Como, afinal, nós aprendemos coisas?

Por , em 14.06.2010

“É como andar de bicicleta: a gente nunca esquece”. Porque isso é verdade? Como esse e outros conhecimentos ficam no que os cientistas chamam de “piloto automático” do nosso cérebro?
A resposta, segundo pesquisadores do MIT (sigla, em inglês, para Instituto Tecnológico de Massachussets, nos EUA) está em uma atividade compartilhada, basicamente, entre dois setores do cérebro: o corpo estriado dorsolateral e o dorso medial. Os dois seriam responsáveis por garantir ao cérebro a capacidade do “piloto automático”.

Estes corpos estriados estão localizados na parte inferior do cérebro, próximos ao tálamo. O MIT fez uma varredura no cérebro e constatou que esses dois estriados trabalham em revezamento. No momento em que algo é aprendido, o estriado dorsolateral, responsável pela circulação rápida da informação, entra em alta atividade. Enquanto isso, o dorso medial, que é responsável pela capacidade cognitiva (o armazenamento de dados), fica em baixa.

O teste foi feito com ratos. A missão deles era buscar um pedaço de comida no fim de um labirinto: a todas estas, seus cérebros eram analisados por varredura. Conforme o rato ia tentando de dirigir até a comida, suas funções cerebrais se definiam: tomadas de decisão rápidas, tais como parar, continuar e virar eram precedidas por uma grande atividade no estriado dorsolateral. Por outro lado, decisões de peso que exigiam certa “análise” (tais como virar à esquerda ou à direita) eram indicadas pelo trabalho no dorso medial. Esta divisão básica dá uma pista sobre como funciona esse mesmo setor no cérebro humano.

É como analisar a memória de um computador. O estriado dorsolateral é como a memória RAM: é o depósito de baixa memória, para a informação rápida e imediata. Quando você tenta decorar um número de telefone, por exemplo, é o estriado dorsolateral que guarda a informação. Essa memória, contudo, é efêmera, como um rascunho: não fica no seu cérebro para o dia seguinte.

Para que você realmente aprenda a informação, o cérebro faz o processo inverso: o estriado dorso medial entra em atividade, com sua grande capacidade de armazenamento. É como a memória HD: quando você dorme, os dados são transferidos para o dorso medial, mas para isso você tem que “salvar” as informações lá. Nesse caso, “salvar” pode ser comparado a estudar: você precisa se concentrar em memorizar a informação para que ela não se perca ainda na memória RAM. A nossa memória permanente, por sua vez, tem uma grande capacidade, mas nada se aprende sozinho. O conhecimento não entra lá por osmose ou absorção. Portanto, estude! [Live Science]

5 comentários

  • Vera:

    Já li livros falando sobre isso…

    não é uma descoberta recente

  • alexandra:

    relamente thiago as opções são diversas…tudi depende do gosto de cada pessoa…

  • ThiagoSperandio:

    Rafael Alves, está de parabéns!

    Todos aqui reclamamos de conteúdo, e essa matéria tem! Se achamos interessante ou não, isso é questão de gosto, como no caso da matemática, por exemplo.

    Um abraço!

  • Ivan Souto:

    Coisas interessantes?!…

  • Melk:

    Ótima matéria, parabéns.

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