Jovens orientais esquecem como escrever os caracteres da sua língua

Por , em 5.09.2010

Uma pesquisa recente apontou que os jovens chineses e japoneses estão esquecendo como escrever os caracteres antigos de suas línguas.

Os investigadores acreditam que isso seja graças ao conhecimento moderno dessa classe, e do uso constante de computadores e telefones celulares, que os faz dependentes do sistema de alfabeto utilizado nas tecnologias.

Como os caracteres das tecnologias são traduzidos para o alfabeto romano, o fenômeno acaba sendo bem abrangente – o sistema não espera que a pessoa saiba escrever o caractere. Quando ela digita uma palavra no aparelho, o sistema já sugere uma combinação de caracteres.

Dessa forma, a pesquisa, realizada com 2.072 indivíduos, concluiu que 83% deles têm problemas em escrever nos caracteres tradicionais. Outra pesquisa indicou que 80% esqueceram como escrever algum caractere.

A explicação de alguns jovens é que a tecnologia os deixa “preguiçosos”, e eles esquecem até como escrever palavras comuns. Uma estudante afirmou até lembrar a forma das palavras, mas não tem mais a habilidade de escrevê-la sozinha.

Segundo os especialistas, os chineses usam uma parte diferente do cérebro para ler o alfabeto romano, a parte mais próxima da área motora, que é usada para caligrafia. O esquecimento de como escrever esses caracteres poderia eventualmente afetar também a habilidade de leitura das pessoas.

Ainda assim, os pesquisadores acreditam que esse “esquecimento” seja um processo normal de evolução. A facilidade de usar sistemas tecnológicos baseados em alfabeto romano é muito maior, e sistemas mais asiáticos disponíveis não tem apelo junto ao público.

Porém, existem opções também em smartphones e outros dispositivos inteligentes que oferecem aos usuários a oportunidade de escrever caracteres através do touch screen (telas sensíveis ao toque). [DailyTech]

16 comentários

  • Caleb Yamamoto:

    Isso é verdade, eu estou aqui desde o primário e aprendi tudo como um japonês normal mas depois que sai do colégio e parei de escrever realmente comecei a esquecer muitos kanjis, digo em escrever, ler não tem problema se ver a letra é fácil de lembrar.

  • Ligeirin:

    Três mudanças que não achei legal:
    >a simplificação da escrita chinesa(exceto em Taiwam);
    >a introdução do inglês no mundo ( só falata agora a gente mudar o nome do planeta Terra, para América ou Inglaterra);
    > a reforma ortográfica no nosso português( não gostei e nem quero gostar desse tal de mercosul);

  • Rodrigo Paim:

    O texto não deixa claro que fala daquele alfabeto imenso, onde cada caracter representa uma palavra.

    É algo que é apenas cultural, mas simplesmente dificulta a comunicação entre os orientais e ocidentais

    Os alfabetos antigos devem continuar sempre na história, mas não no cotidiano

  • jhon:

    nao falem asnera nao importa se os babacas nao falerem e nem usarem o sistema atual de escrita ou de palavras eles nunca vao perde isso porque sem os kanji ficaria muito ruin o japones voces acham que complica os kanji porque voces nao devem nem sabe escreve 300 entao nao falem merda sem os kanji ia ser monotono e pelo menos um ou outro infeliz ia manter a lingua como e e SEMPRE VAI SER

    • Jonata:

      Atualmente eu sei 1.564 kanjis, estou no último nível de aprendizado.

  • Anônimo:

    Na verdade, os japoneses aprendem 4 alfabetos diferentes, um deles é o alfabeto romano (por letras), e dois deles tem um pouco mais que 40 caracteres cada (por sílabas), enquanto o 3º alfabeto japonês tem milhares de carcateres, chamados kanjis, e cada um representa uma palavra em si, o que o texto não mencionou claramente é que os jovens japoneses ainda estão aprendendo o 3º alfabeto, e por lei no Japão é obrigatório as escolas ensinarem por volta de 3000 kanjis já selecionados pois são classificados como os kanjis usados no cotidiano, e se um japonês for se especializar em medicina ou advocacia, por exemplo, terá que aprender vários outros kanjis específicos da área.
    Para os chineses é pior ainda, pois eles não têm nenhum alfabeto silábico e já têm que aprender caracteres complicados que representam palavras.
    Então é natural que eles esqueçam alguns kanjis assim como esquecemos algo importante em uma prova.

  • P. Praxedes:

    É lógico, quem nao esqueci? Parada difícil pra poxa. Mas isso é culpa do msn e do orkut, apsoapsoapsoa’

  • Neilson:

    Que pena!!!
    Impressão minha, ou o inglês esta dominando os outros idiomas?
    Só espero que cada um pelo menos tente valorizar seu dialeto natal…

  • Everton Carlos da Costa Cardoso:

    Adotar outra escrita nos países asiáticos? Que devaneio! Que absurdo! A escrita faz parte da cultura de um povo. E um povo não desaparece por decreto.

  • saori:

    A cultura tradicional antiga e tal é muito linda e etc, mas a humanidade caminha e faz a sua história. Se involuntariamente ocorrer o processo de romanização dos caracteres orientais FAZER O QUE né. Pelomenos aproximará mais o oriente do resto do mundo e isso seria legal.

  • Cristiane:

    Anderson, a palavra que você quis dizer é ROMAJI (escrita romana) e não ROMAJIN (romano, pessoa de origem romana).
    E mesmo sendo absolutamente contra à romanização de caracteres orientais, estou ciente de que a alguns anos não vamos ter mais o japonês… Quem conhece a língua, entende quando digo que cada ideograma é profundo em cada um de seu significado… É realmente uma pena ver a poesia da lingua japonesa se extinguindo… Não acho que o chinês vai sumir tão rápido qto o japonês. Fico triste ao ouvir uma música japonesa mesmo não sendo pop com palavras ocidentais no meio de um refrão… fico triste qdo ouço eles falando uma palavra em “inglês” quando existe uma japonesa pra dizer no lugar… Minha visita breve ao Japão foi culturalmente estranha. Me senti deslocada ao falar o japonês “arcaico” que usamos aqui.

  • Hugo L.:

    É o seguinte na minha opinião a unica coisa que consegue separar por mais pouco que seja o oriente do ocidente, seria a forma da escrita, já que graças à globalização o oriente fica bem ali na esquina.
    Bem quem sabe um dia o mundo todo não fale uma única língua.

  • Anderson:

    que comentário infeliz esse do hugo, seria um assassinato cultural se Japão ou China deixassem de usar suas escritas tradicionais para adaptar-se ao “romajin”.

  • Filippe:

    É forma de escrita “burra”… pelo amor de Deus com uns 40 símbolos nós fazemos o que eles não fazem com 5000… é ridículo

  • Francis_Charles:

    Na verdade, eu arrisco dizer que já devem ter tentado converter, por exemplo, a língua japonesa (na época da Ocupação americana pós 2ª Guerra) para o alfabeto latino. Como estudante de língua japonesa eu clamo que é impossível efetuar esta mudança. Não só seria uma perda cultural, como você mencionou, mas também efetua uma mudança em toda a linguística da língua japonesa. Então mudar a escrita chinesa, por exemplo, para a escrita romana, seria um desastre linguístico de proporções alarmantes, visto o alto número de caracteres homófonos. Imagine o nosso “para”. Hoje pode significar tanto o verbo parar como uma preposição, dependendo do contexto. Agora multiplique esta problematica, pois num idioma como Japonês ou Mandarim, o número de homofonos é alarmante, e o que auxilia na diferenciação de significado são justamente os ideogramas.
    Este é um problema clássico do Brasil também, onde cada vez mais os jovens realmente acham que escrever é correto escrever “vc”. A verdade é que a tecnologia, querendo ou não, transforma os idiomas negativamente.

  • Hugo L.:

    Se nos países asiáticos adotassem a escrita romana, como a principal, seria muito legal para muitos ocidentais interessados em aprender a falar alguma lingua oriental, já que fica bastante complicado a se acostumar aos caracteres antigos, e assim facilitaria bastante o aprendizado.
    Mas, se isto acontece, uma parte muito importante da cultura oriental seria descartado fora, assim deixando-a incompleta.

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