Motoristas da UPS nunca viram à esquerda em vias de mão dupla; veja o motivo

Por , em 8.02.2017

Pode parecer estranho, mas caminhões de entrega da UPS nem sempre seguem a rota mais curta até o seu destino. A empresa dá rotas específicas para cada motorista e desde 2004 tem uma política de que os motoristas não devem virar à esquerda em ruas em que há tráfego no sentido oposto a não ser que seja absolutamente necessário. Isso significa que algumas rotas são mais longas do que poderiam ser. Por que eles fazem isso?

Acontece que o forte da empresa não é apenas entregar sua encomenda, mas também entregar sua encomenda com rapidez e economia de combustível, usando Problemas de Roteamento de Veículos (PRV). Isso quer dizer que a UPS é ótima em calcular diferentes versões de rotas com grande eficiência. Nesses problemas matemáticos, os cálculos são feitos com base em informações como ponto de saída, chegada, distância entre eles e todas as opções para chegar de A a B, de B a C, e de C a D da melhor forma possível. Nem sempre a melhor rota é a com menor distância.

O conceito de PRV foi introduzido em 1959 por George Dantzig, e é usado por caminhões de entrega em uma cidade e por taxistas.

Para otimizar a viagem dos entregadores, a UPS evita as curvas à esquerda quando há trânsito no sentido oposto. Esse tipo de cruzamento, que não conta com a ajuda de um semáforo para segurar o fluxo de veículos do sentido oposto, é comum em cidades dos Estados Unidos, mas também existe em outros países, como o Brasil.

Isso é feito para reduzir chances de acidentes e para cortar atrasos causados pela espera por uma oportunidade de cruzar a pista. O curioso é que mesmo fazendo o motorista ir na direção oposta ao seu destino por um ou dois quarteirões, a entrega acaba sendo mais rápida e há menor uso de combustível.

Tipicamente, apenas 10% das conversões dos caminhões da UPS são à esquerda, e isso representa em um ano 10 milhões a menos de combustível utilizado, 20 mil toneladas a menos de dióxido de carbono liberado para a atmosfera e 350 mil encomendas a mais entregues. A eficiência desse sistema é tanta que permitiu à empresa cortar 1.100 caminhões de sua frota. [IFLScience]

3 comentários

  • Paulo Felix:

    “Pensando globalmente, agindo localmente”
    Foi assim que comprei meu primeiro carro.
    Será que me copiaram? kkkk

  • Luiz Renato:

    A UPS também gosta de recolher imposto de importação de encomendas mesmo que sejam isentas de tributação, isso aconteceu comigo…

    • Cesar Grossmann:

      E isto tem a ver com a curva à esquerda por que…

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