Como o fim do dinheiro “vivo” vai mudar sua vida

Por , em 29.04.2013

Mais comuns a cada dia que passa, transações feitas digitalmente (seja em sites de banco ou em máquinas de cartão de débito/crédito) poderão, daqui a alguns anos, fazer com que cédulas de moedas caiam no esquecimento. Acha exagero? Pense em quanto dinheiro você costumava carregar antes de ter um cartão de débito ou de começar a usar internet banking, para ter uma ideia.

Considerando esse não-tão-distante cenário, Chris Null, colaborador do site Laptopmag.com, listou 8 mudanças que o fim do dinheiro “em espécie” poderá causar em sua vida.

8. “Clique aqui para dar uma gorjeta”

Sem moedas ou notas, você terá que dar gorjetas digitalmente – e, como o valor é pequeno, a transação não compensaria para o estabelecimento, já que ele paga por operação (é por isso, aliás, que muitas lojas só aceitam compras com cartão acima de alguns reais). O mais provável é que, para compensar a falta de gorjetas, os preços dos produtos aumentem e os serviços piorem.

7. O fim das esmolas

Na impossibilidade de sair por aí com máquinas de cartão de crédito, pedintes e pessoas que prestam pequenos serviços nas ruas (como “cuidar” de carros ou vender doces em sinaleiros) teriam de encontrar outra forma de sobreviver, muito provavelmente indo atrás de instituições de amparo social.

6. Diversão (não mais) discreta nos clubes

Certos estabelecimentos, como “bares executivos” ou clubes de stripper, preferem que o cliente pague em espécie – o que, a princípio, ajuda até mesmo a dar algum anonimato ao próprio, que não precisa explicar para a esposa como um bar executivo apareceu na fatura do cartão. Sem dinheiro vivo circulando, eles teriam de implementar máquinas de cartão, e as notas colocadas na roupa de dançarinas exóticas dariam lugar a fichas ou algo do tipo, compradas no balcão.

5. “Passa o celular!”

No futuro, “dinheiro de plástico” ou celulares que fazem transações seriam alvos mais frequentes de ladrões, que dificilmente se contentariam apenas com isso, forçando a vítima a dar suas senhas – ou, se ela for aparentemente rica, partindo para um sequestro em troco de resgate.

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4. Caridade digital

ONGs, igrejas e instituições de caridade teriam de ser criativas se quisessem sobreviver sem pequenas doações que, somadas, fazem uma diferença brutal – embora até nesse cenário Marco Feliciano e sua ideia de pedir a senha de cartão de crédito de um fiel continua sendo considerada reprovável. No lugar de caixinhas para colocar notas e moedas, haveria mais eventos beneficentes, como bazares, bingos e feiras – equipadas para receber pagamentos em cartão, é claro.

3. Caça-níqueis virtuais

Essa mudança seria mais comum em países como os Estados Unidos, em que cassinos e outros estabelecimentos desse tipo são legalizados: fichas substituiriam completamente dinheiro vivo usado em apostas, e máquinas de jogos que aceitam cartão substituiriam os famosos caça-níqueis. Da mesma forma que acontece com quem só faz compras com cartão, o fato de não ver o dinheiro “indo embora” deixaria jogadores compulsivos ainda mais tentados a gastar todas as suas economias em apostas.

2. Sonegar impostos: missão (praticamente) impossível

Registros digitais de todas as suas transações fariam a alegria da Receita Federal e dificultariam imensamente a vida de sonegadores de impostos. Talvez cheguemos ao ponto de ter impostos cobrados automaticamente no ato da compra.

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1. O fim dos caixas eletrônicos

De início, caixas eletrônicos passariam a ser usados basicamente para pagar contas ou fazer transferências bancárias mas, com o passar do tempo, as pessoas começariam a fazer tudo isso de casa mesmo (ou, no máximo, em uma agência bancária), e eles se tornariam obsoletos.[LiveScience]

8 comentários

  • xicole:

    Discordo do ítem 5. Se não existe dinheiro em espéssime, como o bandido vai receber o valor do resgate?

    • garretereis:

      Vai receber virtualmente, como numa transferência bancária normal. Ele pode usar o dinheiro em operações virtuais. Se precisar de dinheiro em espécie, pode comprar (câmbio) usando o dinheiro virtual.

  • Gustavo Ats:

    “6. Diversão (não mais) discreta nos clubes

    Discordo… Basta que a empresa troque o nome fantasia da mesma pela razão social… Na fatura do cartão apareceria algo como “João da Silva EPP” e não “Casa de Strip da Luz Azul”

  • garretereis:

    Interessante citar o Bitcoin, a moeda virtual de maior sucesso no momento. Em relação ao texto, ela ainda não taxada por país nenhum. É uma moeda livre, descentralizada, sem nenhuma entidade reguladora central. É uma total quebra de paradigma!

  • Caio Lopes:

    Nem cartão mais. É bem possivel que façam tudo pela digital do dedo…

  • Josney:

    Dinheiro, seja de papel ou virtual, não representa uma sociedade de maneira justa. Temos tecnologia suficiente, há anos, para podermos viver, todos do planeta, no mais completo luxo e evolução sem o dinheiro e suas injustiças, ganâncias, poder, imperialismo, competição, destruição etc.

    Referências: Filmes“Zeitgeist Moving Forward” e “Zeitgeist Addendum” de Peter Joseph. “A História da Obsolescência Programada” da Arte France, “A Escravidão Moderna” de Jean-Francois Brient, “A Corporação” de Mark Achbar, “O Mundo Segundo A Monsanto” de Marie-Monique Robin. Livro “Sua Vida é uma Porcaria. E a Culpa é Minha.” de Juliano Moreira.

  • André de Santa:

    Seria uma tremenda revolução no nosso cotidiano, que deve ser realizada aos poucos. Haveria a necessidade de contruir um sistema bancário online muito mais seguro que o atual, a fim de impedir a ocorrência de fraudes comandadas por crackers. Mesmo na presença de um sistema que atenda os requisitos, é necessário reconhecer que nem todos estão hoje suficientemente familiarizados com o mundo digital ao ponto de se permitirem depositar total confiança na sua habilidade de manejar as finanças de tal maneira, além de também não confiarem em tal sistema pelo seu modo abstrato de lidar com o dinheiro. Assim, o fim do dinheiro em espécie deve ser antecido por um projeto de educação financeira digital, fornecido pelo Estado gratuitamente, algo fantasioso no país em que vivemos.

  • David Dos Santos Silva:

    Acho que chevamos nesse mundo.

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