Opinião: Não há como se sentir atraído apenas pela pessoa que se escolheu para viver

Por , em 23.03.2013

Quando se fala em traição, a maioria de nós pensa em falta de respeito, falta de fidelidade àquilo com que se deveria estar comprometido, porém sem entender como se pode chegar a essa conclusão legitimamente. Em geral, as pessoas acham que isso é o fim de qualquer relacionamento e se negam a discutir a questão supondo estarem certas daquilo que estão fazendo e, mesmo não deixando de amar o outro, preferem a separação. Deixando de lado o quanto isso é patético, e na hipótese de que fazer nossa lição de casa é interessante, tentemos entender tal raciocínio desde o início.

Fidelidade não é uma questão de decisão e relacionar-se não é ser dono do outro. Uma eterna vigilância dá muito trabalho. Amar alguém não quer dizer ter a propriedade do outro.E quando se ama de fato quer-se que o outro esteja bem. Vejo muitos casais que juram fidelidade e, a meu ver e de muitos outros, não há como se sentir atraído apenas pela pessoa que se escolheu para viver. Os que decidem construir um relacionamento não podem pensar que estão mortos para o resto do mundo, pois vão continuar achando outras pessoas interessantes, bonitas e pode acontecer o que muitos julgam o fim do mundo: fazer sexo com ‘outra’ pessoa.

Não há nada de absurdo nisso e os casais que têm maturidade e inteligência podem entender isso, embora na prática seja um pouco difícil. Quando amamos, o amor não pode ser troca somente de coisas boas. Se assim for é um amor oportunista. Se acontecer infidelidade é aí que se deve mostrar que o que se sente é mesmo amor. Com ou não vontade de matar o outro é preciso compreender. Mostrar-se amável com quem faz tudo dentro das regras estabelecidas é muito fácil. A lealdade é valiosa num relacionamento e não é preciso ser brilhante para entender que quem ‘trai’ obedece a um impulso natural, entretanto não creio que apenas o homem tende, por natureza, à inconstância no amor e a mulher o contrário, pois ambos podem desejar outras pessoas mesmo com relacionamentos construídos.

A maioria dos casais não conversa sobre isso e, pior, acha que jurou amor eterno e é proibido sentir qualquer coisa por outra pessoa. Além de não conseguir discutir a questão, mente, se autoengana passando a imagem de família feliz e perfeita. Casais vivem mais em harmonia se nada escondem, pois há os que não se sentem completos com apenas uma única pessoa e se o outro não entender isso não pode dizer que ama. Schopenhaeur quando fala da diferença do amor sexual entre homem e mulher esclarece que mulheres prendem-se a apenas um homem, mas é a natureza que as levam a conservar, instintivamente e sem reflexão, aquele que nutrirá e protegerá a futura prole, mas hoje, uma mulher sozinha consegue proteger e nutrir seus filhos. Fernando Pessoa diz que nunca amamos alguém e sim a ideia que fazemos de alguém, em suma é nós mesmos – que amamos – e que no amor sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa. Isso tem sentido, pois ser fiel àquilo que se é faz-nos sentir confortável.

Acredito no amor e em relações duradouras, mas também acredito que podemos amar uma pessoa e esta não nos satisfazer sexualmente todos os dias. A infidelidade acontece se ela é praticada em segredo e relacionamentos construídos não podem nem devem ser oportunidades para adultério, pois isso é bem diferente da questão discutida no texto. [Foto de Pink Sherbet Photography]

21 comentários

  • Alessandra Fonseca:

    Olá Rô!! Muito bom o texto. Recomendo o documentário: “Guerra do Fogo” e o livro:”O Corpo Fala” de Pierre Weil (gosto muito de ambos) podem te ajudar a ver essa necessidade física humana e histórica, bem antes das religiões e crenças. Já o livro: “Ninguém é de Ninguém” de Zíbia Gasparetto(não sou espírita) esse dá um explicação aos que precisam de conforto espiritual. Prefiro viver e ver. Julgar e opinar pode me doer no futuro. Sou um ser em construção e espero, estar certa: em evolução. Essa evolução poode significar acreditar nas religiões e crenças (não é meu caso), mas de muitos aqui presentes, “acho”. Ser fiel? Pensar em porque existem as palavras: poligamia e poliandria. Em que lugar? É no mundo? Existe mesmo? Por que existe? Em que cultura estou inserida? E os leitores? Antes de julgar tenho muito a perguntar. Muito muito a aprender… bom você poder se posicionar. Acredito que se sinta livre o suficiente pra isso.

  • Smooke Oone:

    Perspectiva excelente…

  • Gloria Ben:

    “Tudo me é lícito,mas, nem tudo me convem!”, podemos tudo se… assumirmos as responsabilidades q nossos atos irão gerar. Mas o q vemos por aí ,é falta de respeito, violencias e mentiras, a maioria dos homens pensam q somos bobas, futeis e idiotas, quem poderia amar tais criaturas eternamente mesmo depois q a paixão desaparece? Amamos nossos filhos e a nós mesmas e em consequencia disso aturamos os tais por que em muitos casos são carentes dependentes eternos de nossa compreenção e ajuda!

  • Carlos Ossola:

    É$ sintomático que a maioria dos comentários concordem com a opinião do articulista. Por isso os casamentos não costumam durar mais do que alguns anos. É um tema controverso, naturalmente. Eu penso que ninguém é fiel a ninguém, somos fiéis a nós mesmos. O casamento é a base da família e família é coisa séria. Penso que quando escolhemos a companheira, deve ser pra toda vida. Por isso precisamos ser fiéis a nós mesmos no ato da escolha. Quem escolhe apenas por atração física, não está sendo fiel a si mesmo e a infidelidade marcará todo o relacionamento. A atração se desgasta, porque é superficial, não tem raizes em si mesma. Entretanto, quando o amor é fundamentado na amizade sincera, não a amizade comum, mas especial, duvido que alguém consiga sentir prazer maior com outra do que com sua atraente amiga de todos os dias. Cria-se um laço especial de prazer que dificilmente poderia ser duplicado. Em suma, o adultério acontece quando não existe mais nem atração, nem amizade.Quando depois da atração nada mais resta. E os infiéis serão infiéis em tudo mais na vida. Estarei equivocado? Comentem, por favor.

  • Afonso Do Carmo:

    A moral que regulamenta as relações afetivas é um padrão, e como regra geral a moral não oferece nada que não seja doloroso e traumatizante. Um padrão é algo que impede os olhos de ver e os ouvidos de ouvir tudo que está além dele. É uma regra, e como tal não se racionaliza; obedece-se.
    Quando se fala em união monogâmica sacramentada no compromisso e na fidelidade estamos nos referindo ao casamento, tradicional, moral e legalmente constituído.
    Com toda a hipocrisia social que a instituição representa, com o passar dos anos ocorre algo mais pernicioso ainda: a união indissolúvel legaliza e legitima o estupro: o homem tem o dever de cometê-lo; a mulher tem o dever de aceitá-lo. E os que se recusam a esta degradação tornam-se: infratores perante a Lei, pecadores perante a Igreja, impotentes perante a sociedade.
    Além, é claro, do ridículo e lamentável: “felizes para sempre!” – algo que seria totalmente insuportável para os padrões da mente humana. Só um débil mental suportaria ser feliz para sempre.
    Fora de toda essa miséria, a única saída legitimamente humana é a traição.
    Para encurtar a prosa, seguem abaixo alguns pensamentos de grandes mentes sobre o casamento:
    1)“O casamento é uma instituição antinatural, egoística, hipócrita, profundamente imoral, soberanamente estúpida”. (Júlio Ribeiro – Romancista)
    2)“Só o cinismo redime um casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata.” (Nelson Rodrigues)
    3)“O casamento é a legitimação perante a sociedade do amor entre dois egoísmos.” (Reich)
    4)“O casamento é a instituição da hipocrisia e do egoísmo sob a forma da lei.” (Rousseau)
    5)“Não podendo suportar o amor, a Igreja quis ao menos desinfetá-lo, e então fez o casamento.” (Voltaire)
    6)“O casamento é a única aventura ao alcance dos covardes.” (Voltaire)
    7)“O casamento é uma tragédia em dois atos: civil e religioso.” (Voltaire)
    8)“O ideal no casamento é que a mulher seja cega e o homem surdo.” (Sócrates)
    9)“O casamento é o fim do romance e o começo da história.” (Oscar Wilde)
    10)“O casamento nada mais é do que uma oportunidade de adultério.” (William Shakespeare)
    11)“O casamento é como enfiar a mão num saco de serpentes na esperança de apanhar uma enguia.” (Leonardo da Vinci)
    12)“O fardo do casamento é tão pesado que precisam dois para carregá-lo; às vezes três.” (Alexandre Dumas)
    13)“A única coisa que separa um homem encantador de uma mulher encantadora é serem casados um com o outro.” (Gaston Caillavet)
    14)“Casamento: uma comunidade que consiste de um homem, uma mulher e uma amante, num total de duas pessoas.” (Ambrose Bierce)

  • Andrea Aragao:

    Tenho minhas ressalvas em relação ao defendido. Concordo plenamente que num relacionamento a honestidade deve prevalecer, pois é opção de cada um estar ali, mas no nosso ocidente não é tão fácil pensar assim… mesmo que a nossa espécie seja polígama por natureza e isso não é ruim e nem bom, é apenas uma constatação.
    Mas, infelizmente fomos educados pra pensar que temos posse sobre o outro quando nos relacionamos com este outro: “Meu” filho, “minha”mulher, “meu” ficante… e por aí vai.
    O corpo pede uma coisa, mas o mapa mental diz outra… complicado…

  • Safira Cris:

    Nossa achei que ninguém, nunca nesse planeta, iria me entender, caramba! Já passei dias pecaminosos me punindo por causa do pensamento de outros, de ”isso é errado, é um pecado hediondo, é o fim do mundo, isso não pode existir, e um etc… de milhões de coisas”, por causa disso até já cogitei em viver sozinha pela falta de compreensão humana. Mas espero de coração que no futuro todos entendam que isso é uma necessidade humana, e não um mal humano, que se baseia em nossos instintos, e que um dia comecem a compreender e respeitar, acredito que se você é inteiramente sincero com seu parceiro, mesmo que haja brigas, mas no fim haja compreensão, você pode manter uma relacionamento saudável, creio também que relacionamentos com base em mentiras, não é saudável, mas quanto isso acontecer tem que existir uma certa compreensão e liberdade de ambos os lados para que o relacionamento não acabe afundando na merda!

  • neutrino:

    Mas um casal também pode decidir viver junto com o casamento formal ou não e a principal questão que deve ser colocado é a fidelidade, porque também se casamos e todo dia o sujeito ficar preocupado com o que o outro anda fazendo não há cristão que aguente… melhor ficar sozinho.

  • Ricardo camillo:

    concordo com a parte em que se fala sobre perdoar, mas depende do grau da situação se por acaso a traição foi com algum desafeto do outro torna-se praticamente impossível, quanto ao conjugue não se sentir satisfeito com o parceiro e precisar de outro para se satisfazer não concordo acho que esta pessoa deveria procurar ajuda psicológica, ou até medica cair no erro é uma coisa continuar e exigir que o outro seja conivente com isso e ridículo, não passa de desejo desenfreado, a casos em que ate pode acontecer mas os dois tem que estar de comum acordo sem pressões, mas já digo não sei de casos em que dure uma relação assim.

  • HugoGuimaraes:

    Gosto de textos que oferecem um ponto de vista contrário ao da opinião das massas ou da ideologia vigente. Concordo com a sua opinião e gostei do texto também!
    Penso que independente de base teórica, rigor científico ou qualquer coisa do tipo (ainda que eu entenda que esse é um site científico e que geralmente requer esses fatores), o texto é bem válido por proporcionar uma reflexão bem legal sobre o fundamento do nosso sistema de crenças relacionados a esse assunto ou mesmo da nossa visão de mundo, e se estes fazem sentido de fato ou não.
    Eu acredito que a traição geralmente é tão condenada e leva a tantos fins de relacionamento por conta de projeção. O homem projeta na mulher (usando só como exemplo, mas a situação inversa também dá no mesmo) características que a ele geralmente são opostas (e não reconhecidas como pertencentes a ele) e com isso considera (conscientemente ou não) a mulher como o oposto que o completa, ou seja, a outra parte ou extensão dele. Nesse caso, quando a mulher trai é como se essa parte do homem tivesse traído ele. Ele não reage ao fato da mulher em si ter traído ele, ele reage porque percebe a situação como se sua própria parte (projetada na mulher) tivesse o traído, o deixando novamente pela metade, daí vem a dor e a mágoa.
    Acho que o que as pessoas precisam é de uma postura mais fenomenológica nas relações amorosas hahahaha :P. Assim vão passar a se relacionarem com as pessoas tal como elas são de fato, e não com suas representações e projeções de aspectos inconscientes e não reconhecidos.
    Ao mesmo tempo, acho que uma postura assim requer um certo trabalho interior prévio, de auto-conhecimento, pra que a pessoa esteja devidamente enraizada em si mesma a ponto de permitir aos outros com quem ela se relaciona a total liberdade, e isso vai levar a relacionamentos amorosos aonde as pessoas não estão juntas por medo, por comprometimento a certas “regras”, por obediências, por juízo de valor, etc. Mas sim juntas por amor, livremente juntas. Sem a menor intenção de prender ninguém, nem de criar regras e prerrequisitos pro outro obedecer. Pela crescente aniquilação da liberdade que o casamento passou a ser visto de forma negativa, afinal de contas virou literalmente um contrato, em algum dos casos. Cheios de regras e condições que ao meu ver não são saudáveis para um relacionamento. Não adianta, no fim das contas o ser humano sempre vai se rebelar à qualquer experiência que o restrinja ou o prenda.

  • Edson Fernandes:

    Concordo plenamente com o texto acima,não acho que é preciso ser fiel pelo resta da vida para fazer valer o juramento de amor eterno,pessoas livres são mais felizes,então porque eu ficaria privando minha companheira de felicidade…
    hoje em dia não é mais como a 50 anos atras,onde não tinha nada que influênciasse no relacionamento,hoje os direitos são iguais,as mulheres não vivem mais em razão dos maridos,tem suas próprias idéias e convicções,acreditam em seus ideais e lutam por isso.
    Amar não é querer que a pessoa seja sua por completo,pois você nunca ira completar totalmente alguém,pois cada pessoa tem uma característica,ninguém é igual…
    maridos que tem mulheres lindas desejadas por muitos homens,se separam para viver com outro homem…
    mulheres que se casam com milhonários que dão tudo a elas são trocados por um pobre ou por outra mulher.
    A verdade é que ninguém é de ninguém

  • Filiphe Zucchi:

    Não sou de responder nada por aqui mas concordo com o texto.

    Não é necessário nenhum dado cientifico para saber o que está no texto. É necessário apenas experiencia e/ou maturidade.

    Acredito que muitos devem ter passado por isso ou conhecer uma história assim de alguém.

  • Gambit:

    Existe embasamento científico na afirmação da Rosangêla, está no livro de Richard Dawkins “O Gene Egoísta”, por favor pesquise.
    Abraços
    Sérgio

  • Paul:

    Rosangela! Aouero te dizer que o seu texto é maravilhoso! Exige muita maturidade para escrever assim, e colocar as coisas de forma nua e crua. Sexo é “comoditie”. Tem preço e você pode contratar com delivery. Mas as pessoas fazem questão de colocar isto num pedestal que não cabe.

    Sexo tem preço, está nos classificados. Confiança, amizade, abraço, beijo na testa, compartilhar, cooperar, ver o outro feliz, provocar felicidade, rir, presentes, dar susto, etc. etc, é que nem a ótima propaganda do Cartão MasterCard – NÃO TEM PREÇO!!!

    Um grande sábio amigo meu diz – as três melhores coisas da vida são, 3- fazer sexo sem amor. 2- fazer sexo com amor. 1- sorvete de côco. Ou seja, ao comer e deliciar o sorvete, você está se amando a si próprio, o que é mais importante e o melhor de tudo. Bom não é?

    Pensando assim como você pensa, e eu também, surge entre as duas pessoas o que se chama CUMPLICIDADE. Ponto, e aí não tem prá mais ninguém!

    Outra, aprendi que existe algo de estética, de beleza divina, numa mulher. Se Deus fez tudo que se atribui a ele, a divindade já se justifica por ter feito a mulher! Então porque não admirar junto com a sua companheira a beleza de outra mulher? E Vice versa? Aliás, companheiro e companheira, não são também palavras divinas?

    Parabéns, você mandou muito bem e os que falam mal da sua matéria ainda não viveram o suficiente para entender o que você escreveu. Isto se um dia a inteligência deles deixar….

  • José Santana:

    O que somos hoje é uma herança maldita do passado, e isso é bíblico. Em Exodo 20 Deus disse: não ame outro Deus, pois sou ciumento. O machismo vem de milhares de anos, e o casamento é a maior frude do falso moralismo. O sexo nada mais é do que atender uma necessidade orgânica. E em consequência disso é que segue de geração em geração. Precisamos ser mais realistas, e sem demodogias, encarar o Mundo de forma pacifica, ordeira e armonica.

  • D:

    Coerente o texto.
    Amor não é sexo. Paixão (que desperta o tal do ciúme) não é amor. Amor é querer o bem do outro e mais nada.
    Estamos caminhando para esse entendimento, embora lentamente, graças aos ranços da cultura abraamica e patriarcal na mente das pessoas, que repetem memes, como a cultura do “chifre”, do “corno”, sem refletir a miséria afetiva, o fingimento, que se perpetua com essas bobagens.

  • Thiago Castilho:

    Belo texto, minha querida. Um retrato da realidade. Alguns pobres críticos sem autonomia intelectual pensam que devemos aspear cada linha que escrevemos, afinal, quem somos nós para observar, experimentar, comparar e concluir cientificamente? Mas toda reflexão tomada a uma referencia alheia não foi fruto de uma opinião (ou constatação científica, se preferir, Rafael) de outra pessoa? Seja como for, seu texto “insiste no amor”, algo que não é diferente da fé, ou do inconsciente. Inventar para imortalizar (Sorrindo como um viking) Um beijo do amigo.

  • Pedro Molina:

    Esse texto me fez lembrar a música “Medo da Chuva”, do Raul Seixas, que acredito que aborda exatamente este tema também, principalmente nos trechos a seguir:

    “É pena que você pense
    Que eu sou seu escravo
    Dizendo que eu sou seu marido
    E não posso partir

    Como as pedras imóveis na praia
    Eu fico ao seu lado sem saber
    Dos amores que a vida me trouxe
    E eu não pude viver”

    (…)”Eu não posso entender
    Tanta gente aceitando a mentira
    De que os sonhos desfazem aquilo
    Que o padre falou

    Porque quando eu jurei meu amor
    Eu traí a mim mesmo, hoje eu sei
    Que ninguém nesse mundo
    É feliz tendo amado uma vez…
    Uma vez”

  • Luciano Garcia:

    Deixa eu ver se entendi. Se eu amo de verdade uma pessoa, tenho que aceitar de boa se ela me colocar chifres. É isso? ‘-‘

    • wagner.dtr:

      Depende do que você considera como chifre! Se formos analisar do ponto de vista da natureza, o ser humano é um dos piores animais no que se refere a fidelidade natural. A fidelidade humana tem mais a ver com uma imposição social-religiosa do que algo relacionado à natureza humana. A traição de fato, ocorre no cérebro, no ato de pensar e o que vier depois, será apenas a consumação do ato. Até onde chega meus conhecimentos, na natureza, fidelidade de fato só é encontrada em algumas espécies de peixes e aves e, em mamíferos, que eu saiba, só um pequeno roedor. Ou seja, um rato é mais fiel á sua parceira que um ser humano. E quanto aos outros primatas? Rá, são todos traidores de marca maior! Tanto macho quanto fêmesas. Então, que jogue a primeria pedra aquele(a) que, possuindo uma parceira(o) nunca olhou para outra pessoa e não deu um pequeno “escorregão” nas idéias, mesmo que não tenha sido muito proposital!

    • José Santana:

      Olha Sr.Luciano.
      Amor de verdade não existe, ele acontece. E o que acontece não é garantia de durabilidade. Só existe o que físico, o que não é físico simplesmente acontece. Exemplo. O medo não existe, mas acontece. O frio não existe,mas acontece. A noite não existe, mas acontece. E assim é tudo na vida.

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