Como a camiseta foi inventada?

Por , em 21.10.2014

A camiseta é, sem dúvida, a peça de roupa mais popular em todo o mundo. Com uma variedade de tipos, cores e tamanhos, há literalmente uma para cada estilo. Mas de onde veio esta peça icônica e como ela se tornou tão popular?

Relativamente falando, a camiseta é uma peça nova nos nossos guarda-roupas, que passou a ser aceitável somente há cerca de meio século.

A peça em si existe (embora com pescoços mais largos e mangas mais curtas) desde o início do século 20, mas foi quase universalmente considerada como roupa de baixo e raramente, ou nunca, usada em público.

Acredita-se que as camisetas modernas evoluíram a partir de uma espécie de roupa de baixo tudo-em-um feita de flanela vermelha conhecida como “uniforme sindical”, popular entre os trabalhadores no século 19. O uniforme sindical foi patenteado em 1868 em Nova York e foi baseado em um tipo semelhante de roupa que tinha sido popular entre as mulheres vitorianas. Porém, essa peça de roupa estava longe de ser usada no dia a dia.

Só em 1904 a Cooper Underwear Company começou a comercializar peças de roupa que um dia se tornariam as nossas camisetas modernas. O anúncio mostrava que a “camiseta de baixo”, como era conhecida então, era constituída por uma única peça de tecido que não tinha botões, o que significava que seria mais durável do que a sua contraparte abotoada, e com menos manutenção.

Logo depois, esse tipo de camiseta começou a ser usada pela Marinha americana – como parte debaixo do uniforme, mas com permissão para que fosse usada isoladamente em climas quentes. O mesmo aconteceu com o Exército estadunidense, que usou camisetas durante a Primeira Guerra Mundial. Alguns dos soldados trouxeram a nova moda para casa após o fim do conflito.

F. Scott Fitzgerald foi a primeira pessoa conhecida a usar a palavra “camiseta” em uma publicação, quando ele a incluiu em seu romance de estreia, This Side of Paradise (Este Lado do Paraíso, em tradução livre) como um dos itens que a personagem principal leva para a universidade. Na verdade, um ligeiro ajuste no design de camisetas teve início nas universidades, com a invenção da “camiseta de gola”. Elas foram feitas em 1932 pelo Jockey International Inc da Universidade do Sul da Califórnia, nos EUA, que queria uma roupa leve e absorvente que seus jogadores de futebol americano pudessem usar debaixo de suas camisas para evitar fricção e atrito. A peça foi um enorme sucesso entre a equipe e não demorou muito para que os estudantes começassem popularmente a usá-las.

Depois da Segunda Guerra Mundial, os soldados novamente tiveram um papel decisivo na popularização das camisetas, ao incluí-las em seus guarda-roupas diários quando voltaram para casa. A popularidade da camiseta como um vestuário exterior aumentou ainda mais graças a Marlon Brando e seu papel como Stanley Kowalski em Um Bonde Chamado Desejo, que contou com seu personagem vestindo um modelo apertado (como a maioria era, neste ponto). O desempenho latente de Brando, tanto na peça quanto no filme de 1951, causou um pico em vendas de camisetas nos EUA.

Não demorou muito para que as empresas percebessem o potencial dessa nova vestimenta, popularizando em seguida a prática agora onipresente de colocar desenhos nas camisetas.

No Brasil, assim como no resto do mundo, a revolução social que aconteceu na década de 60, com os jovens contestando o status quo, trouxe um novo apelo às camisetas. Até esse período, elas também eram usadas por baixo das camisas por aqui. Durante os anos 60, elas passaram a ser exibidas como peças individuais definitivamente, sendo importantes expressões de contestação e rebeldia. [Gizmodo]

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