Ladrões de corpos? Delírio transforma os seus entes queridos em impostores

Por , em 26.11.2010

Num dia comum de janeiro, uma ideia assustadora aterrorizou uma mulher de 45 anos de idade, no estado norte-americano do Nebraska: seu marido e filhos adolescentes não eram, de fato, seu marido e filhos adolescentes. Pessoas estranhas, idênticas aos membros de sua família, tinham tomado o lugar delas. Para se defender, a mulher os ameaçou com o instrumento de acender lareiras e chamou seus vizinhos – além da polícia.

Isso soa como um episódio do antigo seriado de ficção “Além da Imaginação”, mas a mãe e esposa de Nebraska estava sofrendo na vida real. Seu mal: a chamada “ilusão de Capgras”, um distúrbio psiquiátrico raro em que o paciente acredita que seus amigos ou familiares não são quem eles dizem que são. Segundo quem sofre do distúrbio, as pessoas reais foram substituídos por impostores mal-intencionados.

Nós reconhecemos os diversos rostos graças a uma parte do cérebro chamada giro fusiforme, que está localizada no lobo temporal. Ele processa os rostos que vemos e envia essa informação para outra parte do cérebro, a amígdala, responsável pelo processamento de emoções.

Em pacientes com Capgras, porém, há uma desconexão entre o centro visual e ao centro emocional, como explica a Mariam Garuba, a psiquiatra de Nova York que tratou a mulher do início da matéria quando ela foi internada em uma sala de emergência em Omaha, Nebraska, há três anos. (Miriam escreveu sobre o caso incomum, referindo-se ao paciente apenas como “Sra. A”, em uma revista de psiquiatria clínica no ano passado.)

Em suma: a “Sra. A” sabia que as pessoas dentro da sua casa pareciam, falavam e agiam como seu marido e filhos, mas eles não a faziam sentir do jeito que ela sempre se sentiu quando estava na presença deles.
É importante notar que se um paciente de Capgras falar com uma pessoa amada no telefone, ele reconhecer a voz. Porém, se essa mesma pessoa entra no quarto, o paciente vai acusá-la de ser um impostor porque a audição e a visão tomam caminhos diferentes para chegar ao centro emocional do cérebro.

Em alguns casos, essa desconexão que é tida como a causa da Capgras é provocada por um ferimento na cabeça, em outros, está relacionado a um transtorno psiquiátrico ou neurológico já existentes. A “Sra. A” se encaixa no segundo grupo: ela é uma paciente com transtorno bipolar de longa data, além de já ter sido diagnosticado com esclerose múltipla. Apesar de ter tomado medicamentos para tratar o transtorno bipolar no passado, ela não estava tomando nenhum – sequer para a esclerose múltipla – em janeiro de 2007, quando a confusão mental contra sua família ocorreu.

Seus médicos, incluindo Garuba, acreditam que o delírio de Capgras ocorreu por causa de uma recaída da esclerose múltipla da “Sra. A”. Ela foi tratada com antipsicóticos, e depois de alguns dias, ela foi gradualmente deixado de acreditar que os médicos estavam tentando envenená-la. Depois de quase um mês no hospital, ela parou de acreditar que os membros da sua família eram impostores.

O distúrbio raro presta homenagem a Joseph Capgras, o psiquiatra francês que primeiro escrever sobre a ilusão, em 1923, depois de tratar uma mulher que se convenceu de que o marido e os outros que ela conhecia eram realmente dublês de corpo. Casos semelhantes à “Sra. A” nos últimos anos incluem o da mulher de 24 anos que, após algumas complicações com pneumonia pneumocócica, sofreu crises epilépticas e começou a acreditar que alguns dos médicos da UTI tinham sido substituídos por impostores.

No Reino Unido, uma mulher de 42 anos alegou que, enquanto ela estava na UTI por pneumonia em 1999, cada um dos membros da sua família – com exceção de sua mãe – foi substituído por alienígenas. [msnbc]

14 comentários

  • Cesar:

    Aconteceu recentemente, uma mãe tentou estrangular a filha dizendo que era um robô e tinha que morrer.

  • Criancinha: falando sério é o C#%&@$:

    Que bom motivo pra matar a sogre hein!

  • silviojbmaia:

    Gloria, você teve alucinações pela febre, e deve processar bem essa assimilação, para evitar que a lembrança possa ser associada a outras coisas prejudicando-as.

  • gloria:

    Quando criança tive febre alta,me lembro q tive muito medo de minha mãe eu ñ a reconhecia,eu via um fantasma tentando me levar p/ cemiterio,foi um horror,eu gritei tanto,até desmaiar perdendo as forças,quando a febre cedeu no outro dia eu demorei a acreditar q tudo não passara de um terrivel pesadelo,me lembro até hoje dos minimos detalhes daquele final de tarde q dormi c/ dores de garganta no banco da cozinha e um a mulhre q já havia morrido queria me levar c/ ela p/ debaixo da terra!E era minha mãe tentando me dar banho p/ baixar a febre.

  • claudemir da silva:

    é um caso meu estranho de se acreditar

  • clarice:

    nossa…..eita gente inteligente..ksksksksk

  • leopodina:

    eu tenho muitomedo emmmmmmmmmmmmmmmm

  • Ana Paula:

    Já passei por isso em minha família e não e nada cômico nem engraçado só é frustante e doloroso, a pessoa está normal e derrepente vem com uma dessas! Durou uns 2 meses, hoje ele está bem! A compreensão dá família é fundamental!

  • Genivaldo:

    Conheço um vizinho que quando cheio de fumo a mulher dele o trai com todos da cidade e quando o efeito passa ele nunca disse nada disto. Durma com uma bronca desta!

  • silviojbmaia:

    No período transicional em que estamos, nessa separação trigal já rolando, está super intensificada a disputa de influenciação entre a luz e as trevas, esforçando-se aquela para tranquilizar principalmente no comando absoluto da vontade do criador, e esta utilizando esse farto derramamento de transmissões multidensitárias apavorar a ignorância sem escudo, expondo meras possibilidades as mais apavorantes a entendimentos que ainda não puderam assimilar racionalmente, por falta de informações, o controle de tudo e de todos pelo criador. Nada, absolutamente nada, acontece sem a permissão do criador, por mais que as sombras o possam tentar. Mas cada um deve fazer todo seu possível, especialmente procurando se esclarecer para com isso poder escudar-se contra essa disseminação de venenos psíquicos perigosíssimos, que deslumbram a imbecilidade irresponsável e dela se servem para atingir a vulnerabilidade ignorante -o resultado é um monte de gente a temer a própria sombra ou daí para bem pior. “Armem-se do conhecimento”, nos avisou Kardec, na única organização dos dados espirituais que se fez no mundo e por isso lhe custou e lhe custa, vinda da banda imbecil da humanidade, a acusação de querer ser dono da verdade e outras asneiras originárias da pouca inteligência e informação. Tratem de sentir a gravidade do que rola aí no texto para poderem se tocar de que o momento é de correr atrás dos conhecimentos para se proteger, buscando fontes sérias.

  • Elizabeth:

    Kaian,
    A amígdala é uma zona do cérebro (uma em cada lobo temporal) com cerca de dois centímetros de diâmetro. É o centro identificador de perigo, gerando medo e ansiedade e colocando a pessoa em situação de alerta

  • Cleyton Luiz Alberti:

    Sim a amigdala é um orgão de ligação que transmite o medo e outras emoções está correta a informação. Porém realmente não está bem explicada, diz-se de quem “não tem amigdalas não tem medo”.

  • Kaian:

    Amigos revejam as informações se estão corretas: “informação para outra parte do cérebro, a amígdala, responsável pelo processamento de emoções.” Acho q esta parte da informação não esta muito clara.

  • Dowglasz:

    Isso é um caso sério mesmo. É muito difícil de ser tratado pelos leigos, e estou me referindo aos relacionamentos. Se isso acontecesse no Brasil, principalmente no SUS, o paciente seria tido como esquizofrênico e ponto. Por conta da paciência típica da equipe médica do SUS, o paciente sairia pior do que quando chegou à emergência e, com sorte, alienado, babando e dormindo 2/3 do dia.

    P.S.: é conveniente corrigir as cacografias presentes no texto.

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