Descobertos dois novos planetas que orbitam duas estrelas

Por , em 15.01.2012

O Kepler descobriu dois novos planetas que orbitam um sistema com estrelas duplas, algo nunca observado antes.

Os novos planetas, chamados de Kepler-34b e Kepler-35b, foram anunciados no dia 11 de janeiro. Ambos orbitam uma “estrela binária”. Elas são um par de estrelas atraídas gravitacionalmente que orbitam uma a outra. Apesar da existência desses tipos de corpos ter sido prevista, a ideia continuava no campo teórico. Os cientistas a nomearam Kepler-16b “Tatooine”, fazendo referência ao mundo com dois sóis na série “Star Wars”.

“Nós já acreditávamos que esse tipo de planeta era possível, mas foram muito difíceis de detectar por uma série de dificuldades técnicas”, afirma o líder do estudo, Eric B. Ford. “Com a descoberta do Kepler-16b, 34b e 35b, a missão Kepler mostrou que a galáxia tem milhões de planetas orbitando duas estrelas”.

Os planetas foram descobertos ao notar que a luz diminuía conforme a passagem deles, por ambas as estrelas. O Kepler também registrou que luz diminuía com a passagem da outra estrela. Os laços gravitacionais comuns entre as estrelas e os planetas tornam a transição regular, permitindo que os astrônomos confirmem a massa dos planetas.

Ambos os planetas são gigantes gasosos de baixa densidade, comparáveis ao tamanho de Júpiter, mas muito menos massivos. Em comparação com nosso vizinho, o Kepler-34b é 24% menor, mas tem uma massa 78% inferior. A órbita completa dura 288 dias terrestres. Já o Kepler-35b é 26% menor, e tem 88% menos massa, completando sua órbita muito mais rápido, em 131 dias.

Os cientistas acreditam que eles são formados principalmente por hidrogênio, e são muito quentes para abrigar vida.

“Planetas que orbitam duas estrelas têm climas muito mais complexos, já que a distância entre eles e cada estrela muda significativamente durante o período orbital”, afirma Ford. “Para o Kepler-35b, a quantidade de luz recebida varia 50% durante um ano terrestre. Para o Kepler-34b, cada ano terrestre traz um ‘verão’ com 2.3 vezes mais luz do que o inverno. Durante um ano, a quantidade de luz que aquece a Terra varia apenas 6%”.

A maioria das estrelas similares ao Sol não estão sozinhas, como o nosso, mas têm um “parceiro”, formando um sistema, ou estrela, binário. O Kepler já identificou cerca de 2.165 binários, entre as mais de 160 mil estrelas observadas.

A NASA planeja parar de receber dados da nave Kepler em novembro de 2012.

“Os astrônomos estão praticamente implorando para que a NASA estenda a missão Kepler até 2016, para que possamos descobrir as massas e órbitas dos planetas similares à Terra, em zonas habitáveis. O Kepler está revolucionando muitos campos, não só o da ciência planetária”, comenta Ford. “Seria uma vergonha não maximizar o retorno científico desse grande observatório. Espero que o bom senso prevaleça e a missão continue”.

Você pode contribuir com a caça a planetas usando dados reais do Kepler, no site planethunters.org. [ScienceDaily]

24 comentários

  • Blizzard:

    Mt loko … nunca ja tinha visto 2 planetas juntos . mais eles foram engolidos por um buraco negro .. foto legal .. da um joinha ae .. nao ranca o dedo

  • Roni Pensador:

    Nova campanha: FICA KEPLER!

  • Carter hall:

    A via lactea e um lugar cheio de supresas

  • Ozzy Osbourne:

    pq parar em novembro de 2012???

  • Mamamia:

    Se uma estrela de um sistema binário começar a morrer(supernova) antes da outra, ela engoliria a outra estrela e ficaria com mais combustível pra interromper o processo de supernova por mais alguns anos? ‘-‘

  • Daniel:

    só eu que tentei encontrar os novos planetas seguindo o link embaixo do texto?

  • Jonatas:

    Se a Terra fosse um Planeta de dois sóis, as mudanças climáticas seriam constantes, teríamos eras glaciais e aquecimentos globais em décadas, e não em milênios. A diferença entre verão e inverno seria mais drástica que a diferença entre a noite do inverno russo e o dia de verão no Saara.

    • Doctor M.:

      REalmente, se bem que “Verao do Saara” nao é um exemplo bom, ja que a diferenca da temperatura entre dia e noite é extremo. ‘–

    • Jonatas:

      Cuidei esse aspecto, minha frase final se refere a “um dia de verão no Saara”

  • Roni Pensador:

    Podem ainda existir planetas menores difíceis de detectar pois a influência no movimento das estrelas deve ser mínimo, ou ainda se tentassemos localiza -los através do método de ” micro eclipse” da estrela, seria a mesma dificuldade. Vamos esperar quando tivermos telescópios em órbita capazes de detectar a luz de planetas extra – solares.

    • Jonatas:

      Roni pensador, essa galáxia pode estar superpovoada de planetas (dizem estudos), mais planetas do que estrelas, contando os planetas errantes (sem sóis). O modelo de formação de tropoestrelas em nebulosas diz que o número de núcleos embrionários estelares menores que não conseguem ascender na sequencia principal, os que viram Anãs Marrons (estrelas falhadas) são muito mais numerosos que os que viram estrelas de verdade, e o número de acúmulos que não viraram nem anãs marrons são ainda mais numerosos, esses poderão virar planetas jupiterianos e os acúmulos rochosos cujo processo de acressão é interrompido por gravitações vizinhas acabam dando origens a superterras e terras.

    • Roni Pensador:

      Jonatas concordo . Já vi documentários sobre o universo ( perdi a conta de quantos rs rs ) será que planetas que foram ejetados de seu sistema e mesmo estrelas, poderiam vir em direção a terra? Levando em conta a causa da ejecão, o choque com outros planetas ou esplosão de estrelas (uma hipótese minha: talvez se o planeta ou estrela passasse perto de ou buraco negro poderia sofrer uma aceleração, assim como as sondas terrestres fazem, o escape de matéria da estrela ou planeta poderia servir de” motores ?) poderia um corpo celeste chegar aqui de “surpresa” digamos de 6 meses ? Abraço.

    • Jonatas:

      Quando um planeta não tem sol, está a sua própria sorte, já que apesar das estrelas e também os planetas errantes orbitarem ao redor do núcleo galáctico, essas órbitas são muito mais influenciáveis que a de um planeta ao redor do Sol, porque a massa do corpo da galáxia é muito maior que a massa do núcleo galáctico, ao contrário do sistema solar onde a massa do Sol é dominante (mais de 99% da massa do sistema solar está no Sol). Mas mesmo erantes e perturbáveis gravitacionalmente por massas galácticas, como grupos de estrelas e buracos negros, um planeta errante dificilmente adentra o sistema solar dada a vastidão e isolamento da região onde vivemos. Para se ter uma idéia, não há qualquer outra estrela num espaço de 8 anos luz de diâmetro ao redor do Sol. Choques interplanetarios envolvendo planetas errantes só devem ser rasoavelmente frequentes em regiões povoadas, como enxames de estrelas, nebulosas de emissão e o centro galáctico. Mas se déssemos o azar de um em milhão de um planeta adentrar nossos domínios, a influência gravitacional de Júpiter e Saturno o atrairia ao sistema solar exterior, e no fim poderia expulsá-lo de volta ao espaço interestelar.

  • Sergio:

    Como será a órbita desses planetas? Digo isto devido ás ondas gravitaçionais provocadas pelo sistema binário.Deve ser uma órbita bem confusa. Alguém aqui poderia explica-la? Estou curioso!!!

  • Hugo:

    Como funciona esse sistema? A orbita do planeta forma um oito?

    • Anonimo:

      Bem, pelo que eu li em outro site de astronomia os 2 planetas não orbitam as mesmas estrelas.

      O Kepler-34b orbita suas duas estrelas, semelhantes ao Sol, a cada 289 dias, e as próprias estrelas giram uma em torno da outra a cada 28 dias.

      O Kepler 35b-gira em torno de um par de estrelas menores (80 e 89 por cento da massa do Sol) a cada 131 dias, e suas estrelas orbitam uma à outra a cada 21 dias

      E ambos os sistemas estão na constelação de Cisne

    • Sergio:

      Um 8 perfeito é impossível de fazer!!! O máximo que pode fazer é uma elipse em volta das 2 estrelas tipo pentâmera.

    • Jonatas:

      Algumas simulações apontam ser possível de fato um ponto de equilíbrio orbital em que o Planeta descreva um oito entre as estrelas numa alternância periódica de sol. O processo no entanto seria instável e o planeta acabaria expulso de seu sistema em alguns milhares de anos, num efeito gravitacional chamado “estilingue”.

    • Cristiano M. G.:

      Já li em sites de astronomia que existem ambos os casos: planetas que orbitam cada uma das estrelas de tempos em tempos, perfazendo um “8”, e planetas que orbitam as duas simultaneamente, o que parece ser o caso aqui.

  • João:

    Graças ao Kepler descobrimos que a galáxia está repleta de planetas. Que ele fique lá em cima o máximo possível.

    • Emerson Brito:

      Não entendi por que a NASA está planejando “parar de receber dados da nave Kepler em novembro de 2012”.

      Se a “nave” já está lá, por que não continuar a receber suas informações ???

    • Cesar:

      Prazo de validade. Um telescópio em órbita da Terra precisa de manutenção constante (como o Hubble) ou então ele vai durar menos tempo em órbita). O último resto de combustível geralmente é usado para enviar o satélite a uma órbita “cemitério”, onde só tem satélites artificiais desativados.

    • Emerson Brito:

      Ok. Entendi.

      Mas então porque “Os astrônomos estão praticamente implorando para que a NASA estenda a missão Kepler até 2016, …” ?

      Se já está no fim do seu prazo de validade, o que os astrônomos desejam fazer para “…maximizar o retorno científico desse grande observatório.” ?

  • André Luis:

    Em Star Wars, Tatooine não é quente por acaso!!!

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