Agora você pode calcular online seu risco de câncer de mama

Por , em 8.10.2015câncer de mama teste

Charlotte Gard, professora assistente na Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, sempre soube que vinha de uma longa linhagem de mulheres que desenvolveram câncer de mama. Ela já esperava que sua mãe tivesse a doença, como sua avó. E, eventualmente, ela também poderia entrar nesta lista.

Por isso, decidiu contribuir com uma pesquisa para combater o câncer que mata mais de 40 mil mulheres por ano, só nos Estados Unidos.

Calculando o risco de câncer de mama

Você não vai encontrá-la trabalhando com células em um laboratório de biologia, no entanto. Sua arma contra o câncer é a análise estatística, que teve um papel fundamental no desenvolvimento de uma ferramenta online que permite que as mulheres e seus médicos avaliem com mais precisão o risco de desenvolver câncer de mama, a fim de tomar decisões mais informadas sobre os cuidados de saúde preventiva.

Como resultado de um trabalho com uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Francisco e em Davis, com o Group Health Research Institute e com a Clínica Mayo, Gard lançou uma calculadora de risco de câncer de mama online, que pode estimar as chances de câncer invasivo com base na idade, raça, etnia, histórico familiar, histórico de biópsia de mama e densidade da mama em mulheres.

A importância de considerar a densidade da mama

De acordo com a pesquisadora Charlotte Gard, esta ferramenta é a única que combina tanto a densidade da mama quanto resultados de biópsia.

Quando uma mulher faz uma mamografia, seu radiologista irá atribuir uma medida de densidade da mama que varia entre “a”, “b”, “c” ou “d”, onde “a” indica predominância de tecido adiposo e “d” indica que o tecido é extremamente denso. Como vários estudos já mostraram que as mulheres que têm mamas densas também têm um risco maior de desenvolver o câncer, a variável faz toda a diferença na precisão do cálculo.

Ao incluir esta informação, juntamente com os resultados de biópsias benignas, a calculadora ajuda a desenhar um quadro mais claro do risco de uma mulher ter câncer de mama em comparação com outras de sua idade, raça e etnia.

Atualmente, 24 dos 50 estados dos Estados Unidos exigem que as mulheres que fazem mamografia e têm densidade da mama “c” ou “d” sejam notificadas. O Novo México não está entre eles, segundo Gard, mas a legislação federal para fazer que esta seja uma exigência nacional está sob consideração. Isso significa que mais mulheres receberão informações sobre a densidade de sua mama em seus relatórios de mamografia, e poderão falar com seus médicos sobre os potenciais riscos desta característica.

Mais pesquisas

Um artigo sobre o novo modelo de avaliação de riscos foi recentemente publicado no Journal of Clinical Oncology (Jornal de Oncologia Clínica, em tradução livre).

Gard também está realizando pesquisas sobre a má classificação da densidade da mama por radiologistas. Há uma grande variabilidade de interpretação, o que pode criar uma falsa sensação de segurança ou um alarme falso quando relatórios são feitos com base em uma única medição de densidade.

Ela está explorando como características como nível de experiência do radiologista ou treinamento podem afetar esta variabilidade. Caso consiga identificar os fatores responsáveis por variações tão amplas, a comunidade médica pode investir em algum tipo de treinamento ou estabelecer algum tipo de padronização.

Tudo uma questão de informação

A preocupação é que as mulheres sejam informadas sobre a densidade da mama e não saibam o que fazer com essa informação. O relatório resultante desta calculadora online ajudaria as pacientes a compreender melhor o seu risco e, junto com o devido acompanhamento médico, determinar quais são os próximos passos.

A calculadora

A calculadora está disponível aqui, apenas em inglês.

Se você quiser calcular o seu risco em português, a Previneo, uma empresa criada por médicos que alia tecnologia ao conhecimento médico científico para reduzir a incidência e a mortalidade por câncer no Brasil, criou uma ferramenta semelhante. O resultado não é um diagnóstico médico, mas apenas uma forma de estimar probabilidades, fundamentado nos chamados “fatores de risco conhecidos”.

Você pode fazer o teste aqui. [ScienceDaily]

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