Por que os aparelhos da Apple vão comandar cada aspecto da sua vida, logo logo

Por , em 12.09.2014

Na última terça-feira, a Apple parou o mundo para apresentar seus dois novos modelos de iPhone: o iPhone 6 e o iPhone 6 Plus. Sem contar no Apple Watch, que promete ser mais uma febre entre os aparelhos da Apple.

Mas a maior coisa que a Apple exibiu no dia 9 de setembro não foram apenas mais dispositivos, ou uma evolução em uma linha de produtos. A companhia apresentou um novo estilo de vida, aquilo que todos os fabricantes e desenvolvedores do ramo da tecnologia buscam.

É como se eles tivessem encontrado um jeito incrível de deixar um computador, com todas as suas funcionalidades, onipresente em nossas vidas. Praticamente como uma extensão do corpo humano. Sua interface é o próprio mundo em que vivemos.

Como muito bem disse Tim Cook, o CEO da Apple sucessor do imortal Steve Jobs, os novos produtos não são apenas uma coleção de recursos. A essência de todos eles é fazer com que tudo funcione em conjunto – os sistemas com as nossas vidas. Isso faz parte da experiência de marca que a Apple proporciona para seus usuários.

Um computador em cada mesa? Bobagem. Isso foi um grande sonho há décadas. Hoje é uma realidade que até passa despercebida, de tão obrigatória que é. Esse sonho da Apple evoluiu com os novos iPhones, com o Apple Watch, o Apple Pay, HomeKit, HealthKit, iBeacon e até CarPlay. Todos esses produtos e aparelhos da empresa mostram como a marca está trabalhando a todo vapor para construir um mundo em que há um computador inteligente em cada interação do nosso dia a dia, desde a hora que a gente acorda até a hora em que vamos dormir.

Os aparelhos da Apple são cada vez mais onipresentes

Um computador no seu bolso. Um no seu pulso, dizendo a você quantos passos você deu e quantas calorias você queimou – e compartilhando todas essas informações com seus amigos. Um computador pagando por todas as suas compras. Um computador para abrir a porta do seu quarto do hotel. Um computador monitorando seus movimentos enquanto você anda no shopping. Um computador assistindo você dormir. Um computador que controla os dispositivos na sua casa. Um computador que lhe diz onde você estacionou. Um em seu carro. Tudo isso no mesmo computador: um que se conecta ao computador em seu bolso e em seu pulso e em seu carro, seu escritório e sua casa.

Este, caro leitor, é o novo ecossistema da Apple. Sim, a marca transformou nosso mundo em UM GRANDE COMPUTADOR onipresente.

Imagine que você está em uma manhã agradável e tranquila, daqui a seis meses. Você acorda como suas luzes Hue se acendendo, graças a uma configuração no HomeKit da Apple, que também informa o termostato Honeywell para aumentar o calor. Você toma um café da manhã rápido, e sai para uma corrida matinal saudável. O seu Apple Watch vai fazer o favor de rastrear o quão longe e quão rápido você está, verificar periodicamente a sua pulsação e também vai contar quantas calorias você gastou.

Ele sabe onde você foi, quantos morros subiu, e calcula sua performance de acordo com seus objetivos personalizados.
De volta para casa, você seleciona um podcast de notícias da manhã a partir do iTunes, que começa a tocar sobre o hardware Sonos que você instalou em toda a sua casa. Como você anda de sala em sala, o iBeacons o acompanha, assim como o áudio.

Em um certo momento, o seu chefe liga para você. Você atende a ligação e o áudio da chamada é encaminhado para o som ambiente da sua casa, através da rede Wi-Fi.

Ao entrar em seu carro, você vira a chave e de repente a chamada está tocando nos alto-falantes. Você não precisa encostar em lugar nenhum para que a ligação o acompanhe. Ao finalizá-la, o podcast retoma de onde parou. E assim que você acelerar para fora da garagem, as luzes se desligam, assim como o termostato.

No caminho para o trabalho, você percebe que suas panturrilhas estão doloridas por conta da corrida de antes. Mas isso não é problema. Você pergunta para a Siri onde está localizada a farmácia mais próxima, e ela traça uma rota e o leva até um local para comprar relaxantes musculares. Você posiciona seu relógio Apple Watch em um terminal no balcão do estabelecimento e o Apple Pay debita o valor em seu cartão de crédito.

Você levanta seu pulso e o relógio vem à vida. Você pergunta à Siri se existem bons restaurantes italianos perto do seu escritório. Tem! Você faz uma reserva usando o próprio Apple Watch e, mais tarde, usa o mesmo dispositivo para pagar o seu jantar também.

Quando você chega ao escritório, o relógio faz uma nota de onde você estacionou seu carro. Você sai do automóvel e respira fundo. Sua frequência cardíaca é medida e você olha para o seu pulso para ver o que te espera no dia de hoje. Bom dia!

Parece coisa de filme…

…Mas é o futuro muito próximo que nos aguarda.

O que é verdadeiramente incrível de tudo isso é que todas as peças deste quebra-cabeça gigantesco da computação onipresente estão quase todas prontas. Você tem um iPhone? Pronto, você já está no sistema. A formação dessa incrível rede aconteceu enquanto estávamos dormindo.

Sensores inteligentes preencheram o mundo que nos rodeia. Eles estão com a gente em todos os lugares que vamos. Agora, esses sensores que guardamos em nossos nossos corpos e em nossas casas podem falar uns com os outros em novas formas, permitindo coisas que a gente via nos filmes, mas que nunca antes foram possíveis no mundo real.

Pelo menos é isso que Tim Cook quer dizer quando ele fala sobre como tudo funciona agora. Não se tratam de aparelhos Apple isolados, pelo menos não mais. O pulo do gato é justamente todo o conjunto de dispositivos trabalhando em harmonia.

O ecossistema da Apple é como um terreno de areia movediça. Quanto mais interagirmos com ele, mais seremos atraídos para ele.

A boa notícia é que esse terreno de areia movediça é realmente incrível. E encantador. [Wired]

2 comentários

  • Nilo Rodarte:

    Não gosto dessa situação de todos os aspectos da minha vida sendo controlados por computadores. Todo mundo sabendo onde eu estou e o que eu estou fazendo a cada momento. Onde fica minha intimidade de privacidade? E se eu não quiser que o sistema me indique músicas ou se simplesmente quiser dirigir sem compromisso com nada? Me veio à cabeça dois filmes: Exterminador do futuro (e a Skynet) e – principalmente – Eu robô ( o sistema pode achar que eu sou uma ameaça para mim mesmo).

  • Felipe Lisbôa:

    Gostaria que o livro de Dave Eggers, “O círculo”, tivesse atingido mais pessoas e recebido mais atenção do que recebe. O livro não é nenhuma obra prima da literatura atual, mas pelo menos, serve para nos mostrar que essas companhias de tecnologias e seus produtos cada vez mais onipresentes em nossas vidas não são nada incríveis, muito menos encantadores.

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