Cientistas criam comida a partir de eletricidade e isso pode ser a solução da fome

Por , em 27.07.2017

Pesquisadores finlandeses criaram uma porção de proteína unicelular nutritiva o suficiente para servir como uma refeição através de um sistema alimentado por energia renovável. Todo o processo requer apenas eletricidade, água, dióxido de carbono e micróbios. A comida sintética foi criada como parte do projeto Food From Electricity, que é uma colaboração entre a Universidade de Tecnologia de Lappeenranta (LUT) e o Centro de Pesquisa Técnica VTT da Finlândia.

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Depois de expor as matérias-primas à eletrólise em um biorreator, o processo forma um pó que consiste em mais de 50% de proteína e 25% de carboidratos – a textura também pode ser alterada alterando os micróbios utilizados na produção.

O próximo estágio, de acordo com Juha-Pekka Pitkänen, cientista principal da VTT, é otimizar o sistema, porque, atualmente, um biorreator do tamanho de uma xícara de café leva cerca de duas semanas para produzir um grama de proteína. “Atualmente estamos nos concentrando no desenvolvimento da tecnologia: conceitos de reator, tecnologia, melhoria de eficiência e controle do processo”, explica Pitkänen.

Ele prevê que levaria cerca de uma década antes de uma versão mais eficiente do sistema estar amplamente disponível. “Talvez 10 anos seja um prazo realista para alcançar a capacidade comercial, em termos da legislação necessária e da tecnologia do processo”, afirma.

Carne feita em laboratório está ficando mais barata

Comida para todos

O potencial impacto de alimentos produzidos com eletricidade e outras matérias-primas amplamente disponíveis é enorme. Primeiro, como meio de alimentar pessoas famintas e fornecer uma fonte de alimento em áreas que não são adequadas para a produção agrícola. Pitkänen disse que, no futuro, “a tecnologia pode ser transportada para, por exemplo, desertos e outras áreas que enfrentam a fome”, fornecendo uma fonte de alimentos baratos e nutritivos para aqueles que mais precisam deles.

A máquina também funciona de forma independente dos fatores ambientais, o que significa que poderia alimentar as pessoas de forma consistente – Jero Ahola, professor da LUT, disse em um comunicado de imprensa que ela “não requer uma localização com as condições certas para a agricultura, como a temperatura certa, umidade ou um certo tipo de solo”.

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Em segundo lugar, como forma de diminuir as emissões globais de gases, reduzindo a demanda por gado alimentar e as culturas necessárias para alimentá-lo. Atualmente, o setor de carne representa entre 14 e 18% das emissões globais de gases de efeito estufa, além de absorver pedaços de terra que poderiam ser aplicados para outros fins.

O projeto de alimentos feitos através da eletricidade poderia diminuir a quantidade de agricultura insustentável necessária para nos alimentar, pois nos fornece um método menor, mais barato e renovável para obter nossos nutrientes. Outras soluções para este problema incluem carne cultivada em laboratório ou a agricultura de insetos, que produzem menos desperdício e requerem menos energia. [Futurism]

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