Jedis aumentam na Austrália, o que pode trazer problemas

Por , em 3.08.2016

Parece uma brincadeira inocente, e uma maneira inconsequente de zoar com o Governo e sua necessidade de saber tudo sobre a vida dos cidadãos, mas parece que a ideia de se declarar Jedi pode se voltar contra os ateus na Austrália.

Pelo menos é o que pensa a Atheist Foundation of Australia, AFA (Fundação Australiana de Ateus, em tradução livre). Na Austrália, o censo populacional é feito a cada 5 anos, e em 2011, 64.390 australianoss declararam “Jedi” como sua religião, aumentando o número de 2006, que era 58.053.

Para este ano, a AFA está com uma campanha pedindo para os ateus marcarem como “No Religion” (“Sem Religião”) sua afiliação religiosa. A preocupação é que esta brincadeira acabe refletindo na maneira como o governo faz suas políticas e conduz investimentos, já que “Jedi” é considerado como “Religião não definida” pelo governo australiano, em vez de “Sem religião”.

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No infográfico, AFA pede

“Se religiosos velhos em mantos não te representam… não marque você como ‘Jedi’

‘Jedi’ e outras religiões de piada não são colocadas na categoria ‘Não religioso’, mas em ‘Não definido’.

Isto faz a Austrália parecer mais religiosa do que ela realmente é.

Dados sobre as afiliações religiosas são usadas em políticas públicas, planejamento de cidades, espaços comunitários e mais.

Não é mais religioso? Marque ‘Sem religião’ no censo de 2016.”

Exagero? Os dados obtidos pelo censo vão definir como o governo vai gatar cerca de 31 bilhões de dólares australianos, cerca de 77 bilhões de reais.

Parece que o Pastafarianismo também vai pelo mesmo caminho, já que é outra “religião-piada”. Existe também a opção de marcar Agnosticismo, Ateísmo, Humanismo e Racionalismo, que também são classificados como “Sem religião”.

Por outro lado, a AFA também está alertando contra uma campanha de medo, pedindo para marcar “Cristão” para que não seja construída uma mesquita no seu bairro. A campanha é mentirosa, já que o governo não constrói igrejas, pelo menos não na Austrália.

Parece que as coisas estão complicadas na terra dos cangurus. [io9, AFA, site da campanha]

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