Bela imagem do Hubble mostra estrela inflando bolha com vento estelar

Por , em 25.04.2016

Em comemoração ao aniversário de 26 anos do telescópio Hubble, no dia 24 de abril, uma imagem captada por ele recebe destaque. Ela mostra uma enorme bolha sendo criada no espaço por uma estrela massiva.

“Enquanto o Hubble completa a sua 26ª translação ao redor de nossa estrela, o sol, celebramos esse evento com uma imagem espetacular de uma interação empolgante de uma estrela jovem com seu ambiente”, diz o astronauta John Grusfeld.

A Nebulosa da Bolha, ou NGC 7635, tem sete anos-luz de diâmetro – cerca de 1,5 vezes a distância entre o sol e Alpha Centauri, a estrela mais próxima. Ela fica na constelação de Cassiopeia, a 7,1 anos-luz da Terra.

A Câmara de Grande Angular 3 (Wide Field Camera 3) do Hubble captou a imagem da bolha em fevereiro de 2016. A Nebulosa é um dos poucos objetos espaciais que já foi observado com diferentes equipamentos do Hubble, nos anos de 1999 e 1992.

Esta bolha fica ao redor de uma estrela de massa 45 vezes maior que a do sol. O vento estelar de velocidade de 6,5 milhões de km/h liberado por ela é responsável pela formação da bolha com gases interestelares.

A estrela não fica no centro da bolha

Enquanto a superfície da bolha se expande, ela se choca contra densas regiões de gás gelado em um dos lados da bolha. Essa diferença brutal de temperatura freia a expansão de um dos lados da bolha, fazendo com que a estrela não pareça estar em seu centro.

Os gases aquecidos a temperaturas diferentes emitem cores diferentes: o oxigênio está quente o suficiente para emitir luz azul perto da estrela, enquanto pontos mais frios são amarelos por causa da combinação entre hidrogênio e nitrogênio.

A Nebulosa da Bolha foi descoberta em 1787 por William Herschel, um astrônomo britânico. Sua estrela central é extremamente brilhante, massiva e com vida curta. Ela já perdeu a maior parte de seu hidrogênio e agora funde hélio com outros elementos pesados. Essa estrela tem cerca de 4 milhões de anos e nos próximos 10 a 20 milhões de anos deve se transformar numa supernova. [Phys.Org]

2 comentários

  • clotilde:

    gostaria de saber como identificar quando essas imagens são coloridas artificialmente? alguém faz ideia?

    • Cesar Grossmann:

      Sempre. Os telescópios usam sensores monocromáticos. Suponhamos que você queira uma imagem da luz infravermelha emitida por uma galáxia. Você coloca um filtro infravermelho na frente do sensor, e ele vai captar uma imagem em preto e branco que registra esta impressão em infravermelho. Ou então você usa um sensor que seja sensível apenas a uma certa frequência de infravermelho. O resultado é uma imagem em diferentes tons de cinza, que você pode colorir e combinar com outras imagens feitas em outros comprimentos de onda, coloridas com cores diferentes.

      Acho que só as imagens dos planetas do Sistema Solar que são com as “cores verdadeiras”.

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