de seu implante tentando abrir um frasco de picles.

2. Sensor sonar

Implante sinar

Quer sentir distâncias como um golfinho faz? “Bottlenose” é o nome de um dispositivo criado pelo coletivo Grindhouse Wetware. Ele imita a percepção sonar em um kit de US$ 60 (cerca de R$ 210, no câmbio atual).

O hack localiza um objeto em um quarto escuro usando um sensor ultrassônico. Em seguida, envia pulsos eletromagnéticos para um ímã no dedo do usuário, proporcionando uma sensação de coisas como o tamanho e a distância de um objeto. Conforme o usuário se aproxima do objeto, as sensações ficam mais fortes. “Bottlenose” também pode detectar radiação ou a presença de etanol, e pode captar sinais Bluetooth.

Um sensor infravermelho termal pode “encontrar” objetos quentes, tais como um fogão ou uma secadora de roupas, a vários metros de distância. É possível ainda adicionar sensores para detectar coisas como luz ultravioleta.

Se você quer usar o dispositivo, mas não tem um implante de ímã no dedo, você vestir um ímã que entrega as mesmas vibrações sensoriais fora da pele, contanto que seja usado dentro do alcance do “Bottlenose”.

3. Bússola interna

bussola Implante

Quando nos perdemos, encontrar o caminho de volta geralmente significa pedir informações. Mas pesquisadores da Universidade de Osnabrück, na Alemanha, queriam saber se seres humanos poderiam “aprender” um senso de direção.

Durante sete semanas, nove voluntários do sexo masculino e quatro do sexo feminino usaram cintos com 30 motores de vibração costurados em um tecido elástico que indicavam quando o participante estava voltado para o norte magnético. Os indivíduos levaram suas vidas normalmente nessas semanas, caminhando e pedalando. Com o tempo, eles melhoraram suas habilidades gerais de orientação a um nível subcognitivo.

“Hoje eu saí do trem, e imediatamente sabia onde eu [tinha] que ir”, disse um dos participantes. “Com o cinto, você não tem que se preocupar tanto com onde virar… Você simplesmente sente”.

Uma vez que os cintos foram retirados, no entanto, alguns usuários se sentiram desorientados e inseguros. Dispositivos semelhantes estão disponíveis como kits, como um chamado “North Paw” que custa US$ 149 (R$ 520). Você também pode aprender a fazer um no site instructables.com.

4. Visão noturna

biohacker visao noturna Implante

O peixe-dragão do alto mar, encontrado nos oceanos do Hemisfério Sul, nada a 1,6 km abaixo da superfície da água. Ele possui uma substância derivada da clorofila em seus olhos que o ajuda a enxergar no escuro, ou melhor, em uma luz vermelha lançada por um órgão bioluminescente.

Em março de 2015, os biohackers Gabriel Licina e Jeffrey Tibbetts queriam experimentar um derivado semelhante, a clorina e6, a fim de alcançar uma espécie de “visão noturna”. Eles compraram 100 miligramas de um fornecedor médico por US$ 39 (R$ 135). Uma dose pesada queimaria os olhos de qualquer pessoa, assim eles resolveram diluir metade da clorina em insulina e soro fisiológico, acrescentando o sulfóxido de dimetilo, um solvente orgânico.

Tibbetts injetou a mistura em Licina. Depois de duas horas, o grinder foi capaz de identificar pessoas a 15 metros de distância em uma área escurecida 100% do tempo, enquanto que quatro indivíduos de um “grupo de controle” tiveram uma taxa de sucesso de apenas 33%.

Até agora, não houve efeitos colaterais ruins para Licina, mas certamente não recomendamos que você faça isso em casa.

5. Ouvir Wi-Fi

ouvir wifi Implante

Imagine andar pela rua e, em vez de precisar procurar por placas indicando Wi-Fi, você pudesse ouvir a presença de um ponto com conexão sem fio.

O jornalista Frank Swain, de Londres, é parcialmente surdo. Ele usa aparelhos auditivos Starkey Halo que podem ser ligados via Bluetooth ao seu smartphone. No ano passado, um amigo de Swain, que é engenheiro sonoro, hackeou o software do seu telefone para enviar melodias e cliques como os de um contador Geiger para seu aparelho auditivo quando detectar zonas de Wi-Fi.

“Eu pego muito mais dados do que você imaginaria”, diz Swain. “Roteadores geram muitos dados através de seus sinais digitais, incluindo a marca, o tipo de roteador, o provedor de serviços de internet, quer de alta segurança ou baixa segurança. Eu posso até mesmo encontrar a sua localização”.

6. Controlar

implante rfid

Chips de identificação legíveis por computador são agora tão pequenos – de 3 mm a 6 mm de comprimento – que podem ser inseridos por baixo da pele com o auxílio de uma agulha.

Como os ímãs, esses chips são normalmente implantados sem anestesia, às vezes em lojas de piercings. Usando identificação por radiofrequência (RFID) e comunicação por campo de proximidade (NFC), os chips podem operar dezenas de dispositivos. Você pode armazenar dados e transferir informações, por exemplo, como códigos de acesso de vídeo, tudo com um simples aceno de sua mão.

7. Fontes de ouvido implantados

implante de fones de ouvido

Rich Lee, um vendedor de St. George, Utah, nos EUA, queria um autêntico fone de ouvido sem fio. Assim, implantou um ímã na pequena saliência (conhecida como trago) na frente de cada orelha.

Ele então hackeou seu smartphone para enviar áudio para um amplificador de sinal, que por sua vez o retransmitia para um colar-antena em torno de seu pescoço. O colar cria um campo eletromagnético em volta da cabeça de Lee. O campo induz vibrações nos ímãs de ouvido, que o grinder ouve como música. “A qualidade do som é decente, talvez comparável a fones de ouvido baratos”, conta.

Em outro experimento, Lee conectou o colar a um pequeno microfone no seu calcanhar, que detectava tremores sutis no chão. “Eu podia escutar uma pessoa vindo atrás de mim em uma estrada pavimentada muito antes de poder vê-la”, afirma.

8. Ouvir cores

Neil Harbisson ouvir cores

O artista e músico daltônico Neil Harbisson viu o mundo em tons de cinza pelos primeiros 21 anos de sua vida. Então, em 2 de dezembro de 2013, em uma clínica de Barcelona, na Espanha, um cirurgião perfurou quatro buracos no osso occipital na base de seu crânio, ancorando uma câmera ao local, sem aprovação ética.

A lente da câmera capta a cor de qualquer objeto para o qual Harbisson olha. Em seguida, um chip dentro de seu crânio transpõe a cor em uma frequência (vermelho torna-se a nota musical e depois cada frequência se torna uma vibração na orelha interna de Harbisson.

A cada poucos meses, o artista tem que carregar uma pequena bateria para alimentar o processador, câmera e sistemas sem fio do seu implante. Não há botão de liga/desliga.

9. Choques para melhorar o cérebro

choque cerebro implante

Choques elétricos no cérebro aumentam temporariamente a inteligência, de acordo com alguns estudos acadêmicos. Uma análise de 13 pesquisas publicada esse ano na revista Restorative Neurology and Neuroscience mostrou que o cérebro tem melhor desempenho através da estimulação transcraniana de corrente contínua (ETCC) e estimulação de ruído aleatório.

Os experimentos utilizaram uma corrente muito baixa de até 2,5 miliamperes (geralmente correspondente a um máximo de 18,5 volts) por não mais de 20 minutos. Em seguida, os participantes completaram tarefas nas quais apresentaram melhor memória, controle cognitivo e habilidades matemáticas.

Tais experiências são tipicamente feitas com equipamentos de investigação científica em laboratórios controlados, não por amadores. Com uma grande dose de risco, pessoas já tentaram fazer seus próprios dispositivos ETCC. É possível até comprar um online por US$ 150 (R$ 520). De qualquer forma, de todos os hacks corporais questionáveis, esse é um o qual você definitivamente não deve tentar em casa. [POPSCI]

2 comentários

  • Amom Mandel:

    Eu quero muito o “sexto sentido” que um imã de neodímio pode me proporcionar, porém apenas por curiosidade.

    • Cesar Grossmann:

      Dá para descobrir se um carro tem retoques feitos com massa sem o vendedor descobrir…

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