Videogames: 6 benefícios científicos de jogar

Por , em 30.04.2017

Ao contrário do que muitos pais podem achar, os videogames não são criações infernais úteis apenas para derreter a mente das crianças – e dos adultos.

Pelo contrário: além de terem um potencial muito grande de diversão, pesquisas recentes revelaram que há também uma gama de benefícios científicos em jogar videogames – desde o aumento da matéria cerebral até alívio da dor.

Aqui estão seis dos melhores benefícios para justificar aos seus amigos por que você resolveu ficar em casa jogando ao invés de fazer alguma coisa ao ar livre:

6. Os videogames 3D podem aumentar a capacidade de memória

Em um estudo de 2015 no Journal of Neuroscience, pesquisadores da Universidade da Califórnia recrutaram 69 participantes, e pediram a um terço deles para jogar Super Mario World 3D por duas semanas, um terço para jogar Angry Birds e o resto para não jogar nada.

A polêmica continua: pesquisadores afirmam que jogar videogame faz bem para crianças

“Por causa de suas experiências envolventes e enriquecidos ambientes virtuais 3D, os mesmos videogames que foram jogados por décadas por crianças e por adultos podem beneficiar nosso cérebro com estimulação significativa,” escreveram os investigadores.

As pessoas que jogaram Mario acabaram se saindo melhor em tarefas de memória de acompanhamento, enquanto os outros não mostraram melhora pré e pós-jogo.

“Os jogadores de videogame, especificamente os jogos 3D complexos, tiveram melhor desempenho”, concluíram os pesquisadores.

5. Jogar pode ser bom para o alívio da dor

Esta é a melhor desculpa para jogar videogames da próxima vez que você faltar o trabalho por motivos de doença – uma revisão da literatura publicada em 2012 no American Journal of Preventive Medicine descobriu que nos 38 estudos examinados, os videogames melhoraram os resultados de saúde de 195 pacientes em todas as frentes, incluindo males psicológicos e físicos.

Além disso, em 2010, cientistas apresentaram uma pesquisa na conferência American Pain Society, que encontrou evidências que videogames, especialmente jogos de realidade virtual, são eficazes na redução da ansiedade ou dor causada por doenças crônicas ou procedimentos médicos.

“O foco é dado ao jogo, não à dor ou ao procedimento médico, enquanto a experiência da realidade virtual envolve a visão e outros sentidos”, diz Jeffrey Gold, da Universidade do Sul da Califórnia.

4. Há evidências que mostram que videogames ajudam crianças disléxicas a melhorar a sua leitura

Videogames podem ajudar as crianças, também!

Um estudo de 2013 investigou o fato de que jogar jogos de ação poderia ajudar as crianças disléxicas de 7 a 13 anos a ler mais rápido, sem perda de precisão. Os resultados foram iguais ou melhores aos tratamentos tradicionais de leitura, que podem ser mais demorados e não tão divertidos.

Os pesquisadores acreditam que o ritmo acelerado nesses jogos ajudou as crianças a aumentar sua atenção, embora essa hipótese ainda não tenha sido testada.

3. Tetris poderia ajudar a limitar traumas

O bom e velho Tetris pode ser mais útil do que apenas um ótimo passatempo.

No ano passado, 37 pacientes que chegaram a um departamento de emergência do hospital em Oxford, no Reino Unido, para serem tratados por um acidente de trânsito, foram selecionados aleatoriamente para jogar 20 minutos de Tetris.

Outros 34 pacientes não receberam o jogo, mas foram convidados a registrar suas atividades regulares em vez disso – incluindo coisas como mensagens de texto, palavras cruzadas e leitura.

Os jogadores de Tetris tiveram significativamente menos flashbacks do evento traumático do que aqueles que não jogaram – aproximadamente 62% menos em média.

A pesquisa, publicada no mês passado na revista Molecular Psychiatry, conclui que intervenções assim “poderiam melhorar substancialmente a saúde mental daqueles que sofreram trauma psicológico”.

2. Algumas pesquisas mostram que videogames podem realmente tornar-nos mais inteligentes

Um estudo publicado em 2013 vai além e diz que a nossa cognição pode ser melhorada quando jogamos.

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Os pesquisadores fizeram cinco grupos de não-jogadores jogarem um jogo de smartphone durante uma hora por dia durante quatro semanas.

Eles descobriram que todos os jogos, tanto de ação e não-ação, melhoraram a função cognitiva nos participantes – medida por testes, como tarefas de memória de curto prazo.

1. Jogar está ligado a um aumento da matéria cerebral

Finalmente, um estudo publicado em 2014 na Molecular Psychiatry por pesquisadores do Instituto Max Planck na Alemanha mostrou que pessoas jogaram Super Mario 64 tiveram um aumento no tamanho das regiões cerebrais.

Especificamente nas partes do cérebro responsáveis pela orientação espacial, formação de memória, planejamento estratégico e habilidades motoras finas.

Quando os pesquisadores analisaram 24 participantes que haviam jogado o jogo por 30 minutos por dia durante dois meses sob uma máquina de ressonância magnética descobriram que eles tinham aumentado a matéria cinzenta no hipocampo direito, no córtex pré-frontal direito e no cerebelo, em comparação com um grupo de controle que não tinha jogado nenhum jogo.

“Isso prova que regiões específicas do cérebro podem ser treinadas por meio de videogames”, disse uma das pesquisadoras, Simone Küh, na época. [Science Alert]

1 comentário

  • Samuel Alencar:

    Ouvi poucas e boas sobre videogames, porém a notícia supracitada me surpreendeu!

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