Na França, modelos muito magras precisarão provar que são saudáveis

Por , em 21.12.2015

A França aprovou um projeto de lei obrigando modelos muito magras a fornecer um atestado médico confirmando que são saudáveis.

Além disso, revistas que usarem Photoshop para modificar a silhueta de modelos devem marcar as imagens como “retocadas”.

A legislação prevê uma punição para quem não obedecê-la: é possível pegar até seis meses de prisão e uma multa de € 75.000 (no câmbio atual, cerca de R$ 323 mil).

Versão mais light

Um esboço anterior da lei causou um grande protesto na indústria da moda, como era de se esperar, já que propunha um índice mínimo de massa corporal (uma medida da gordura corporal com base na altura e peso) imposta para os modelos.

No final, os parlamentares concordaram em deixar os médicos decidirem se um modelo é muito magro ou não, levando em conta uma série de critérios, incluindo idade, sexo e formato do corpo.

Uma versão anterior do projeto também enquadrava incentivar a magreza excessiva (como ocorre em sites “pró-ana” e “pró-mia”, que exaltam e promovem a anorexia ou bulimia) como crime punível com até um ano de prisão.

Modelos muito magras, fiquem de olho. A Lei é válida e importante

Muitos estudos já demonstraram preocupação com a “cultura do peso” que vivemos hoje. Enquanto ser saudável é certamente importante, ser magro não é sinônimo disso.

Além do mais, a chamada “ditadura da beleza” tem atingido níveis surreais, exigindo que as pessoas busquem corpos que não são possíveis, deixando sequelas físicas e mentais graves naqueles que nunca estão satisfeitos com sua imagem. Outro problema é a fomentação do preconceito contra pessoas acima do peso.

A situação afeta desde crianças pré-escolares, já expostas a comerciais e mensagens a respeito de produtos de dieta e beleza, que acabam criando imagens distorcidas do que é aceito na sociedade. Para mantê-las saudáveis por dentro e por fora, um dos conselhos dos cientistas é limitar a exposição às fontes de mídia que enfatizam modelos muito magras ou que colocam um valor alto na beleza física.

Isso serve para os adultos também, por isso, a tentativa dos políticos franceses é de se aplaudir de pé.

Claro que a lei não é perfeita – ainda existem brechas que podem favorecer, por exemplo, um mercado de falsificação de atestados médicos -, mas é um passo na direção certa, disso não há dúvida. [Telegraph]

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