Maternidade: ter filhos não leva a mais faltas no trabalho

Por , em 17.11.2014

Mulheres com filhos não faltam mais no trabalho, não recebem mais benefícios do governo e não têm taxas de mortalidade mais elevadas do que a maioria dos outros funcionários. Essa foi a conclusão de um recente estudo norueguês.

Cientistas do Centro Frisch Ragnar de Pesquisas Econômicas da Universidade de Oslo, na Noruega, estudaram o impacto da maternidade sobre as taxas de saúde e ausência por doença das mães em seus respectivos trabalhos. A pesquisa é baseada em grandes registros de dados de 1970-2010 em que informações sobre quase todas as mulheres norueguesas foram compiladas.

As influências da maternidade na vida da mulher moderna

A principal conclusão do estudo foi que ter filhos não aumenta a taxa de faltas no trabalho por doença das mulheres – nem a curto prazo, nem a longo prazo. E muito menos leva a um aumento de benefícios recebidos pelo governo norueguês ou a maiores taxas de mortalidade entre as mulheres.

“Nós não encontramos nada que indique que ter filhos tenha um efeito ruim sobre a saúde das mulheres”, afirma Simen Markussen, pesquisador sênior do Centro Frisch.

A saúde é ainda melhor entre as mães com pouca educação

Os pesquisadores também descobriram uma diferença interessante entre as mulheres com altos e baixos níveis de educação. Por exemplo:

Mulheres com um nível de escolaridade mais baixo retornam menos ao trabalho após terem filho. Isso parece dar-lhes melhores condições de saúde a longo prazo;

Mulheres com maior nível de educação voltam mais ao trabalho assim que a licença maternidade acaba. E, enquanto isso não tem efeito negativo algum sobre a sua saúde, elas não colhem os mesmos benefícios de saúde pós-parto que muitas mulheres com níveis de escolaridade mais baixos.

A transição para uma vida com crianças pequenas é mais suave para as mulheres com menos educação em oposição àquelas com mais educação. Essa pode ser a razão pela qual as mulheres com menor escolaridade têm melhor saúde a longo prazo.

Igualdade de gêneros

Considerando que as mulheres nos anos 1970 e 1980 aumentaram consideravelmente a quantidade de tarefas pelas quais são responsáveis, exigindo equilíbrio cada vez mais sonhado entre vida pessoal e profissional, podemos dizer com toda certeza que a luta pela igualdade de gêneros levou a resultados. Hoje, as mães têm acesso à assistência, os homens têm assumido mais das tarefas domésticas, e a disponibilidade de creches e programas pós-escola melhorou dramaticamente. A nova tecnologia também tornou os trabalhos domésticos mais fáceis.

No entanto, as mulheres na Noruega têm mais faltas no trabalho por doença do que os homens. Por quê? De acordo com os pesquisadores, o “estudo não encontrou nenhuma evidência para apoiar a alegação de que os filhos são a causa geral da maior ausência por doença das mulheres”. Inclusive, eles completaram o raciocínio esclarecendo que até análises isoladas mostraram que ter uma criança em si não aumenta a ausência por doença entre as mulheres. [Phys]

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