Inteligência emocional: as habilidades sociais que você não aprendeu na escola

Por , em 21.04.2015

A inteligência emocional descreve quão bem os indivíduos podem gerenciar suas próprias emoções e reagir às emoções dos outros. As pessoas que apresentam inteligência emocional têm habilidades muito necessárias, mas menos óbvias para se dar bem na vida, como saber gerenciar e resolver conflitos, entender e responder às necessidades dos outros e manter suas próprias emoções em cheque, de forma que elas não atrapalhem as suas vidas.

Sua importância está clara, mas esse não é o tipo de coisa que se aprende na escola. Então, confira esse guia sobre a inteligência emocional e como você pode tentar desenvolvê-la:

As cinco áreas-chave da inteligência emocional

Medir a inteligência emocional é algo relativamente novo no campo da psicologia. Vários modelos estão sendo desenvolvidos atualmente, mas neste artigo vamos examinar o que é conhecido como o “modelo misto”, desenvolvido pelo psicólogo Daniel Goleman.

Esse modelo de inteligência emocional tem cinco áreas-chave:

  • Autoconhecimento: envolve conhecer os seus próprios sentimentos, o que inclui ter uma avaliação precisa do que você é capaz de fazer, de quando você precisa de ajuda, e de quais são seus gatilhos emocionais.
  • Autogestão: trata-se de ser capaz de manter suas emoções sob controle quando você está perturbado, incluindo ser capaz de controlar explosões, calmamente discutir divergências e evitar atividades que te coloquem em períodos de autopiedade ou pânico.
  • Motivação: todo mundo é motivado por recompensas, como dinheiro ou status, mas o modelo de Goleman refere-se a motivação para o bem da alegria pessoal, curiosidade ou satisfação de ser produtivo.
  • Empatia: essa categoria refere-se às emoções dos outros. Empatia é a habilidade e prática da leitura das emoções dos outros, para responder adequadamente.
  • Habilidades sociais: esta categoria envolve a aplicação de empatia, bem como saber negociar as necessidades dos outros e equilibrá-las com suas próprias. Isso pode incluir encontrar um terreno comum com os outros, gerenciar relações em um ambiente de trabalho e ser persuasivo.

Autoconhecimento

Antes de qualquer coisa, é preciso se conhecer, saber quais são suas emoções. Veja algumas maneiras de melhorar a sua autoconsciência:

  • Mantenha um diário: comece escrevendo um diário de suas emoções. No final de cada dia, anote o que aconteceu com você, como você se sentiu e como lidou com isso. Periodicamente, leia seu diário e tome nota das suas tendências, e dos momentos em que você exagerou em alguma coisa.
  • Pergunte aos outros sobre você: a percepção dos outros pode ser inestimável. Tente perguntar a várias pessoas que o conhecem bem quais são seus pontos fortes e fracos. Anote o que eles dizem, compare a fala de uns e outros e, mais uma vez, procure padrões. Não discuta com ninguém. Eles não precisam estar corretos, essa é apenas uma avaliação sua de outro ponto de vista.
  • Tenha calma e medite: as nossas emoções costumam nos tirar do controle quando não temos tempo para processá-las. Assim, a próxima vez que você tiver uma reação emocional a alguma coisa, tente fazer uma pausa antes de agir. Você também pode tentar meditar para se acalmar, ou respirar profundamente para reganhar controle.

Autogestão

Uma vez que você sabe quais são suas emoções, você pode começar a descobrir como lidar com elas.

Uma maneira chave para controlar suas emoções é quebrar a rotina de alguma maneira. Você provavelmente já ouviu o velho conselho de contar até dez e respirar quando você está com raiva. Este conselho não funciona para todos. Se é bom para você, ok. Use-o. Se não, você pode tentar “se sacudir” para quebrar um velho ciclo. Se você está se sentindo letárgico, faça algum exercício. Faça qualquer coisa diferente do que está fazendo, para tirar sua mente do que o incomoda.

Canalizar energia emocional em algo produtivo também pode funcionar. Por exemplo, se você sai do sério quando perde uma partida de tênis, em vez de espiralar em raiva e descontar em si e nos outros, use essa raiva para praticar mais e ficar melhor.

Você não pode sempre controlar o que te faz se sentir de certa maneira, mas você sempre pode controlar como reage. Se você tem problemas de controle de impulso, aproveite aqueles momentos em que seus sentimentos estão um pouco menos intensos para procurar ajuda profissional.

Motivação

No que se refere à inteligência emocional, motivação é seu deseje de realizar algo. O cérebro entende esse desejo: uma seção de seu córtex pré-frontal se acende com o simples pensamento de alcançar um objetivo significativo.

Pessoas motivadas realizam ações em busca de seus objetivos. Se querem casar, saem para conhecer pessoas, se querem avançar na carreira, fazem cursos de especialização e assim por diante.

Daniel Goleman sugere que, a fim de começar a fazer uso dessa motivação, as pessoas primeiro identifiquem seus próprios valores, para não acabar fazendo coisas que contradigam diretamente o que elas acreditam.

Infelizmente, não podemos dizer a ninguém o que eles querem na vida, mas existem muitas estratégias que as pessoas podem usar para descobrir. Por exemplo, ler seu diário para encontrar momentos em que você se sentiu realizado, ou criar uma lista das coisas que você valoriza, ou ainda ter metas de sucessos menores que você sabe que pode alcançar são boas formas de conhecer seus valores, sonhos e de se manter motivado.

Além disso, lembre-se que todos os que conquistaram algo o fizeram lentamente, então tenha paciência.

Empatia

Suas emoções são apenas metade de todos os seus relacionamentos. Todas as outras pessoas que são importantes para você têm seu próprio conjunto de sentimentos, desejos e medos. Empatia é a habilidade mais importante para navegar esses relacionamentos. Veja dicas para praticá-la:

  • Cale-se e ouça: você não pode experimentar a vida de todo mundo para compreendê-los totalmente, mas você pode ouvir. Deixe alguém falar e não o contrarie em seguida. Esqueça seus preconceitos ou ceticismo e permita que a pessoa com quem você está falando explique como ela se sente.
  • Tome uma posição contrária à sua própria: assuma uma posição contrária de vez em quando. Se você acha que seu chefe não está sendo razoável, tente defender suas ações na sua cabeça. Será que você acharia essas mesmas ações razoáveis se estivesse no lugar dele? É importante levar em conta pontos de vista diferentes.
  • Não basta saber, tente entender: a compreensão é fundamental para ter empatia. Isso vai além de dizer: “Eu sei, mas…”. Quando alguém fala sobre uma experiência que não é a sua própria, leva algum tempo para meditar sobre como sua vida poderia ser diferente se você experimentasse a mesma coisa em uma base diária. Procure saber mais sobre o assunto antes de opinar. Tudo bem se você não gastar todo o seu tempo tentando compreender a vida de outra pessoa, mas não custa realmente pensar sobre o que ela diz de vez em quando, em vez de automaticamente assumir que você “entende” o que ela está passando.

Habilidades sociais

Resumir todas as habilidades sociais em uma seção de um artigo seria impossível. Essa competência toma muitas formas – de ser capaz de entrar em sintonia com os sentimentos de outra pessoa a entender como ela pensa sobre as coisas, de ser um grande colaborador a saber trabalhar em equipe etc. Todas essas habilidades podem ser melhoradas – e ter um mentor, um exemplo, pode ser útil.

Nesse artigo, vamos nos concentrar em uma das mais necessárias habilidades sociais para a vida: resolver um conflito. Para isso, você precisa:

  • Identificar e lidar com as suas emoções: conflitos geralmente são estressantes. Lide com suas emoções antes de tentar resolvê-los. Tome tempo para desabafar antes de retornar ao problema. No caso de um relacionamento romântico, também é bom lembrar seu parceiro de que você se preocupa com ele antes de criticá-lo.
  • Entenda qual é o verdadeiro problema: com todos calmos, antes de saltar para as soluções, é bom que você e a outra pessoa concordem sobre quais são realmente os problemas. Propor soluções que sejam mutuamente benéficas e ser solidário com qualquer concessão que a outra pessoa não esteja disposta a fazer também são importantes.
  • Termine em um tom cooperativo: relacionamentos funcionam melhor quando todos os envolvidos sabem que estão em sintoma. Mesmo que você não possa terminar uma discussão com uma nota positiva, certifique-se que a última intenção de se comunicar é cooperativa. Deixe seu chefe/colega/amor saber que você quer trabalhar no mesmo objetivo, ainda que vocês tenham pontos de vista diferentes. [LifeHacker]

2 comentários

  • Rita De Cássia Silvestrin Zoldan Zoldan:

    Mto interessante o artigo.

    • Xeque Mate:

      Tb gostei

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