França é o primeiro país a proibir copos, talheres e pratos de plástico

Por , em 20.09.2016

A França aprovou uma lei que proíbe o uso de plástico convencional em materiais descartáveis, como copos, talheres e pratos.

As empresas de manufatura de tais produtos, obviamente, não gostaram nada disso. Elas afirmam que a decisão é uma violação da lei e pedem que a União Europeia lute contra ela.

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Compostáveis

Como parte da iniciativa “Transição Energética para o Crescimento Verde (“Energy Transition for Green Growth”), todos os pratos, copos e talheres de plástico convencional serão proibidos na França a partir de 2020.

Com isso, o país espera minimizar o impacto ambiental da produção e utilização de materiais descartáveis. A lei, aprovada no verão de 2015, exige que todos os utensílios descartáveis sejam feitos de materiais compostáveis à base de plantas, em vez de plástico à base de petróleo convencional.

Produtos compostáveis são como produtos biodegradáveis (tudo o que é natural o suficiente para se degradar de maneira fácil e natural), mas também são ricos em nutrientes que são liberados no solo, tornando-os melhores para o meio-ambiente. Seu tempo de desagregação pode variar de um mês a seis meses.

É importante lembrar, no entanto, que as embalagens compostáveis precisam de um descarte adequado e consciente – ou seja, nada de simplesmente jogá-las em lixões. O descarte correto dos itens pode ser feito por degradabilidade, oxidegradação (através de sais metálicos), hidro-degradação (por meio de hidrólise), foto-degradação (com o uso de luz) ou mesmo de forma biodegradável, através da ação natural de microrganismos.

Críticas

A decisão francesa irritou – e muito – produtores de embalagens plásticas. A organização de fabricantes de embalagens europeus, Pack2Go Europa, com sede em Bruxelas, está ameaçando levar o assunto para o tribunal caso a Comissão Europeia autorize a França a prosseguir com a proibição.

“Estamos pedindo que a Comissão Europeia faça a coisa certa e tome medidas legais contra a França por violar o direito europeu”, disse o secretário-geral da Pack2Go, Eamonn Bates.

“A França está indo contra a regra de livre circulação de bens da União Europeia e esta ação é totalmente fora de proporção com o risco ambiental que a louça de plásticos descartáveis representa, na realidade”, complementou o presidente da Pack2Go, Mike Turner.

Os críticos da lei argumentam que não há provas suficientes dos benefícios ambientais da utilização de materiais obtidos de fontes biológicas para produtos descartáveis, e estão alegando que a lei não passa de um golpe publicitário.

Eles também afirmam que o uso de plásticos à base de plantas pode sair pela culatra, quando as pessoas assumirem automaticamente que eles se decompõem prontamente, jogando seus materiais descartáveis nos lugares errados.

Não está legal para você, plástico

Enquanto pode ser que os produtos compostáveis não sejam perfeitos, dados estatísticos não estão ajudando o caso dos plásticos convencionais. De acordo com o jornal francês The Local, a França joga fora 4,73 bilhões de copos de plástico a cada ano, e apenas 1% é reciclado.

A plataforma ecológica EcoWatch afirma que leva 500 a 1.000 anos para a substância se degradar. Atualmente, eles estimam que 40% da superfície dos oceanos do mundo estejam cobertas de restos de plástico.

As empresas de fabricação de plástico estão certas em se preocupar, porém, visto que este movimento pode se estender a outros países. Em São Paulo, por exemplo, supermercados já são obrigados a usar sacolinhas feitas de matéria-prima renovável, menos prejudicial ao meio ambiente, o que resultou em muitos deles cobrando para distribui-las.

No final de 2014, entrou em vigor o Plano Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil, como uma forma de incentivar a reciclagem. Os brasileiros jogam fora 76 milhões de toneladas de lixo – 30% desse total poderia ser reaproveitado, mas isso só ocorre com 3%. [Futurism, VidaSustentavel, TeraAmbiental, G1]

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