A capacidade de estudo é o que engrandece os povos

Por , em 8.05.2008

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Em todas as épocas que a humanidade atravessou, nada deu maior categoria e prestígio aos povos civilizados do que o desenvolvimento de sua capacidade de estudo; capacidade que foi tanto mais ampla quanto mais oportunidades eram oferecidas à inteligência para sua livre manifestação.

Revista HypeScience

Nenhum povo teria podido sobressair e ocupar um lugar de privilégio no conceito das nações, nem figurar entre os mais destacados da história, se não tivesse existido esse esforço louvável da inteligência, que edificou tantas obras, esclareceu tantas mentes e propiciou tantos exemplos.

A força moral das nacionalidades surge sempre da potência de sua cultura e da ilustração de seus pensamentos. A capacidade de estudo cresce ou decresce segundo seja o estímulo que receba para seu desenvolvimento. Nenhum labor deveria ser mais respeitado – já que não remunerado – do que aquele que a inteligência realiza, pois só a ela se deve a soma dos avanços obtidos em todas as ordens da vida.

A decadência dos povos sobrevém quando estes são privados do maior dos estímulos que o pensamento dos homens sempre reclamou: a liberdade.

Em todos os tempos, desde que existe o uso da razão, a inteligência humana se rebelou contra tudo o que pretendeu restringir ou regulamentar seu exercício. Falamos das inteligências bem inspiradas, cuja elevação de propósitos jamais traiu a esperança de seus semelhantes. Elas foram as que, em todas as épocas da história, fecundaram gerações inteiras com seu talento. É bem sabido que, para as idéias não construtivas ou, melhor ainda, para aquelas que se caracterizam por sua origem exótica e extemporânea, estão aí as leis e, por trás delas, os magistrados, que haverão de julgar essas idéias, caso o rebaixamento moral ou social a que tiverem chegado o faça necessário.

Não se pode negar que o que engrandece uma nação, mais do que suas riquezas materiais, é o concurso e o esforço dos homens de inteligência. No respeito às prerrogativas da consciência humana, na preponderância dos valores individuais e na justa estimação dos conceitos é que reside, invariavelmente, a melhor prova de sua independência e soberania.

O sentimento de nacionalidade surge, precisamente, da capacidade de estudo e de trabalho de uma nação. O conceito de pátria exalta os deveres do cidadão, resguardando a invulnerabilidade de sua terra natal. A nação constitui um corpo jurídico e social; a pátria é a alma desse corpo, encarnada no povo, e é a força moral que sedimenta a tradição e forja o ímpeto indomável do sangue.

É necessário que as massas incultas se instruam e se eduquem, para que não formem um peso morto político e social para a nação. As melhorias concedidas ao assalariado devem consistir, mais que nada, em estimular o estudo e propiciar os deveres morais e sociais, que geralmente os seres de condições inferiores evitam. Os direitos e os deveres são dois trilhos paralelos que, sem nunca se juntarem, fazem avançar em marcha ascendente a máquina do progresso.

A que glória maior pode um país aspirar que à de sobressair entre os primeiros, por sua contribuição ao melhoramento humano, e à de contar, em seu seio, com capacidades que, ultrapassando as melhores, façam surgir por todas as partes a necessidade de consultá-las como autoridades reconhecidas no mundo inteiro?

Quantos esforços já não vimos malograr-se em pleno desenvolvimento, por não encontrarem o ambiente propício nem o alento que tanto contribui para avivar a chama do entusiasmo e do empenho? Toda idéia nova nasce na mente do homem, em geral sem outro amparo que a sua própria força moral. Duras e penosas são as horas que se seguem a seu nascimento; defende-se a idéia como se defende a própria vida; por ela se luta e por ela costumam ser experimentados os mais cruéis momentos, sobretudo se, triunfando contra a violência dos insensatos, contra a indiferença ou a inveja da maioria, ela ganha corpo e se expande, beneficiando generosamente a espécie humana.

Propiciar, pois, a capacitação por meio do estudo, exaltando a consciência em manifestações amplas do pensar e do sentir, é realizar uma obra fecunda, e é o melhor investimento que o capital político, social e espiritual de um povo pode fazer, se quer alcançar os cumes da glória.

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Coletânea da Revista Logosofia - Tomo 1Fonte: Livro Coletânea da Revista Logosofia – Tomo 1

“Seleção de artigos publicados na Revista Logosofia (…). Pela profundidade do conteúdo, são obras de valor indiscutível.”

 

*alguns trechos foram colocados em negrito pelos editores deste site.

5 comentários

  • Haddammann:

    Criacionismo como distração massiva depredando mais ainda a Educação.
    Fantoches de outdoor fazendo pulhítica; Desmantelamento social por apavoramento com apologia ao terrorismo; Assassinatos constantes de moços e moças para aniquilar emocionalmente as famílias; Fraudes em documentos médicos para forjar milagres; E a bizarra sanção contra Físicos no ingresso à Petrobrás,etc, etc.
    Vítimas de pastor denunciaram que foram usados óleo para indução letárgica e hipnotismo para cometerem crimes de máxima repugnância. Criminosos de hedionda índole estão subjugando famílias, escolas, empresas, etc. Esses canalhas estão infiltrando lacaios em tudo que é canto. As igrejas são as fabricantes desses criminosos; os mentores das falácias religiosas tentam a qualquer custo impor na Sociedade suas inescrupulosas mentiras; estão dispostos a tudo para subverter e degenerar a mentalidade humana afim de continuarem e expandirem seus inúteis domínios de nababos.
    Sendo assim, a paciência está esgotada:

    O texto a seguir é um caso sério, mas em certa altura pessoas quase mijam de rir. Talvez seja porque alguns de nós riem para suplantar um problema num difícil momento de sobrevivência.

    O Criacionismo na Fidelidade Rigorosa da Bíblia.

    O que é intrigante é a posição da Terra em relação ao céu. Parece que o Muito Grande e poderoso sentado no Trono, quando dá uma descarga vem tudo direto pra cabeça de suas igrejas. E quando isso chega, a Terra fica com cheiro não muito bom. Talvez isso explique porque nos sentimos mal quando seus escolhidos superiores passam um mau-hálito quando falam tanto e tão perto de nossos ouvidos.
    Parece que somos como que uma espécie de pano-de-chão lá de cima.
    Rigorosamente pela escrita nosso pai, na melhor das hipóteses, é um assassino; o outro rapaz era bom; o poderoso não achou bom revivê-lo, e deixou o assassino se dar bem com as cabras. Daí que, uns de nós cismam, com certa razão, que são ovelhas; e os homens já têm assim coceira de chifres desde novos. Nosso avô é um mentiroso; nossa avó andava dando idéia às escondidas pra uma cobra. Como ela já gostava de cobra mentiu também pra ver se conseguia segurar no cipó do nosso avô.
    É uma HESTÓRIA linda; e muito criativa; e explica pra nós direitinho nossa condição nesse reino. Pra azar de nosso avõ ele ainda teve também dois filhos, igualzinho ao poderoso Manda-Chuva. Nesse reino existe uma certa aversão por mulheres. E parece que pra piorar os dois playboys sem muito o que fazer em suas vidas eternas, vidraram o olho logo aqui pra esse planeta, com tantos por aí. Talvez seja porque é o único que fica embaixo deles; pois no Universo a idéia de em cima e embaixo é de mero contexto proximal e precisa, no mínimo, de referencial. Mas isso não é pra aqui. Isso é coisa de somenos. Como diria o do curso de mau-hálito.
    O problema é que esses dois príncipes encantados parece que são muito espertos, apesar de ter um pai preguiçoso, que depende da gente pra fazer tudo, e só vive sentado e dando descarga, e cisma que temos que ficar gritando e batendo palmas pra ele, pra disfarçar o barulho que faz debaixo do trono; assim ele fica bem na fita. Ele é muito capacitado, por isso manda a gente fazer assim. E nos dá velas e cruzes e uma cartilha grossa que devemos ler todo dia de trás pra frente e de frente pra trás, pra decorarmos a estória desse reino maravilhoso, forte, e conselheiro.
    Os príncipes encantados, por serem crias de uma obra perfeita, vivem brigando. Parece que um continua chegado nas cabritas daqui, e o outro se amarrou na idéia de ser suspendido no tronco.
    A coisa desandou quando o outro, de sacanagem, chegou pro Tremendo e disse que o principezinho andava se amarrando em preferir só os jumentos; e tava com a idéia fixa de mandar todo mundo se entregar e entrar na onda dele. O negócio ficou feio lá por cima; e o monte de trovão e raio veio bater tudo em cima de quem? Dos filhos das cabras.
    Aí é que fica o problema. Porque parece que nenhum dos dois gosta de estudar; mas o pai deles ao invés de resolver a picuinha deles (nessa eternidade), pra nossa sorte manda os dois virem cobrar de nós a leitura da malfadada cartilha.
    É uma sina nossa, um karma; que será eterno enquanto dure.
    Fim do final.

  • JANE OLIVIA DOIN PAZ DE OLIVEIRA:

    Concordo com artigo o em “gênero, número e grau”.
    Como professora sinto na pele, o peso da ignorância de governantes e subordinados que são pagos para impedir a disseminação do conhecimento e da cultura. Mas o “saber nunca ocupa espaço” e “quem sabe fazer, sabe mandar” pois nada pode impedir a evolução cultural e moral quando se está afim de que ocorram realmente.
    Também penso que ninguém pode roubar o conhecimento de quem se empenha para obtê-lo, sendo assim ele é a unica herança real que podemos deixar para filhos e alunos queridos.

  • José francisco (Leça da Palmeira):

    Caros Companheiros de Leitura:

    Concordo inteiramente com esta opinião. Sem ESTUDO toda a riqueza de um povo passa para as mãos dos “Espertos”. Temos 2 milhões de pobres e este Governo não se preocupa com isso. Em vez de “OBRIGAR” os “Estudantes” a ESTUDAR obriga os Professores a gastar 75% do seu trabalho em reuniões e a preencher papelada. Assim consegue perpetuar a IGNORÃNCIA e melhor servir os interesses dos grandes grupos económicos que além de dominarem o mundo dominam este povo. Pois há pessoas que não têm um pão em casa para comer, mas não deixam de ter TVCabo e os Telemóveis topo de gama. É urgente que haja uma alma caridosa que pegue neste País e ponha o “POVO” a ESTUDAR. Claro que não é difícil . . . o problema é que quanto mais estúpido for o Povo mais fácil é governá-lo.

    Fiquem Bem

    JF

  • Dilson Sardá:

    Asquestões colocadas sobre a educaçãonão poderiam ser mais claras. Todos sabemos da importancia da educação para o processo de desenvolvimento. Essa percepção, todavia, não é pecebida pelos dirigentes dos poderes instituidos e nada se faz para que a educação seja um instrumento fundamental de cidadania. Isto é, não se da a educação a importancia que ela tem em todos os processos sociais.Hoje temos uma enorme valorização do futebol. Os pais buscam todos os meios para conduzir seus filhos na direção do futebol. Ter um bom jogador de futebol em casa é como ganhar na loteria. Só que talentos para futebol são raros diante da totalidade populacional. Dar educação aos filhos é o melhor caminho, inclusive, para encaminmhá-los para certos talentos, como o futebol. Me da arrepios ler a manifestação do Ministro Mangabeira sobre a nova abolição da escravatura. Diz ele que a melhor maneira de libertar os negros é criar novas concepções de libertação para os negros. Absurdo. Os negros são escravos deles mesmos. A educação vai liberta-los de seus preconceitos e coloca-los no nivel dos brancos Educar os povos é liberta-los de suas concepções retrogradas. O problema nosso está em saber como valorizar a educação.!

  • Maria Lúcia de O.Masetti:

    O artigo trata de um assunto muito pertinente. Gostei!

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