Anúncio de emprego influencia se homens ou mulheres se candidatam a ele

Por , em 19.05.2011

Apesar da sociedade caminhar para a igualdade, alguns empregos ainda são bastante segregados por gênero, de forma que fica difícil esperar uma mulher encanadora ou um homem babá.

Agora, uma nova pesquisa indica um dos mecanismos pelo qual os trabalhos se tornam segregados por gêneros: a maneira como eles são divulgados, e a maneira como homens e mulheres tendem a responder de forma diferente aos anúncios.

Os pesquisadores analisaram mais de 4.000 anúncios de emprego. Eles procuraram diferenças de gênero nesses anúncios, e as usaram para criar anúncios de emprego para cargos idênticos voltados ao público masculino e ao público feminino.

Os autores consideraram “linguagem de gênero” palavras como “competitivo” e “dominante” (características que se aplicariam ao sexo masculino). Já outras qualidades exigidas por empregos, como “compaixão” e “atenção”, eram relacionadas ao sexo feminino.

Essa linguagem dos anúncios soa como uma “afirmação” implícita dos estereótipos de gênero, e pode fazer com que mais mulheres ou mais homens se candidatem para um emprego. O que os pesquisadores fizeram foi aplicar os diferentes adjetivos para os mesmos trabalhos, com resultados impressionantes.

Por exemplo, o anúncio masculino para um cargo de enfermeiro dizia: “Estamos determinados a fornecer tratamento médico superior, adaptado para cada paciente”. Já a propaganda para o mesmo cargo voltada ao público feminino dizia: “Estamos comprometidos com a prestação de cuidados de saúde de alta qualidade, simpáticos às necessidades dos nossos pacientes”.

Se o primeiro anúncio fosse o mesmo para ambos os sexos, mais homens se candidatariam. E vice-versa para o segundo anúncio.

Segundo os pesquisadores, as pessoas inventam todo o tipo de explicação para justificar porque elas não gostam de um emprego, mas ninguém percebe a linguagem de gênero. Evidentemente, as mulheres foram “ensinadas” a ignorar “superior”, enquanto os homens fazem o mesmo com o “simpático”. E todos consideram isso absolutamente normal.[Jezebel]

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