Cientistas criam implante para fazer sistema imune combater o Alzheimer

Por , em 20.03.2016

Cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausana, na Suíça, desenvolveram uma cápsula implantável que pode prevenir o Alzheimer, virando o sistema imunitário do paciente contra esta doença.

Uma das causas do Alzheimer é a acumulação de proteínas beta-amiloide em diferentes áreas do cérebro. Um dos modos mais promissores de combater a formação de placas de beta-amiloide é alvejar as proteínas com anticorpos que sinalizam o sistema imunitário para eliminá-las.

O novo implante pode fornecer um fluxo constante e seguro de anticorpos para o cérebro do paciente para eliminar as proteínas beta-amiloides. Para ser mais eficaz, no entanto, este tratamento tem de ser oferecido o mais cedo possível, antes dos primeiros sinais de declínio cognitivo.

O estudo foi publicado na revista Brain.

A cápsula

Os pesquisadores desenvolveram uma cápsula bioativa contendo células que foram geneticamente modificadas para produzir anticorpos contra a proteína.

A cápsula é implantada no tecido sob a pele, e ao longo do tempo as células produzem e libertam um fluxo constante de anticorpos para a corrente sanguínea.

A cápsula é feita de duas membranas permeáveis seladas juntas com uma armação de polipropileno. O dispositivo possui 27 mm de comprimento, 12 mm de largura e 1,2 mm de espessura, e contém um hidrogel que facilita o crescimento de células.

As células no interior da cápsula são importantes. Não só elas devem ser capazes de produzir anticorpos, mas também têm que ser compatíveis com o paciente, de modo a não desencadear o sistema imunitário contra eles. É por isso que as membranas da cápsula são importantes, protegendo as células de serem identificadas e atacadas pelo sistema imunitário. Esta proteção também significa que as células a partir de um único dador podem ser utilizadas em vários pacientes.

Resultado promissor em ratos

Os pesquisadores testaram o dispositivo em ratos com grande sucesso. Os animais tiveram uma redução drástica de beta-amiloide.

implante alzheimer

Com efeito, o fluxo constante de anticorpos produzidos pela cápsula ao longo de um curso de 39 semanas impediu a formação de placas da proteína no cérebro. O tratamento também reduziu a fosforilação da proteína tau, um outro sinal de Alzheimer.

Esse estudo é considerado um marco, uma prova de conceito. Ele demonstra claramente que os implantes de células encapsuladas podem ser usados com sucesso e segurança para proporcionar anticorpos para tratar o Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas que apresentam proteínas defeituosas. [ScienceDaily]

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