Esse jogo poderá dizer se você tem Alzheimer

Por , em 7.05.2016

Quer ajudar no desenvolvimento da medicina enquanto se diverte? Um novo jogo para smartphones acaba de ser lançado por um grupo de neurologistas britânicos que precisam coletar informações que ajudarão no diagnóstico da demência em futuros pacientes. Ele se chama Sea Hero Quest e envolve barcos, monstros e ilhas.

Neurocientistas querem que 100 mil pessoas testem o jogo até o final de 2016 para coletarem informação sobre a habilidade de navegação do público geral. Com essas informações, será possível identificar rapidamente pacientes com problemas de noção espacial e memória, ajudando no diagnóstico precoce da doença.

Labirintos divertidos

jogo diagnostico demencia 2
Funciona assim: os jogadores devem procurar artefatos – que na verdade são memórias perdidas do pai do personagem principal – em diferentes locais do mundo. Para progredir, você deve passar por vários percursos que funcionam como labirintos. É essa movimentação que é registrada pelos pesquisadores. Assim, eles terão informações sobre a memória e senso de localização de pessoas de várias idades e regiões do planeta.

Os dados são anônimos e só podem ser acessados pelos pesquisadores da University College London (Inglaterra). “O primeiro passo é estabelecer essa base de informações sobre como as pessoas navegam. Isso nos dá a ferramenta para desenvolver o diagnóstico”, diz o neurocientista Hugo Spiers.

Em outras palavras: se você jogar este jogo quando ele já for usado como ferramenta de diagnóstico e se perder com muita frequência ou levar muito mais tempo para cumprir as missões do que a média mundial, isso indicará ao seu médico que pode haver um problema com a sua saúde.

A equipe de Spiers espera que o jogo possa ser usado como um termômetro para identificar cedo os primeiros sinais da demência e também para acompanhar o tratamento médico. “Você poderia dar o jogo a pacientes e monitorar se a medicação está funcionando de forma eficaz”, aponta ele.

O jogo foi desenvolvido por cientistas da University College London, University of East Anglia, Deustche Telecom, Alzheimer’s Research UK e pelos designers de jogos Glitchers.

Próximo passo

Spiers também quer que voluntários joguem o game enquanto têm o cérebro escaneado para visualizar quais partes do órgão ficam mais ativas. “Espero coletar neuroimagens de pessoas jogando esse jogo para realmente entender como os circuitos são ativados conforme as pessoas o jogam”, explica o médico.

Esta não é a primeira pesquisa feita usando jogos abertos para o público. Em 2014 o Cancer Research UK (Reino Unido) lançou cinco jogos, entre eles o Play to cure: genes in space, que envolve cenários espaciais. Esse projeto da pesquisa sobre o câncer alcançou 500 mil pessoas em 182 países, e foi considerado um sucesso.

Demência em números

Em 2015, mais de 46 milhões de pessoas viviam com a demência globalmente, de acordo com informações do World Alzheimer Report 2015. Estima-se que a cada três segundos, uma pessoa desenvolva demência no mundo todo.

O problema é uma soma de sintomas como perda de memória, piora na habilidade de navegar pelo ambiente, dificuldades de raciocínio e de solucionar problemas. É causado por doenças como Alzheimer e Parkinson.

Apesar do enorme número de pessoas afetadas, ainda não há um teste preciso para diagnosticar o problema precocemente. [CNN, Cancer Research UK]

Conheça o jogo:

1 comentário

  • Dinho01:

    O título dá a entender que ao jogar esse jogo teríamos um diagnóstico da nossa condição de saúde mas pelo visto isso não acontece.

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