Colonizadores “desbravadores” tinham maior natalidade nas famílias

Por , em 9.11.2011

Durante a colonização da América do Norte, grandes populações migravam para oeste em busca de novas terras. Nessas migrações, as famílias se dividiam em dois grupos. Algumas criavam raízes e fixavam residência em um terreno. Outras, no entanto, “viviam no limite”: moravam em áreas periféricas, na vanguarda de movimentos de migração ainda em movimento. Este grupo de “nômades”, conforme estudo da Universidade de Montreal (Canadá), era mais propenso a ter filhos.

O estudo foi focado justamente no Canadá. Os pesquisadores compararam os dois grupos: colonizadores que chegavam a uma terra para ocupá-la e viver dela, e “nômades”, através dos quais a expansão para oeste teve curso.

A análise dos descendentes destes primeiros colonizadores, que chegaram ao Canadá no século XVII, mostrou uma surpresa. As famílias do grupo “nômade” tinham 15% de vantagem na taxa de natalidade.

O estudo dos pesquisadores de Montreal foi um misto de história e genética. Eles analisaram os registros de 1,2 milhões de habitantes de uma pequena região de Quebec, no Canadá, de 1686 a 1960. A partir da leitura de documentos, verificaram que as pessoas do grupo “em movimento” tendiam a se casar mais cedo e a ter mais filhos do que aqueles que fixavam residência.

O aumento na fertilidade, por sua vez, trouxe consequências ao painel genético daquela população. Ao final dos quase 300 anos de análise, havia na população entre 1,2 e 3,9 vezes mais genes das antigas famílias “da fronteira”, em comparação ao outro grupo.

A composição atual de vários povos do mundo, como explicam os cientistas, pode ser explicada através de movimentos migratórios. Basta comparar os genes do presente com os hábitos familiares dos povos do passado.
A própria expansão do ser humano primitivo a partir da África, há cerca de 50 mil anos, foi produto de um crescente aumento de fertilidade na população. [LiveScience]

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