Cientista faz descoberta importante ao criar animação para o filme Interstelar

Por , em 12.11.2014
Kip Thorne

Kip Thorne

Tempos estranhos estes, quando descobertas científicas são feitas durante a produção de um filme – o último lugar onde se espera encontrar alguma ciência séria é em Hollywood, com algumas notáveis exceções.

Aliás, descobertas científicas a partir do material feito para filmes é algo totalmente inédito, mas é o que aconteceu com “Interstelar”.

O roteiro do filme pedia um Buraco de Minhoca e um Buraco Negro Girante. Na busca de realismo, os produtores resolveram contratar o físico Kip Thorne, que já escreveu livros sobre gravidade, colaborou com Carl Sagan e Stephen Hawking, e é considerado uma das maiores autoridades em gravitação.

Kip começou indo para o quadro-negro e escrevendo as equações da Teoria da Relatividade de Albert Einstein. Um buraco negro não emite luz, então o que há para ver é o efeito causado pelo buraco negro no seu entorno. E isto significa uma lente gravitacional.

Einstein previu que a distorção do espaço-tempo causada pelo buraco negro funcionaria como uma lente de aumento, fato que tem sido usado por astrônomos e astrofísicos para examinar o universo além da capacidade do equipamento à disposição.

buraco negro interestelar

A surpresa aconteceu ao criar a visualização gráfica. Uma das coisas que um buraco negro girante faz é chamada de “frame dragging”, o que deveria produzir, segundo os cálculos de Thorne, um disco luminoso em torno do equador do buraco negro.

Só que, ao fazer a animação baseado nestes conceitos, o que Thorne viu foi um “eco luminoso” do disco acima e abaixo do buraco negro. Este efeito deu aos físicos um novo insight de como a luz se comporta em torno de buracos negros girantes.

buraco negro interestelar gif

A imagem resultante não é apenas a mais cientificamente precisa, mas também é muito bela. Quando começou a fazer o filme, o diretor Christopher Nolan achava que teria que dar uma maquiada nas imagens, para deixá-las mais agradáveis para a plateia. Não precisou.

Kip pretende apresentar dois trabalhos científicos, um para um periódico de astrofísica, e outro para um periódico de computação gráfica. [Business Insider]

6 comentários

  • Alex Oliveira:

    Ao*… continuando, que eram Cristais de Lítio, também sendo estudado como plausível.

  • Adrielle Lopes:

    Costumo dizer que cinema também é conhecimento! Obrigada por corroborar com meu pensamento! 😉

  • Reinaldo Del Fiaco:

    Mas Hollywood sempre foi um laboratório para ciências e engenharias, são raros os filmes que não geram produções científicas.

    • Cesar Grossmann:

      Sou cético desta sua afirmação, poderia indicar uma coletânea de filmes e produções científicas derivadas? Podemos fazer uma lista…

    • Alex Oliveira:

      Mas eu não diria que seriam muuitos os casos, mas existem sim. Muitos puxam para soluções criminais, tecnológicas e por ai via.

    • Alex Oliveira:

      Cezar, veja pela Nasa. Eles estão estudando a Dobra espacial, graças ou StarTrek. Sem falar que até o combustível usado na Interprise…

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