Marte e Vênus? Nada disso! Homens e mulheres amam da mesma forma

Por , em 11.04.2011

O best-seller de auto-ajuda, “Homens são de Marte, mulheres são de Vênus”, publicado em 1992, sugere que homens e mulheres pensam e agem de forma muito diferente em relacionamentos. Em outras palavras, era como se viessem de planetas diferentes.

Agora, novas pesquisas científicas aparecem para discordar: na verdade, todos agem de maneira muito semelhante quando estão apaixonados, seja homem ou mulher, heterossexual ou homossexual.

Os pesquisadores pediram a 24 voluntários que estavam vivendo um amor, entre 19 e 47 anos, e em relações que duravam de 4 meses a 23 anos, para observar fotos de seus parceiros, bem como fotos de amigos do mesmo sexo que seus parceiros, mas a quem eram romanticamente indiferentes.

Metade dos participantes eram do sexo feminino (6 heterossexuais e 6 homossexuais) e metade era do sexo masculino (6 heterossexuais e 6 homossexuais). Todos se declararam apaixonados e em um relacionamento sexual com seu parceiro.

Enquanto eles observavam as fotos, seus cérebros foram escaneados com ressonância magnética funcional. Todos os participantes do estudo foram solicitados a classificar seus sentimentos em relação a seus parceiros românticos, antes e após a ressonância.

Os resultados mostraram um padrão similar de atividade entre os diferentes grupos, e envolveram a ativação de ambas as áreas corticais e subcorticais, principalmente as áreas ricas em neurotransmissores dopaminérgicos (que causam o “sentir-se bem”).

Essas áreas incluíam o hipotálamo, a área tegmental ventral, o núcleo caudado e o putâmen, bem como a ínsula, o hipocampo e o córtex cingulado anterior. A atividade dopaminérgica está fortemente ligada a atividades neurotransmissoras como as mediadas por ocitocina e serotonina, importantes na regulação das relações emocionais e de ligação entre os indivíduos.

Os estudos também mostraram que o amor pode ser cego. Há uma extensa desativação de grande parte do córtex cerebral quando os amantes visualizam fotos de seus parceiros românticos. As áreas desativadas envolvem partes do cérebro críticas para o julgamento.

Os pesquisadores afirmam que o estudo foi influenciado pela literatura mundial, de Platão a Shakespeare, Dante, Rumi, Verlaine e outros, em que sentimentos muito semelhantes são expressos tanto no contexto das relações de sexo oposto quanto do mesmo sexo, e essa ambiguidade se refletiu nos resultados. [Telegraph]

7 comentários

  • Krypthus:

    Esse estudo so provou que homem e mulher sao iguais quando estao apaixonado, mas a paixao so dura de 6 meses a 2 anos dps disso as mulheres voltam pra venus e os homens pra marte, homens e mulheres sao diferentes sim em tudo, por isso tem vez que 1 nao entende o outro, as mulheres acham que todos os homens sao safados e os homens acham que as mulheres de roupa curta sao va.dias…

  • Robson Lima:

    Realmente, o problema da amostragem é grave, muito grave. E infelizmente recorrente em pesquisas do gênero que usam TC e afins (provavelmente o custo do equipamento é proibitivo).

    Somos diversos. Não por que (necessariamente,digo) nascemos diversos,mas porque somos FEITOS diversos pelas interações com outros significantes ao longo da vida social (psicologia social e antropologia cultural ruleando aqui).

    Enfim, seria ótimo ver a mesma pesquisa reproduzida com maior amostragem. Mesmo assim, me mostro inclinado a concordar com os resultados.

  • Mario:

    Criou-se a diversidade e alguns defendem homogeneidade, sou defensor da diversidade.
    anderea pensei no que vc falou: uns vem com pudor e outros sem pudor, e vc veio como?

  • anderea:

    Homens são de Marte , Mulheres são de Vênus , Greys são de Saturno. Mas na verdade todos são do mesmo lugar!.pense nisto

  • Rodrigo Cacilhas:

    Concordo com o Marcos no que diz respeito à quantidade da amostragem.

    Um estudo com 24 indivíduos não pode levar a uma conclusão científica.

    Porém discordo radicalmente da conclusão de que homens e mulheres ajam de modo diferente com relação a seus relacionamentos. Essa é uma conclusão infantil de inversão de causalidade, conforme identificado por Piaget (nem vou citar a idade dos indivíduos onde predomina esse raciocínio invertido, pois seria ofensivo contra o Marcos).

    O resultado do estudo é no mínimo interessante e exige uma observação mais séria, ou seja, pede um estudo mais profundo com uma amostragem mais considerável.

    []’s
    Cacilhας, La Batalema

  • Marcos Souza:

    Um estudo que usa uma amostra de apenas 24 indivíduos não pode nem sequer cogitar a possibilidade de extrapolar isso para toda a população… chega a beirar uma piada.

    Um estudo como este para COMEÇAR a ser levado a sério precisaria considerar uma amostra de pelo menos 300 pessoas, sendo que o ideal é que fossem mais de 1.500…

    É óbvio que homens e mulheres agem diferente com relação aos relacionamentos amorosos, isso é algo que se percebe no dia a dia, não é uma pesquisa feita com 24 pessoas que vai “provar” que são iguais…

  • cybergirl:

    Já li esse livro também. Não tem nada a ver com que diz na matéria. O livro trata da maneira como homens e mulheres REAGEM ao amor e ao relacionamento. Como costumam demonstrar afeição, do que necessitam quando tem um problema, de como mulheres compartilham e como homens se isolam em determinados momentos. Ensina (quase “treina”) as mulheres a deixar os homens em paz em suas “cavernas” (solidão) quando não desejam falar sobre certo problema, por exemplo.
    Quimicamente nossos cérebros podem agir de forma parecida ao amor, mas nossas interações com o meio são diversas, principalmente levando-se em conta o ambiente social no qual crescemos.
    Só lembrando: esse livro foi escrito baseado na cultura norte-americana, logo, não tem 100% de aplicação em relacionamentos entre pessoas de cultura latina (mais passionais).
    Além disso, estereótipos do tipo “toda mulher é assim”, “todo homem é assado” são idiotas demais para se levar a sério!

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