Modelo matemático explica por que todos os hipsters têm a mesma aparência

Por , em 13.11.2014

Quando elementos suficientes resistem ativamente a tendências dominantes, a sua não conformidade pode se alinhar, tornando-os iguais.

Essa é a conclusão do estudo do neurocientista Jonathan Touboul. Ele nomeou o fenômeno de “loop hipster” ou “efeito hipster”.
Sua pesquisa não envolveu esse grupo de pessoas de um contexto social subcultural, mas sim neurônios. No entanto, Touboul descobriu que os neurônios podem se comportar exatamente como os hipsters. E tem uma explicação para isso.

O estudo

Alguns neurônios comportam-se como “descolados” no sentido em que, quando cada neurônio em torno deles está tranquilo, eles ficam agitados, e quando todos se agitam, eles se calam.

Estariam esses neurônios “anticonformistas” ativamente escolhendo ir contra uma corrente?

Não. Do mesmo jeito que os membros da sociedade não tem conhecimento imediato das tendências culturais, os neurônios também não reconhecem imediatamente o que outros neurônios estão fazendo.

Há um atraso. E, em situações em que o atraso é grande o suficiente, os neurônios contrários ao movimento podem inadvertidamente sincronizarem-se uns com os outros.

Touboul publicou alguns modelos matemáticos divertidos para explicar essa tendência.

hipsters modelo

Acima, vemos gráficos que mostram “um pouco de atraso”, “médio atraso” e “muito atraso” em perceber as tendências conformistas.
No entanto, todos os indivíduos anticonformistas que querem se desalinhar com esta tendência não percebem o fato de que uma proporção crescente também está fazendo isso e, portanto, produzem um claro viés em direção a tendência oposta.

Como mais tarde os indivíduos anticonformistas detectam que estão iguais uns aos outros, mudam de novo, ao mesmo tempo, e estas oscilações se repetem periodicamente.

Ou seja, apesar de seus esforços, em todos os momentos, anticonformistas falham miseravelmente em estar desalinhados com a maioria.

Tudo igual, tudo diferente, sei lá

Segundo Touboul, o mesmo modelo dos neurônios serve para hipsters e outros grupos sociais que querem ser diferentes do “padrão”.
Cada um tem um conceito ultrapassado do que o “padrão” é. Porque as pessoas são lentas para reagir, acabam parecendo todas iguais, e todas mudam de moda ao mesmo tempo.

Isso é diferente do “viés de homogeneidade fora do grupo”, a tendência humana de achar que as pessoas fora de nossos círculos sociais (hipsters ou não) são “todas iguais”.

As pessoas no grupo social de alguém – amigos, colegas de trabalho ou conhecidos – são completamente diferentes. Para esse alguém, todos os outros grupos estão envolvidos em uma homogeneidade estupidificante. Pessoas do seu grupo são indivíduos, cada um com seus próprios sonhos e esperanças. Os forasteiros são uma massa fervilhante, que mal se distingue uns dos outros.

Por exemplo, um estudo com fraternidades (grupos de universitários americanos) em um campus nos EUA descobriu que cada fraternidade pensava que era mais diversificada do que qualquer outra na universidade.

E aí, somos todos iguais ou todos diferentes? Confuso, não?[io9]

2 comentários

  • Felipe Rodrigues:

    Achei q era só eu que achava estúpido participar de um grupo pra ser diferente

    • Cesar Grossmann:

      Não se trata de participar de um grupo para ser diferente…

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