Descoberto um sistema planetário orbitando estrelas binárias

Por , em 15.09.2012

Até 2011, só os autores de ficção científica acreditavam que planetas poderiam orbitar estrelas binárias. Foi quando o telescópio Kepler encontrou um planeta orbitando um sistema assim, o Kepler 16b. Depois, foram encontrados mais dois sistemas deste tipo, Kepler 34 e Kepler 35.

Agora, o telescópio Kepler encontrou um sistema com dois planetas orbitando um sistema binário. Trata-se do sistema Kepler 47, distante 4.900 anos-luz, na constelação do Cisne, e composto por duas estrelas, a maior com o tamanho do nosso sol, mas com apenas 84% do brilho solar, e a estrela menor com um terço do tamanho do sol e apenas 1% do brilho solar. O par completa uma órbita em torno do centro de gravidade do sistema em 7 dias e meio.

Os planetas são diferentes. Kepler 47b tem três vezes o tamanho da Terra, e está orbitando o par em 50 dias. Provavelmente é um mundo sufocante, onde a destruição do metano em sua atmosfera superaquecida deve criar uma grossa neblina global.

Kepler 47c orbita o sistema a cada 303 dias, o que o coloca na zona habitável do sistema. Mas ele provavelmente não tem superfície, já que parece ser um gigante gasoso pouco maior que Netuno.

A descoberta dos planetas do sistema Kepler 47 é mais uma evidência de que os sistemas binários, muito comuns na galáxia, também podem ter planetas em suas órbitas. Ao mesmo tempo cria um problema, já que a teoria atual de formação de planetas não explica satisfatoriamente como estes podem ter se formado. Melhor para os astrônomos, que vão ter que se divertir corrigindo seus modelos. [Science @ Nasa]

8 comentários

  • Murilo Mazzolo:

    (leigo na área kk’)
    Então, como os dois planetas permanecem em órbita sem causar nenhum tipo de “acidente”? e como a estrela menor não é atraída pela Maior, já que, eu acho, que a maior tem um campo gravitacional mais forte?? Será que de alguma forma, a presença das duas estrelas fez com que criasse apenas um campo gravitacional pra exercer a força necessária pra manter os dois planetas em órbita? E uma anularia a atração pela outra não causando colisões??

    Alguém podia me explicar isso? Obrigado!!

  • Bruno Rosa:

    O Universo me fascina, se olhássemos mais para fora, tanta bobagem e crenças limitadas desapareceriam. Não somos nada, nem um grão de areia nessa equação. Apenas um raro acontecimento, num raro sistema, criando em um raro conjunto de ecossistemas que nos deram a oportunidade de evoluir e existir.

    Quando vamos dar importância ao que deve ser estudado e pensado?

    Até quando o dinheiro vai definir os rumos das coisas? :/

  • Filipe Alves:

    Como às estrelas ainda nao se chocaram com à força da gravidade?se alguem souber explicar agradeço.

  • RebeloFernandes:

    As duas estrelas devem ter pertencido à mesma nuvem protoestelar.
    Se nessa nuvem aparecerem regiões em que o potencial gravítico seja superior ao gerado no centro de massa da nuvem, irão aparecer diferentes centros de massa.Os dois principais que originariam as estrelas mais centrais e os mais pequenos mais na periferia.
    Tal é explicável com a teoria da variável gravítica universal, que aumentará com a expansão do universo. Esse aumento de G provoca o afastamento dos centros de massa e a retração das massas locais(QM).
    Regressando ao exemplo, teremos então a retração da nuvem protoestrelar na direção dos pontos de maior potencial gravítico.
    Os planetas gravitam o sistema duplo de estrelas e elas gravitam-se. Com o passar do tempo, as estrelas irão afastar-se uma da outra (afastar-se do centro de massa do sistema) e diminuindo de tamanho acontecendo o mesmo aos planetas.
    Temos bem perto esse exemplo, com o afastamento da Lua relativamente à Terra e de todas as luas de Júpiter e Saturno em relação aos seus planetas.
    Quanto `esfericidade das luas originadas nos planetas é compreensivel também à luz de G variável.
    Como no passado G era muito mais pequena, a gravidade também o era e assim os átomos e os corpos celestes seriam muito mais “moles” e a sua esfericidade muito mais fácil de acontecer.
    Já os asteroides não, pois devem ser resultado de acontecimentos dramáticos galácticos e serão muito mais recentes, mais “duros”.
    15% da população de asteroides são também binários, resultado de partes fissuradas que com o aumento de G se afastaram.
    O potencial gravítico ´num mesmo local é sempre constante.

  • Gilmar Oliveira Ferreira:

    Puxa é uma pena, nesse caso creio que é impossível os humanos irem lá para explorar o planeta, nem o Voyage 1 conseguiu atravessar o sistema solar ao longo dos seus 30 anos.

    Está mais fácil de Marte e a lua Europa serem as últimas saídas para a sobrevivência de vida inteligente do sistema solar.

  • Jonatas:

    As duas estrelas juntas brilham menos que o Sol, mas sua dança ao redor do centro de gravidade do sistema deve causar ondas gravitacionais interessantes, improvável um corpo planetário se formar e manter-se estável numa condição assim. Está cada vez mais provável que o fenômeno da formação de sistemas planetários é mais em função de corpos migratórios e colisões numa mesa de bilhar cósmica do que as formações locais via aglutinação.
    Acredito que a maioria dos Planetas do Universo é errante e não surge ao redor de estrelas, eles devem se formar em Nebulosas ou dos restos de estrelas que explodiram: por isso a presença constante de carbono e rochas em mundos como a Terra e os Planetas anões, os elementos pesados do universo surgem da evolução das estrelas.
    E também as luas, como Tritão, é fato conhecido que esse corpo é capturado, e não se formou ao redor de Netuno – órbita retrógrada. Por outro lado, Mimas é pequeno mas coeso e esférico, enquanto asteroides maiores que Mimas são mais irregulares. Essa regularidade de luas esféricas ou ovais, pequenas demais a obter sua esfericidade com sua própria gravidade, tiveram seu equilíbrio hidrostático por se formarem justamente nas imediações de um grande Planeta, como Saturno.
    A verdadeira história a cerca de objetos nativos e imigrantes do Sistema Solar só será conhecida com um completo mapeamento de distribuição química. Se Ganimedes se formou junto com Calisto, duas luas que partilham o mesmo sistema – Júpiter -, sua constituição deve ser parecida, com leves diferenças previsíveis, as oriundas da região em que terão se formado, mais perto ou mais longe do Gigante Gasoso, por exemplo. Será que temos gêmeos no Sistema Solar? Urano e Netuno são bem parecidos, Terra, Vênus e Marte também… Não podemos nos ater a aparência superficial, o segredo está na estrutura interna, essa tem que ser mais conhecida.

    • Cesar Grossmann:

      Não sei, talvez existam planetas que se originaram desta forma, mas o fenômeno de planetas originados em anéis de acresção também não pode ser descartada. Talvez seja um fenômeno misto.

    • Jonatas:

      De acordo. 🙂

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