Cientistas gravaram estas imagens em DNA e as resgataram com perfeição

Por , em 13.04.2016

Uma equipe de cientistas da Universidade de Washington (EUA) conseguiu armazenar e recuperar imagens usando moléculas de DNA. O processo, descrito em um trabalho apresentado na Conferência Internacional ACM sobre Arquiteturas de Suporte para Linguagens de Programação e Sistemas Operacionais.

Os autores, entre engenheiros, bioengenheiros e outros, codificaram os dados digitais de arquivos de imagem em sequências de nucleotídeos, criando trechos artificiais de DNA. Eles não só conseguiram fazer a codificação, ou seja, a gravação, como a decodificação, a leitura dos dados, reconstruindo a imagem original sem perder um único byte de informação.

A equipe também conseguiu codificar e recuperar dados de autenticação de vídeos do projeto Voices from the Rwanda Tribunal, que contém entrevistas com juízes, advogados e participantes do tribunal de crimes de guerra de Ruanda.

“Essencialmente, estamos reutilizando o DNA para armazenar dados digitais – imagens, vídeos, documentos – de uma forma administrável por centenas de milhares de anos”, conta Luiz Ceze, professor da Universidade de Washington e participante do projeto.

cientistas-gravaram-estas-imagens-em-dna-e-as-resgataram-com-perfeicao-2

Mas como é que os dados são armazenados em DNA? A informação original fica armazenada em forma binária, ou seja, 0’s e 1’s, e o DNA usa quatro nucleotídeos, adenina, guanina, citosina e timina.

A abordagem foi fazer uma conversão intermediária, usando codificação de Huffmann, uma maneira de codificar dados digitais com compressão sem perda de informação, codificando sequências mais frequentes para sequências mais curtas de dados.

O DNA resultante depois de sintetizado pode ser visto na foto – é a porção rosa na extremidade do tubo de ensaio. Ela também pode ser desidratada para armazenamento.

A recuperação dos dados é facilitada pela inserção de marcadores no código resultante. Depois de decodificar a sequência de DNA, os marcadores servem para localizar o início e o fim de um arquivo, por exemplo. A partir daí é só utilizar a codificação de Huffmann para recuperar a informação original.

Apesar da equipe conseguir codificar e recuperar algumas imagens, e poder ser usada para documentos, músicas, filmes e o que mais você tiver no computador, ainda é cedo para jogar fora seu pendrive ou disco rígido, já que a técnica ainda é cara, e precisa de um laboratório para fazer tanto a codificação quanto a recuperação da informação.

Assim que a técnica se tornar mais barata, ela poderá ser usada para arquivar informação que não precisa ser recuperada imediatamente. Segundo os cientistas, toda a informação que hoje é armazenada em um supercentro Walmart pode ser armazenada em um espaço do tamanho de um cubo de açúcar. [GizmodoUniversidade de Washington]

Deixe seu comentário!