Descoberta chocante: as bactérias que “comem” eletricidade

Por , em 13.03.2014

A gente já ouviu falar sobre muitas dietas bizarras por aí. Coisas como Dieta da Bela Adormecida, Dieta da Sopa de Repolho, Dieta da Água Gelada, Dieta do Aleluia, Dieta do A Espera de Um Milagre, e por aí vai. A lista é infinita e, acredite, desse assunto eu entendo bastante. Mas, segundo descobertas dos cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, uma simples e comum espécie de bactéria tem como dieta o que toda mulher maníaca por controle de peso gostaria ser capaz de fazer: elas se alimentam por luz do sol e eletricidade.

A bactéria Rhodopseudomonas plustris pode usar condutividade natural para puxar elétrons de minerais localizados remotamente em solos e sedimentos enquanto se mantém na superfície, onde absorvem a luz solar necessária para produzir sua própria energia.

Calma, nada a ver com Frankenstein

Peter Girguis, um dos pesquisadores envolvido no trabalho, disse que quando pensamos em eletricidade e organismos vivos, já relacionamos diretamente com uma das mais clássicas criaturas da literatura, o tenebroso Frankenstein. Mas, na verdade, todos os organismos vivos usam elétrons, que conduzem eletricidade, para funcionar. “No coração desta pesquisa está um processo chamado transferência de elétrons extracelular (TEE), que envolve o movimento de elétrons dentro e fora das células. O que fomos capazes de mostrar é que estes micróbios pegam eletricidade, que vai para o seu metabolismo central, e descrevemos alguns dos sistemas que estão envolvidos nesse processo”, conta Girguis.

Antes, os cientistas achavam que os micróbios precisavam de ferro para os abastecer com as quantidades de elétrons necessárias para produzirem energia. Mas os testes mostraram que não. Ao ligar um eletrodo em colônias de micróbios em um laboratório, os pesquisadores observaram que eles poderiam pegar elétrons de fontes não ferrosas, o que sugere que também podem usar outros minerais ricos em elétrons – como outros metais e compostos de enxofre – encontrados na natureza.

O gene

Usando ferramentas genéticas, os pesquisadores também foram capazes de identificar um gene que é fundamental para essa capacidade de transportar elétrons. E compreender exatamente qual é o papel desse gene na condução dessas partículas subatômicas é fundamental para os pesquisadores, pois, também segundo Girguis, “genes relacionados são encontrados em diversos outros micro-organismos da natureza, e nós ainda não sabemos exatamente qual é o papel que desempenham neles. Isso apenas oferece uma evidência tentadora de que outros micróbios estão realizando esse processo também”.

Aplicações

Embora os cientistas permaneçam céticos quanto a possível eficácia desses micróbios capazes de realizar a transferência de elétrons extracelular para a geração de energia, há outras áreas em que eles podem ser colocados em uso, como na indústria farmacêutica. “Acho que a maior oportunidade aqui é usar esses micróbios que são capazes de captar elétrons para produzir algo que seja de interesse geral”, completa Girguis.

Agora, o que será esse “algo”, só nos resta esperar para ver. E, claro, torcer para que outros pesquisadores e cientistas usem essa descoberta com criatividade para fomentar a inovação em suas áreas de estudo, beneficiando a humanidade com novas, e cada vez mais, tecnologias. [Science Daily]

1 comentário

  • Rafael Andrette:

    Acredito que faltou um “a” no nome da espécie, o correto seria “Rhodopseudomonas palustris”

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