Higgsogênese: novo modelo sobre o início do universo

Por , em 13.10.2014

Recentemente, em função de um artigo publicado na revista “Physical Review Letters”, houve notícias sobre um novo modelo cosmológico conhecido como higgsogênese. O termo refere-se à primeira aparição das partículas de Higgs no início do universo, assim como a bariogênese se refere ao aparecimento de bárions (prótons e nêutrons) nos primeiros momentos após o Big Bang. Enquanto a bariogênese é um processo bem compreendido, a higgsogênese ainda é muito hipotética.

A Higgsogênese

Experimentalmente, nós temos observado o bóson de Higgs com uma massa cerca de 125 vezes maior do que a do próton. Atualmente, as evidências apontam para uma única partícula de Higgs, mas ainda são necessárias mais experiências para definir algumas de suas propriedades exatas.

Isto dá uma excelente abertura a teóricos. Depois de termos demonstrado a existência da partícula e conhecermos algumas das suas propriedades básicas, ainda precisamos definir outras, por isso, os teóricos podem brincar com diferentes alternativas para ver como elas afetam a cosmologia.

Neste artigo em particular, propõe-se que o Higgs tem uma antipartícula que se chama anti-Higgs. Partículas comuns como prótons e elétrons têm suas antipartículas (o antipróton e o pósitron).

Em partículas comuns, a matéria e a antimatéria aparecem em quantidades iguais. Este é realmente um grande mistério na cosmologia, porque vivemos em um universo dominado pela matéria. Não temos certeza de como essa assimetria entre matéria e antimatéria se apresentava no início do universo.

Para resolver este mistério, os autores propõem uma assimetria entre o Higgs e o anti-Higgs. Esta quebra de simetria, então, daria lugar à dominância da matéria em nosso universo atual. Eles também propõem que, conforme o universo esfriou, as partículas de Higgs poderiam ter decaído em partículas de matéria escura, dando origem à matéria escura no universo. Se esta última ideia for verdadeira, então o Higgs deve se deteriorar de maneira a indicar uma interação da matéria escura. A teoria é interessante, mas é muito especulativa.

Desde que o bóson de Higgs ganhou o prêmio Nobel no ano passado, vimos uma enxurrada de artigos na imprensa popular sobre várias teorias “revolucionárias” que o ligam à cosmologia primitiva. Todas elas ainda são especulativas e permanecerão assim por um bom tempo.

No momento, temos que explorar um monte de ideias para ver o que funciona e o que não funciona. Então, apertem seus cintos: os artigos da astrofísica de Higgs estão chegando. [Phys.com]

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