Tremenda sorte: ondas de choque de uma supernova são registradas pela primeira vez

Por , em 22.03.2016

Astrônomos capturaram pela primeira vez os primeiros momentos da explosão de duas supernovas, uma delas apresentando até ondas de choque. A descoberta foi feita nos arquivos do telescópio caçador de planetas da Nasa, Kepler Space Telescope.

Uma equipe internacional de cientistas, liderada pelo professor de astrofísica Peter Garnavich, da Universidade de Notre Dame em Indiana, EUA, analisou 3 anos de observações do Kepler em busca do brilho de supernovas. Estas observações consistem em captura de luz a cada 30 minutos, durante 3 anos, que registrou a luz de 500 galáxias distantes, cerca de 50 trilhões de estrelas.

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A estrela parece normal, mas já está nos últimos estertores

O Kepler foi projetado para encontrar planetas orbitando outras estrelas, o que ele fez muito bem, mas também apresentou outras oportunidades. Conta o Dr. Brad Tucker da Universidade Nacional Australiana: “Os operadores do Kepler escolhem quais pixels eles baixam do satélite. Solicitamos os pixels de 500 galáxias, para poder buscar supernovas”. As galáxias estavam no fundo das fotos das estrelas que o Kepler estava checando a cada 30 minutos, minimizando os custos.

Nestes dados, eles encontraram a explosão de duas supernovas registradas em 2011. A primeira, KSN 2011a, tem 300 vezes o raio do nosso sol e está a 700 milhões de anos-luz. A segunda, KSN 2011d, tem cerca de 500 vezes o raio do nosso sol, e está a cerca de 1,2 bilhões de anos-luz de distância. A massa das estrelas é mais difícil de estimar, mas acredita-se que esteja entre 10 e 14 massas solares.

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A onda de choque da supernova atinge a superfície da estrela, rompendo-a

A observação registrou o momento que a onda de choque da supernova emerge na superfície da estrela, um evento monstruoso pela energia que envolve, e que demora cerca de 20 minutos, em média.

As supernovas são explosões que acontecem quando a reação nuclear da estrela não produz energia suficiente para mantê-la “inflada”. As camadas exteriores “caem” para o centro da estrela, e quando atingem o mesmo, ricocheteiam em um evento extremamente energético, criando as ondas de choque que os cientistas conseguiram registrar.

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A casca esférica de gás e poeira resultando da explosão expande e aumenta de brilho

A energia é tanta que as estrelas chegam a brilhar mais do que as galáxias que as abrigam. Também, pudera, a “colisão” é tão extrema que átomos são esmagados e elementos pesados, como prata, níquel e cobre, são produzidos. Graças a estes elementos, a vida existe. Graças às supernovas, existimos.

A onda de choque foi registrada na menor das duas supernovas, KSN 2011d. As duas supernovas são do tipo II, de acordo com os modelos dos astrofísicos. [Nasa, PhysOrg, arXiv, IFLScience, Gizmodo][Nasa, PhysOrg, arXiv, IFLScience, Gizmodo]

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A crônica da morte da estrela, o brilho da supernova vai crescendo chegando a um máximo. No destaque, o registro da onda de choque.

1 comentário

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    Que nada! Segundo religiosos, existimos, porque deus fez um bonequinho, de um barro, DESPROVIDO de alumínio e de silício e soprou-lhe vida.

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