Certos cérebros podem ser “propensos” ao vício

Por , em 5.02.2012

Um novo estudo indica que anormalidades no cérebro podem tornar algumas pessoas mais susceptíveis a se tornarem viciadas em drogas do que outras.

O estudo sugere a dependência é em parte um “distúrbio do cérebro”, uma doença mental. E, como os cientistas descobriram as mesmas diferenças nos cérebros de viciados e de seus irmãos e irmãs não viciados, isso oferece esperança de novas formas de ensinar aos viciados “autocontrole”.

Já faz um tempo que os pesquisadores sabem que o cérebro de viciados em drogas têm algumas diferenças, mas explicá-las tem sido mais difícil.

Os especialistas não tinham certeza se as drogas mudavam o cérebro dos usuários, ou se cérebros de dependentes de drogas eram diferentes, em primeiro lugar.

O novo estudo tentou responder essa questão, comparando os cérebros de 50 viciados em crack ou cocaína com o cérebro de seu irmão ou irmã, que nunca tinha usado drogas. Ambos viciados e irmãos não viciados tinham as mesmas anomalias na região do cérebro que controla o comportamento, o sistema frontoestriatal.

A sugestão é de que estes cérebros podem ser “propensos” ao vício. Mas há muito tempo se sabe que nem todo mundo que usa drogas se torna viciado. “Isso mostra que a toxicodependência não é uma escolha de estilo de vida, é um distúrbio do cérebro e precisamos reconhecer isso”, disse a pesquisadora do estudo, Karen Ersche.

No entanto, os irmãos não viciados do estudo tiveram uma vida muito diferente, apesar de compartilhar a mesma susceptibilidade. “Estes irmãos e irmãs que não têm problemas de dependência podem nos dizer como superar esses problemas, como eles conseguiram autocontrole em sua vida diária”, explicou Karen.

O psiquiatra Paul Keedwell disse que o vício, como a maioria das doenças psiquiátricas, é produto tanto da natureza quanto da criação. “Precisamos acompanhar as pessoas por mais tempo para quantificar o risco relativo de natureza versus criação”, comentou.

É possível que as semelhanças no cérebro dos irmãos não se deva à genética, mas sim ao fato de terem crescido na mesma casa. Pesquisas sobre a relação entre o vício e a estrutura do cérebro estão longe de terminar.

Se for verdade que o vício não altera o cérebro, mas sim toma conta de um cérebro propenso, isso pode abrir caminho para novas terapias e tratamentos e até mesmo prevenção de vícios.[BBC]

6 comentários

  • pedro:

    a hestoria tem muitos exemplos disso,exemplo os colonos da america,conseguiam trocas mais vantajosas,alcool por peles etc,nas tribos que viviam em zonas com menos recursos ( deserto ).seguindo o raciocio do monge das ervilhas,se deixarmos uma populaçao isolada em um sitio com escassos recursos,por seleçao natural, passado muito tempo,os descendentes terao mais propensao para a adiçao.as ditas drogas multiplicam as sensaçoes mais basicas,saciedade, copula( orgasmo ),poder ,etc ,começa com ansiedade que leva a conseguir o objectivo,conseguido,entra em açao os mecanismos biologicos de recompensa( libertaçao de endorfinas,e sustancias de prazer que prolongam a estadia no cerebro )toda a gente sabe que se comer algo com fome ,sabe melhor!os vegetais tem estrategias,o tomateiro,entre varias substancis produz nicotina e a maior concentraçao quando esta esta maduro,toxico para os insectos,mas inofensivo para os animais de porte maior,que irao espalhar as sementes( os genes )exemplo- o comsumidor de tabaco tem a sensaçao inconsciente de se estar a alimentar ( saciar ),as drogas enganam o organismo e dao a sensaçao de preencher as nossas necessidades mais primitivas,a quem afirme que determinadas toxicodependencias sao doenças de sentimentos,pois os efeitos sao semelhantes a montanha russa biologica de que se apaixona ,havia muito mais por dizer ,mas estou a simplificar pois o espaço esta a acabar : )

  • Thais:

    acredito bastante nisso. me considero uma pessoa forte pra esse tipo de coisa. ja’ experimentei varios tipos de drogas, apenas por curiosidade como todo adolescente tolo. algumas usei mais que 1 vez, tipo maconha, mesmo nao tendo curtido muito. hoje nao tenho mais nenhum interesse, so’ experimentei e deu, meu cerebro sabe compreender a diferença entre usar pra experimentar e usar por diversao…e diferentemente de mim,tenho amigos que usaram para experimentar tambem e,infelizmente, cairam na tentaçao do vicio… e’ triste, mas realidade. alguns tendem a ser mais fracos, outros mais fortes. meu avo materno e praticamente minha familia materna foram/sao alcoolatras. devo ter o gene, mas nao se desenvolveu em mim, ainda bem. bebo socialmente e nao tenho nenhum problema com isso. mas agora to ha’ 2 meses sem beber… nos EUA so’ da pra beber com 21 kkk

  • galdino:

    Cada ciência no seu lugar: A genética faz sua parte, a neurologia a sua, a psiquiatria e a psicologia a sua. Não podemos saber de tudo ao mesmo tempo e não podemos enfiar goela abaixo os nossos conceitos sobre os outros. Dependência é um problema complexo que não se resolve olhando somente para os quatro pontos cardeais. É um problema multifatorial. Eu mesmo tive sérios problemas de alcoolismo, cheguei à beira da morte, hoje não bebo há 15 anos e sou voluntário em grupos de recuperação, dando meus testemunhos e minhas experiências e aprendendo que cada dependentes é um mundo e para cada um o tratamento deve ser dado de forma específica. Lembrando que não é médico, psicólogo, conselheiros, padre, pastor, que não recupera ninguém. Eles apenas ajudam. E ajuda não é ajuda, ajuda é somente ajuda. A maior parte depende do próprio dependente querer se recuperar. É difícil, é barra, a crise de abstinência é horrível, mas é compensador viver sóbrio, limpo, um dia de cada vez. Hoje vivo uma vida equilibrada espiritualmente, por quê depois do fundo do poço, reaprendi a viver e quê, embora a sociedade tenha desistido de mim, eu não desisti de mim mesmo. Somente algo maior do que nós mesmos pode nos devolver à sanidade. Isso se chama fé. Em quer que seja. Você quer, você pode. Não é só parar de beber que resolve o problema. É mudar de vida, de hábitos, lugares e pessoas. É buscar constantemente o progresso emocional e espiritual.
    Abraços.

    • Sylvia:

      Perfeitíssimo. Você disse tudo. A ajuda é só uma ajuda, e a ajuda só servirá se a pessoa quiser melhorar e mudar completamente a sua vida. Sou psicóloga e percebo claramente a diferença de quem quer realmente mudar e quem diz que quer mas no fundo a gente sente que ainda sente que ganha algo com o vício. Parabéns para você e que você jamais desista de você mesmo. E nada melhor do que viver um dia de cada vez. Abraços

  • Leão velho:

    Esta reportagem ainda não tem um aval,acredito eu em toda comunidade cientifica,pois essa comparação de cérebros de irmãos podem ter muitas variáveis.Outro comentário vazio é a afirmação que nem todo usuário de droga fica viciado. mas deveriam classificar e quantificar a droga: cigarro, maconha , cocaína,ópio,lsd,álcool,heroína,crack.Levando em consideração que um grupo grande de indivíduos vivam em um ambiente favorável ao uso de drogas: oferta fácil,pressão social forte, maus exemplos familiares, o que o leva a dar o primeiro passo é sómente a sua iniciativa e desisão pessoal.Daí para frente é só tristeza caos, e internações, e muita vêzes a morte.Todos os usuários de maconha e cocaína, cada um a seu tempo desenvolve esquizofrenia, muitas vêzes imperceptíveeis,no começo e que vai se agravando com o tempo.Essa balela que a maconha não causa danos mentais,é muito usada pelos usuários e por alguns falsos intelectuais que jamais foram a um manicômio psiquiátrico, e se foram sòmente de passagem , não tiveram interêsse ou um olhar profundo para os “internos” que lá se encontram.Era comun nos anos 80 e 90 êsses “intelectuais” exaltarem o uso de drogas em programas televisivos de entrevistas, com perguntas já selecionadas, ouvia-se o queriam. Posteriormente esse quadro mudou, quando uma quantidade enorme de crimes assolou o Brasil inteiro, em todas as camadas sociais,causadas pelas drogas e a violência que ela atrai.Houve então um apêlo imenso e crescimento dos salvadores que prometiam e prometem uma salvação,através da alienação e submissão.Ninguem deve-se iludir, a cura de um viciado vem através dos psiquiátras e psicólogos, que usam uma metedologia e medicamentos, o resto são aprendizes de feiticeiros.Atualmente a istória se repete,depois que milhares de pessoas se encontram no fundo do poço do crack, há uma mobilização ,ainda tímida, do governo que estão sendo afetados ,tambem na sua classe pela violência dessa droga, que até então era considerada droga de pobre.

  • Neitan Gomes:

    Prevenção de vícios, está aí uma coisa útil.

Deixe seu comentário!