Cientistas chegam ainda mais perto de lerem pensamentos

Por , em 14.03.2009

Cientistas declaram que, pela primeira vez, eles entenderam alguns pensamentos observando a atividade cerebral.

O hipocampo do cérebro é conhecido por ser responsável pelo armazenamento de nossas memórias, mas pesquisadores, agora, afirmam saber e identificar como imagens estão sendo gravadas em nossa lembrança.

Na pesquisa, cientistas da Wellcome Trust treinaram quatro voluntários para reconhecer alguns ambientes de realidade virtual. Os neurônios no hipocampo dessas pessoas, então, começavam a mostrar atividade, reconhecendo onde elas “estavam”.

O time de cientistas, da University College de Londres, começou, então, a usar um equipamento especial que mede a mudança no fluxo sanguíneo ao redor do cérebro do voluntário. Isso os permitiu analisar a atividade celular enquanto os participantes – homens, com experiência em jogos de videogame – se moviam através do campo de realidade virtual em que estavam imersos. Os dados, então, eram repassados a um computador.

“Perguntamos-nos se encontraríamos padrões na atividade cerebral que nos mostrassem o que, exatamente, o voluntário estava pensando. Nesse caso, encontramos” declarou a professora Eleanor Maguire, uma das condutoras da pesquisa.

“Surpreendentemente, conseguimos prever exatamente onde os voluntários estavam no ambiente virtual, apenas olhando para o cérebro deles. Em outras palavras, pudemos ler suas memórias espaciais” explica.

Mesmo assim, os cientistas ressaltam que encontrar esse tipo de padrão e ler os pensamentos mais íntimos e secretos das pessoas são duas coisas diferentes. A segunda ainda está bem distante.

Os benefícios de pesquisas como essas são para pessoas que sofrem de doenças cerebrais, como Alzheimer.

“Entender como funciona o armazenamento de memória nos ajudaria a entender a maneira com que as lembranças são danificadas posteriormente. Então poderíamos ajudar os pacientes a se recuperarem também” diz a professora Maguire.

O professor Clive Ballard, diretor de pesquisas da Sociedade Alzheimer, declara que um maior entendimento do hipocampo, uma área chave afetada pelo Alzheimer, irá ajudar, também, no entendimento da doença. “Pesquisas que mostrem o funcionamento cerebral podem nos ajudar a descobrir que tipo de células nervosas são perdidas quando a pessoa sofre da doença” explica. [BBC]

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