A estranha relação entre as lembranças escolares e o casamento futuro

Por , em 18.11.2013
Famosa "lembrança escolar" de Marlene Figueroa Andrade, de 1965. Crédito: Educadores Serelepes

Famosa “lembrança escolar” de Marlene Figueroa Andrade, de 1965. Crédito: Educadores Serelepes

A tradição dos yearbooks – os livros que são feitos anualmente com fotos individuais de todos os alunos de escolas norte-americanas – é algo bastante forte nos Estados Unidos, comuns também em algumas partes do Brasil. Analisando estas imagens, pesquisadores descobriram que as crianças que parecem infelizes nas fotos de escola são cinco vezes mais propensas a se divorciar do que aquelas que sorriem mais.

O estudo mostrou que pessoas que permaneceram casadas ​​na vida adulta tendem a sorrir mais ampla e calorosamente em suas fotografias escolares, enquanto futuros divorciados eram mais propensos a sorrir fracamente ou nem mesmo mostravam os dentes perante o fatídico flash. A pergunta da qual o psicólogo Matthew Hertenstein partiu é se seria possível determinar, a partir destes registros, em que momento da vida aquelas crianças estavam ou se era possível prever o futuro delas.

O professor associado de psicologia da DePauw University, do estado de Indiana, mediu as demonstrações emocionais de centenas de anuários. Em um artigo para o jornal “The Wall Street Journal”, ele afirmou ter descoberto que os indivíduos que sorriam menos genuinamente eram cinco vezes mais propensos a se divorciar em algum momento de suas vidas do que aqueles com fotografias felizes.

Para identificar quem estava forçando um sorriso amarelo ou sendo espontâneo, foram analisadas a contração do músculo que puxa os cantos dos lábios, bem como o orbicular, que é o músculo que faz com que os olhos de alguém também “sorriam”. Hertenstein explicou que futuros divorciados tendem a não sorrir, ou se o fizeram, não contraíram seu músculo orbicular dos olhos – indicando um sorriso que não era genuíno.

Junto com sua equipe, o psicólogo, que é o autor de um novo livro chamado “The tell: The little clues that reveal big truths about who we are” (“O aviso: As pequenas pistas que revelam grandes verdades sobre quem somos”, em tradução livre), examinou as fotos de anuário da infância e adolescência de pessoas com mais de 55 anos em uma pequena cidade no centro-oeste dos EUA.

Como parte de sua pesquisa, em 2009, que foi publicada na revista “Motivation and Emotion”, eles também analisaram fotografias dos participantes em aniversários e formaturas. A conclusão foi de que estas fotos previam o divórcio com ainda maior precisão do que as fotos dos yearbooks.

Já um estudo realizado pelos psicólogos LeeAnne Harker e Dacher Keltner, em 2001, demonstrou que fotografias do anuário de universitários também podem prever se, 30 anos após a graduação, eles estarão desfrutando de uma vida com menos tristeza, ansiedade e desespero. Publicado no Journal of Personality e Social Psychology, o artigo relata que foi descoberto que os alunos mais austeros eram menos bem conectados socialmente e tinham menos vidas menos satisfatórias do que os seus colegas sorridentes.

No entanto, o professor Hertenstein admite que sorrir em fotos não pode gerar resultados felizes e não é o único indicador válido deles. “Seu sorriso, ou a ausência dele, não é o grande determinante do seu destino. Casos individuais, certamente, irão variar”, escreve. [Daily Mail, EducadoresSerelepes]

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