Estudo diz que a influência do sal sobre a pressão arterial é estatisticamente insignificante

Por , em 10.09.2014

De acordo com um novo estudo publicado no American Journal of Hypertension, a ligação entre a ingestão de sal e a hipertensão não é clara e parece ser estatisticamente insignificante.

Os pesquisadores afirmam que o aumento do índice de massa corporal, a idade e outros fatores dietéticos têm maior influência na pressão arterial sistólica do que a ingestão de sódio.

O que afeta e o que não afeta

Os pesquisadores mediram os efeitos da ingestão de sódio, do índice de massa corporal, da atividade física, do consumo de álcool e de fatores dietéticos que não a ingestão de sódio sobre a pressão arterial de 8.670 adultos na França.

Eles concluíram que o índice de massa corporal, a idade e o consumo de álcool foram todos fortemente ligados a um aumento da pressão arterial.

A ingestão de sódio, no entanto, mostrou-se estatisticamente insignificante em relação a pressão arterial.

O maior consumo de frutas e legumes diminuiu significativamente a pressão arterial, enquanto que o aumento da atividade física não mostrou nenhum efeito perceptível.

Nenhum dos indivíduos do estudo recebeu tratamento farmacológico para hipertensão durante o período da pesquisa.

Prevenção

De acordo com o Dr. Jacques Blacher, principal autor do estudo, professor de terapêutica na Universidade Paris-Descartes e vice-presidente da Sociedade Francesa de Hipertensão Arterial, a nova pesquisa deve desempenhar um papel de destaque na determinação de iniciativas de saúde pública para a redução da epidemia de hipertensão.

“A hipertensão é a doença crônica mais prevalente no mundo. Ela afeta mais de 30% dos adultos com idades entre 25 anos ou mais, e é responsável por 9,4 milhões de mortes a cada ano. Dada a sua crescente prevalência e as dificuldades que a comunidade global de saúde têm em sua gestão, mais [ações] devem ser feitas para identificar as relações causais de comportamentos com a pressão arterial que podem levar a melhores estratégias para a prevenção da hipertensão”, argumenta.

Os autores do estudo observaram que, embora os fatores de estilo de vida medidos no estudo sejam muitas vezes alvo de tratamentos médicos para pacientes com hipertensão, há surpreendentemente poucos dados sobre seus efeitos individuais sobre a pressão arterial dentro de populações farmacologicamente não tratadas – isso foi exatamente o que a nova pesquisa se dispôs a fazer, o que mostrou que os especialistas podem não estar sugerindo os melhores tratamentos possíveis. [Science20]

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