A menopausa evoluiu por causa de homens morando perto de suas mães

Por , em 24.02.2016

O primeiro passo para a evolução da menopausa foi um acaso da natureza. Porém, em seguida, de acordo com um estudo de cientistas de Liverpool, na Inglaterra, ela teve um impulso na tendência de filhos e netos permanecerem vivendo perto de casa.

A menopausa é um quebra-cabeça evolutivo, já que um fim precoce para a reprodução parece contrário às leis da seleção natural, onde a transmissão de genes para a próxima geração é o principal propósito da vida. No entanto, nós, as fêmeas dos seres humanos, e alguns outros mamíferos, passam até um terço da sua vida sem poder se reproduzir.

Agora, pela primeira vez, pesquisadores da Universidade de Liverpool e da Universidade Liverpool John Moores usaram uma abordagem filogenética para avaliar as hipóteses evolutivas mais comuns pelas quais as mulheres vivem mais do que a sua fertilidade.

Hipótese da avó

Como explica o portal Science Daily, uma das teorias mais populares apresentadas para a menopausa é a “hipótese da avó”, que sugere que as mulheres vivem muito além de sua idade reprodutiva a fim de ajudar a criar seus netos, reforçando assim a probabilidade de que os seus próprios genes sejam repassados com sucesso. Outros argumentam que a menopausa não oferece nenhuma vantagem seletiva e é um golpe de sorte evolutivo ou “incompatibilidade”, que surgiu porque os humanos foram projetados para ter uma expectativa de vida mais curta, mas agora vivem muito mais tempo.

O estudo inglês, publicado na revista “Biology Letters”, usou dados de 26 espécies de mamíferos diferentes, incluindo três populações humanas tribais ou com históricos diversos, para testar os efeitos da expectativa de vida, do tamanho do grupo e da filopatria masculina e feminina (a tendência a permanecer dentro de um grupo familiar) na vida útil pós-reprodutiva.

Os pesquisadores descobriram que uma hipótese sozinha não poderia explicar adequadamente porque a menopausa evoluiu, e sugeriram um novo cenário chamado de “origens não adaptativas, seguidas por ajustes evolutivos” que une as teorias da “incompatibilidade” e da “avó”.

Benefício adaptativo

“Nossos resultados sugerem que a menopausa surgiu através de uma ‘incompatibilidade’ não adaptativa entre a duração da vida e vida reprodutiva útil”, explicou o biólogo evolucionário Kevin Arbuckle, da Universidade de Liverpool, em entrevista ao Science Daily. “Posteriormente, pensamos que em populações onde os homens permanecem em casa e as fêmeas se dispersam para reproduzir, um benefício adaptativo levou a extensão deste período pós-reprodutivo”.

Este benefício adaptativo poderia ter vindo das avós que cuidam de seus filhos e netos em casa. “Como as mulheres tendem a se reproduzir de forma mais confiável do que os homens, este apoio familiar adicional poderia ter tornado mais provável que seus netos se reproduzissem com sucesso”, aponta Arbuckle.

O coautor do estudo, Hazel Nichols, da Universidade Liverpool John Moores, acrescentou que, ainda que visões conflitantes na ciência possam ser difíceis de conciliar, este estudo sugere que ambas as ideias pode estar certas. “Elas só se aplicam a diferentes partes da evolução desta característica reprodutiva tão incomum”, declarou. [Science Daily]

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