As impressionantes possibilidades de usar a mente insconsciente com a tecnologia

Por , em 31.03.2016

Nossos cérebros são coisas maravilhosas, capazes de armazenar tanta informação quanto a internet inteira e orientam tudo o que fazemos, pensamos e dizemos. Mesmo assim, podemos não perceber o quão poderosa é a parte inconsciente do cérebro – a área que lida com ações e outros dados neurológicos em que nós nem sequer pensamos.

Você diz conscientemente ao seu cérebro que ele pule de palavra em palavra nesta frase? Claro que não, e essa é a beleza do cérebro inconsciente em ação. Em um artigo para o portal BBC Future, o jornalista científico Chris Baraniuk explora a ciência do cérebro inconsciente e o quanto nós contamos com ele.

Ao que tudo indica, pode haver formas de aproveitar ainda mais seu enorme poder.

Antes de mais nada, veja o vídeo abaixo e preste atenção ao exercício de empilhar copos:

Campeões de empilhamento de copos (sim, eles realmente existem) executam seus movimentos quase automaticamente, depois de ter interiorizado todas as ações necessárias. No vídeo, é possível ver que as varreduras do cérebro do empilhador de 10 anos de idade, Austin Naber, mostram que seu cérebro mal acende durante a rotina, enquanto que, para você ou eu, ele estaria trabalhando exaustivamente.

Este mesmo tipo de processamento inconsciente entra em jogo quando estamos no campo de futebol, tentando completar uma conta muito longa, decidindo sobre nossos pontos de vista políticos ou mesmo descobrindo o quão atraídos somos por outra pessoa.

O papel do inconsciente

“Há um debate no campo sobre se a consciência tem realmente eficácia”, conta o neurocientista americano David Eagleman, que aparece no vídeo competindo com o garoto e recentemente completou uma série de documentários sobre a influência da mente inconsciente.

Eagleman acha que as operações inconscientes do cérebro são mais importantes do que a ciência muitas vezes acredita. Se pudermos entender mais sobre como nossas mentes estão trabalhando além do universo daquilo em que pensamos conscientemente, poderíamos tratar melhor a dependência e melhorar o desempenho, por exemplo.

A nossa mente inconsciente entra em ação muito mais vezes do que imaginamos: a nossa reação instantânea a sinais de trânsito, os movimentos de esportistas de alto desempenho e as pistas verbais utilizadas pelos publicitários em suas campanhas de marketing, por exemplo.

Nós muitas vezes reagimos a uma certa imagem ou uma determinada palavra em um nível mais profundo, sem ter que envolver as partes conscientes do nosso cérebro. É desse tipo de “poder” que Eagleman fala em sua pesquisa. Seu estudo ainda está numa fase inicial, não foi publicado, mas se dispõe a descobrir mais sobre o que se passa abaixo da superfície de nossas mentes.

“O você consciente, que é a parte que ‘volta à vida’ quando você acorda de manhã, é a menor parte do que está acontecendo na sua cabeça”, explica Eagleman. “É como um armário de vassouras na mansão do cérebro”.

Outra área de interesse de Eagleman é descobrir se os seres humanos podem dominar novos sentidos. Atualmente, podemos perceber menos de dez trilionésimos de todas as ondas de luz. “A nossa experiência da realidade é limitada pela nossa biologia”, diz em sua palestra no TED.

Sua pesquisa sobre processos cerebrais sugere que poderíamos desenvolver novas interfaces para absorver informação que nossos corpos geralmente não absorveriam. Confira sua palestra no TED (para ativar a legenda em português, basta clicar no ícone de engrenagem na parte inferior direita e, em seguida, em “Subtitles/CC”): [Science Alert, BBC, TED]

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