Experimento mais demorado do mundo finalmente é filmado: vídeo

Por , em 20.07.2013

Em 1927, o professor Thomas Parnell, da Universidade de Queensland, em Brisbane, Austrália, para demonstrar aos alunos que algumas substâncias parecem sólidas, mas são líquidos de altíssima viscosidade, iniciou o experimento da gota de piche.

Basicamente, ele colocou um certo volume de piche em um funil, pingando, e esperou que o líquido passasse para outro lugar. Só que o tempo entre uma gota e outra normalmente passa dos 90 meses (7 anos e meio), sendo que a última gota a cair, em 28 de novembro de 2000, tinha levado 148 meses (pouco mais de 12 anos) para completar a queda.

Ninguém conseguiu testemunhar ou registrar em vídeo o momento dessa queda – um problema na webcam impediu a filmagem da ação.

Entretanto, em 1944, o cientista ganhador do Nobel Ernest Walton iniciou um experimento semelhante na Escola de Física da Faculdade de Trinity, em Dublin, na Irlanda.

Da mesma forma que o experimento na Austrália, este também já havia pingado várias vezes, mas sem nenhuma testemunha – até o dia 11 de julho, quando foi capturado em vídeo o momento da queda da gota de piche.

[box type=”shadow”]Com os dados do lento gotejar do piche, os cientistas do Trinity College estimaram que ele é dois milhões de vezes mais viscoso que o mel e dois bilhões de vezes mais viscoso que a água.[/box]

O experimento de Brisbane está registrado no Guinness Book como sendo o mais antigo experimento de laboratório que ainda está em execução, e também ganhou o Prêmio igNobel em 2005.

Espera-se que este ano a queda da gota australiana seja, finalmente, registrada em vídeo, como foi a queda da gota de Dublin.

Se você acha que tem sorte, pode tentar testemunhar o exato momento em que a gota de piche de Brisbane pingará: o experimento tem uma webcam instalada. [LiveScience, RTE, NewScientist, Trinity College School of Physics]

7 comentários

  • Falcone Big:

    E eu que jurava que o experimento mais longo da história era a reforma política brasileira.

  • Rogério Siqueira:

    O vidro é ‘considerado’ um líquido de altíssima viscosidade, e não que ele ‘seja’ um líquido de fato; isso ocorre porque a estrutura do vidro apresenta algumas propriedades típicas de um fluido (irregularidades na acomodação das moléculas). Dizer que o vidro é considerado um liquido de altíssima viscosidade é o mesmo que chamá-lo de sólido amorfo. Muito bons os comentários, obrigado. (TERMOLOGIA)

  • Rogério Siqueira:

    Realmente interessante; lembrando que pela Física Clássica, vidro também é considerado líquido de altíssima viscosidade, um bom exemplo está nos vitrais de igrejas medievais, onde a espessura do vidro próxima a base é maior em relação às partes mais altas.

    • Bruno Bondezan:

      Na verdade não, https://hypescience.com/o-vidro-e-um-liquido-mito-ou-realidade/

    • GillFarlei Santos:

      não é oque essa matéria aqui diz https://hypescience.com/o-vidro-e-um-liquido-mito-ou-realidade/

    • Hrungnir:

      Isso não passa de lenda urbana que se virou ”verdade”, até mesmo em grande parte do meio cientifico.
      O vidro é um sólido sim, a confusão começa porque é um sólido amorfo, e quem descreveu os sólidos amorfos pela primeira vez referiu que a sua estrutura era idêntica a um ”liquido arrefecido”, não que este tinha comportamento de liquido, aí começou parte da confusão.
      Quanto às igrejas… Os vidros já foram colocados assim nas igrejas, pois o processo de fabrico dos grandes vitrais da época não permitia grande rigor, ficando com partes mais espessas, por uma questão de equilíbrio o lado mais espesso/pesado era colocado em baixo, por isso é possível encontrar ”escorrimento” apenas num canto, e base mais um lado, a melhor prova são os vitrais onde não era possível rodar a peça, que também apresentam o lados mais espessos em cima.

      O vidro é sólido.

  • Cleodon Alves:

    Intrigante… Vou colocar em minha agenda diária…
    Obrigado pelo compartilhamento Sr. Cesar

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