4 nojentas criaturas bizarras

Por , em 9.09.2014

AVISO: Conteúdo gráfico altamente nojento à frente! Os sensíveis e fracos de estômago não devem prosseguir.

Infelizmente, o mundo não é feito somente de filhotinhos de cachorro, coelhos de páscoa e bebês gordinhos. A natureza também caprichou no outro lado do espectro de fofura: criaturas extremamente nojentas e bizarras estão à solta por aí. Sua pele já começou a coçar? Confira:

1. Berne

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O primeiro bicho horrível dessa lista é a larva parasita da berne, que escava carne humana, se alimenta do tecido que a rodeia, e pode crescer – dentro de você – a mais de três centímetros de comprimento. Nojento? Quase nada.

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Tudo começa com um portador, geralmente um mosquito, no qual a berne gruda seus ovos. Quando ele voa para longe e encontra um humano ou outro mamífero para se alimentar, o calor do corpo faz com que os ovos de berne se choquem, caiam e entrem no indivíduo através da ferida que o mosquito fez.

Uma parte da berne fica para fora da pele, permitindo que a larva respire e evite que o anfitrião cure a ferida. Ela pode ficar ali por até três meses, comendo e crescendo, e você só sentiria uma sensação de queimação e coceira leve. É possível retirá-la, caso você a descubra em seu corpo. Se não, quando a larva está finalmente pronta para amadurecer, ela amplia o orifício de respiração e sai para a luz do dia. A pessoa muitas vezes nem notam um bicho rastejando para fora delas – o que é provavelmente melhor, mesmo.

Para os fortes, o vídeo abaixo mostra uma extração de berne.

2. Sapo-do-surinã ou sapo-pipa

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Anfíbios estão em grande vantagem no que diz respeito ao nascimento de filhotes: nada de partos sofridos para esses bichos que põem ovos. Exceto o sapo-pipa, que consegue ter uma experiência ainda mais traumática que a mãe humana.

As fêmeas dessa espécie absorvem seus ovos em suas próprias costas, e é de lá mesmo que seus filhotes saem, vivos e prontos para o mundo. Durante acrobacias, o macho fertiliza os ovos da fêmea, até 100 deles, que grudam na sua pele espessa.

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Os filhotes se desenvolvem por vários meses, pulando a fase de girino inteiramente, e quando estão prontos, um a um, se espremem das costas de sua mãe para a água. É uma das cenas mais perturbadoras da natureza:

Apesar de nojento, é uma adaptação evolutiva incrível. Em vez de colocar seus ovos em lugares perigosos, expostos à predação, o sapo-pipa carrega seus filhotes na segurança de seu corpo, assim como os mamíferos evoluíram para desenvolver seus bebês em seus ventres.

Outra adaptação evolutiva que rendeu uma esquisitice a esse sapo é seu corpo assombrosamente plano, que lhe dá uma aparência de animal atropelado. Faz todo sentido, no entanto, já que o sapo-pipa vive escondido entre as folhas no fundo das lagoas da América do Sul, habitat para o qual seu corpo reto e coloração marrom são perfeitamente adequados.

3. Pulga-do-mar

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No Golfo da Califórnia, existe um bicho conhecido como pulga-do-mar (Cymothoa exigua) que se infiltra nas guelras de peixes e come suas línguas. Pior: o animal se torna a nova língua dos peixes.

Este ataque notável é o único exemplo conhecido no reino animal de um parasita que substitui um órgão funcional de seu hospedeiro. O animal se ancora à sua vítima escolhida com sete pares de pernas com espinhos. Quando cresce, alimenta-se da língua sugando o sangue para fora dela. Desta forma, lentamente drena o órgão, que atrofia pouco a pouco, até que apenas um esboço muscular permanece. Assim, o bicho se agarra com tudo a esses restos e se torna a nova língua do peixe.
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Essa relação provavelmente evoluiu para manter o hospedeiro vivo, afinal, se a pulga-do-mar não fizesse as vezes de língua do peixe, ficaria sem casa.

4. Lampreia

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A lampreia, criatura que parece uma enguia e é a pedra no sapato de muitos moradores de rios, drena o sangue de suas vítimas, ou raspa sua carne até o osso. Nos Grandes Lagos da América do Norte, elas são uma ameaça invasiva, causando estragos em pescarias que preferem que suas capturas não tenham chupões gigantes.
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As lampreias que comem carne têm dentes afiados que se movem lado a lado e para cima e para baixo. A estrutura convexa com um forte dente no meio permite que o animal arranque grandes pedaços de carne de uma vez. As sugadoras de sangue, por sua vez, têm dentes mais finos, todos aproximadamente do mesmo tamanho, que lhe permitem “raspar” todo o tecido para chegar aos vasos sanguíneos. Além disso, para manter o fluxo de sangue, o segundo tipo de lampreia tem glândulas em sua garganta que segregam um anticoagulante.

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Não importa o seu tipo de alimentação, a lampreia tem que naturalmente primeiro encontrar sua presa, e para isso usa células ao longo de seu corpo que lhe ajudam a sentir vibrações na água. Uma vez que descobre uma vítima, começa a usar pistas visuais para realmente identificar o ponto específico onde ela se encontra. [Wired 1,2,3,4]

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3 comentários

  • Eduardo Fernandes:

    Só uma correção: A berne é a larva da própria mosca. Ela encontra carne exposta e deposita lá seus ovos, como pode ser conferido aqui http://pt.wikipedia.org/wiki/Berne

    Se a Wikipédia não for o bastante, tem meu testemunho que, como criei muitos cães já vi várias vezes o procedimento feito pelas moscas da berne. São aquelas grandes varejeiras que tem a capacidade de ficarem paradas no ar. Elas encontram uma ferida e depositam seus ovos sem piedade. É horrível…

    • Cesar Grossmann:

      Existem moscas e moscas. O berne penetra na pele e cria uma câmara para si, e é difícil de retirar, se você não souber como. As moscas que colocam ovos sobre feridas não formam bernes, mas nascem larvas que se alimentam da matéria em decomposição da ferida. Por sinal, se você não tiver condições de higienizar uma ferida, o melhor que você pode fazer é deixar estas larvas na ferida, elas mantém a mesma limpinha…

      Como é que você sabe a diferença? Se você vê a larvinha, é por que não é berne. Para quem está curioso, o jeito de tirar um berne é primeiro matar ele. Uma compressa com álcool, ou até mesmo banha (sufoca o bicho) fazem o serviço. Depois que o berne morreu, um simples apertão, como quem espreme uma espinha, vai tirar o bicho de lá. Mas se ele ainda estiver vivo, ele vai se prender e vai ser muito, muito difícil tirar…

    • Eduardo Fernandes:

      Sim, como eu disse. Essas larvas são das moscas varejeiras. Aquelas que são esverdeadas, azuladas que ficam paradas no ar.

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