A perfeita espiral da galáxia M74

Por , em 7.04.2011

Se não é perfeito, esse espiral é, pelo menos, muito fotogênico. Essa galáxia tem 100 bilhões de estrelas e fica a 32 milhões de anos-luz, na direção da constelação de Peixes.

A M74 possui vários aglomerados de estrelas, que você vê em azul, e corredores mais escuros de poeira cósmica.

A imagem que você vê foi obtida com 19 horas de exposição no telescópio Calar Alto que fica na Sierra de Los Filabres, na Espanha. Tem uma largura de 30 mil anos-luz. [Nasa]

15 comentários

  • Afer Ventus:

    Felipe,

    infelizmente não tem como colocar sem Photoshop (ou qualquer outro programa de edição de imagens).

    Para tirar uma foto de um objeto no céu (corpos celestes como Lua, planetas, galáxias, nebulosas, etc.) é necessário que a câmera fique com o obturador aberto por longo perído (conhecido por foto de longa exposição).

    Quanto mais distante o objeto, mais fraca a sua luz e consequentemente mais tempo de exposição é necessário.

    Dependendo o objeto a ser fotografado e do seu equipamento, vc precisará de 5, 10, 30, 50… minutos de exposição para que a luz fraca do objeto sensibilize o CCD. E se fizer com filtros LRGB (limunância, vermelho, verde e azul), precisará de 4 fotos com a mesma duração, (4×5, 4×10, 4×30, 4×50… minutos conforme o caso). É claro que estou simplificando as coisas… mesmo usando filtros, pode-se ter o tempo de exposição para cada um na relação 2:1:1.

    Então, vc agora sabe que para tirar foto de objeto não muito luminoso, precisa de tempo de exposição prolongado. Mas vem a pergunta: qual o problema disso?

    O problema é que a Terra gira. Ela dá uma volta sobre si em 24h. Como uma volta tem 360º então cada hora tem 15º. Se vc usa uma exposição de 50min o objeto terá se deslocado no céu
    12º30′ (doze graus e trinta minutos de arco) aproximadamente.

    Então o objeto ficaria como um traço luminoso na foto. Para resolver isso, as câmeras capturam frames (instantes do objeto no céu, por exemplo) mas sem desabilitar o CCD (além disso, o telescópio no qual a câmera está acoplada acompanha o movimento do objeto quando sua montagem é altazimutal ou acompanha o movimento da Terra quando a montagem é equatorial. Com isso as diferenças se tornam pequenas).

    Então, em cada frame o objeto fotografado está um pouco deslocado em relação ao anterior (tanto em localização quanto em rotação. A rotação é mantida no caso do telescópio ter montagem equatorial, sendo um problema a menos nesse caso).

    Assim, usa-se programas apropriados para empilhar esses frames alinhando o objeto. Cada imagem com o objeto fraco vai se reforçando a medida em que são empilhadas e alinhadas.

    O retoque vem com o Photoshop. Acerto de luminância, contraste, matiz, saturação, etc.etc.etc.

    A criatividade do pessoal da NASA como vc disse fica a cargo de melhorar a arte final e não de inventar a imagem no Photoshop (diferentemente do que ocorre com as mulheres fotografadas que os caras inventam uma perfeição onde não tem).

    Até.

  • Afer Ventus:

    Juliano,

    vc perguntou (retoricamente) ao Felipe: “Vc acha que as imagens espaciais são capturadas na luz visível e eles tratam a foto para ficar assim?”… a resposta é SIM.

    SIM: imagens SÃO SIM capturadas na luz visível
    e
    SIM: são tratadas no Photoshop
    e mais
    SIM: são capturadas também em infravermelho
    e
    SIM: mesmo essas são tratadas no Photoshop

    ou qualquer outro editor de imagens.

    Sou astrônomo e capturo as imagens usando uma DSI PRO II monocromática e filtros RGB. Cada imagem capturada (com filtro vermelho, verde e azul) é tratada no Photoshop e compõem a imagem final.

    Nada te impede de fazer as capturas com câmeras CCD coloridas, mas se vc estudar mais um pouco como sugeriu ao Felipe, verá que a preferência é por monocromáticas com filtro pois, na monocromática, TODOS os pixels do CCD recebem a luz igualmente, enquanto que nas coloridas, os pixels RGB capturam somente o comprimento de onda correspondente, ou seja, se uma luz cujo comprimento de onda está no azul incidir no pixel R (vermelho) do CCD, ela não é capturada, acarretando em perda de resolução. A relação de pixels coloridos é 2:1:1 (2 pixels p/ verde, 1 p/ vermelho e 1 p/ azul). Não se perde luminância mas perde-se resolução da cor.

    Leia um pouco mais sobre astrofotografia.

    Mas não precisa ler sobre astrofotografia para saber que mesmo capturando qualquer imagem na luz infravermelha, vc precisa converter de alguma forma para luz visível para ver o que capturou… se capturar na luz infravermelha e não tratar, vc não vai ver do mesmo jeito, pois se continuar em infravermelho, o olho humano não consegue capturar a luz nesse comprimento de onda.

    E SIM, a NASA também trata no Photoshop. Mesmo as imagens feitas com captura de infravermelho.

  • Juliano:

    Felipe,

    photoshop? onde? Vc acha que as imagens espaciais são capturadas na luz visível e eles tratam a foto para ficar assim? Essa foi capturada no ifravermelho. Estude ou, no mínimo, pesquise antes de criticar!!!

  • bronce:

    Quem sabe se não estamos a olhar para milhões de planetas habitados por seres vivos.

  • Carlos Riekmann:

    O mais interessante é ver inumeras outras galáxias ao fundo e notar o quanto somos pequenos.

  • clarice:

    the picture is superb

  • Bruno Juncklaus:

    Teoria Glauco

  • Afer Ventus:

    Asc. reta 01h 36m 42s
    Declinação +15° 47′ 01″

  • pri:

    só sei q é lindo!

  • Wilian:

    Bela foto para wallpaper!

  • Glauco:

    Aí o pessoal inventa que uma imaginária “Matéria escura”, que deveria ser caótica caso existisse, é responsável por toda essa simetria!

    Ô ciência porca!

  • FELIPE:

    O pessoal da NASA é bem criativo. Mas, acho que eles deviam colocar as fotos sem photoshop. Não da pra saber nem quando eles capturou essa imagem.

  • Ian:

    Simplesmente linda *.*

  • epinha:

    Ah, todas as outras luzes mais fracas ao fundo são na verdade outras galaxias inteiras, podem olhar de perto que vai dar pra perceber.

  • epinha:

    Quando vemos fotos de outras galaxias sempre tem umas estrelas mais fortes que fazem uma cruzinha (reflexo na lente). Essas estrelas estão na nossa própria Via Lactea no meio do caminho, milhões de anos luz a frente da galaxia fotografada.

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