Nova arma não letal lança raio agonizante que dispersa multidões a grandes distâncias

Por , em 19.05.2013

“Você pode até acreditar que é capaz de resistir. Seu corpo discorda veementemente”, descreve o repórter Spencer Ackerman, da revista Wired, que participou de uma demonstração da arma Active Denial (algo como “Negação Ativa”), uma arma não letal desenvolvida pelo exército dos Estados Unidos.

“Em um segundo, meus ombros e meu tórax estavam na temperatura de um outdoor colocado em um campo de Virgínia no começo da primavera”, continua Ackerman. “A sensação faz com que seus nervos tomem conta de sua débil consciência, então não era como se eu tivesse pensado que sair da frente do raio era uma boa ideia, eu fiz o que meu corpo me disse para fazer” – e o que os desenvolvedores da arma esperam que multidões façam, se ela for colocada em uso.

Fruto de décadas de pesquisa, a Active Denial é capaz de soltar um raio de micro-ondas com 2m de diâmetro e atingir alvos a centenas de metros. Os efeitos são paradoxais: mesmo sem provocar qualquer tipo de queimadura (pelo menos na imensa maioria dos casos), o raio pode causar uma dor insuportável, como se você estivesse dentro de um forno em alta temperatura.

Perigo de abuso

Desde o final dos anos 1990, mais de 11 mil voluntários participaram de testes da Active Denial e, de acordo com dados divulgados pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, houve apenas oito casos de queimaduras, dos quais apenas dois precisaram de cuidados médicos – se esses dados forem precisos, o número de casos é pequeno (menos de 1 em mil) comparado com o de outras armas não letais, como o taser (cerca de 3 em mil).

A princípio, uma série de testes, feitos por diversos laboratórios, mostrou que a Active Denial “apenas” causa dor, sem interferir em implantes metálicos ou marcapassos, nem elevar o risco de câncer.

Essa propriedade, usada por seus defensores para mostrar que o aparelho seria menos perigoso do que armas similares, é justamente um dos riscos apontados por quem se opõe ao uso da Active Denial: a arma pode ser usada de forma abusiva, pra torturas, sem deixar marcas ou ferimentos como evidência.

Além disso, os críticos apontam que, como ocorre com tasers e balas de borracha, há o risco de usarem a Active Denial levianamente, ao invés de tentar resolver conflitos de modo pacífico e deixar armas não letais como último recurso.

Mesmo sem ter chegado a ser usada “no mundo real”, a Active Denial é, desde o primeiro protótipo, uma arma polêmica, e não se sabe se seu uso será permitido mesmo em situações de conflito intenso.[New Scientist]

7 comentários

  • Dom:

    bom claro q da pra resistir ,mas vc iria virar um bolo de carne ,eu correria antes de ligar o raio não pela dor mas pq ñ ia querer fritrar

  • Jhonata Ferreira:

    Creio que em um conflito real em que a multidão enfurecida sabe que os militares irão testar a nova arma nao letal neles, creio que os manifestantes vao deixar o motivo do protesto de lado e irao continuar só para descobrirem se a arma funciona mesmo. E no lado oposto ao conflito, os militares, os mesmos ficaram ansiosos para testar a nova arma nos manifestantes. Iria comparar o ser humano como um animal, mas seria uma ofensa para os animais ja que os animais em si sao muito mais civilizados.

  • Matianelus:

    Assim como as grandes corporações de telefonia celular que usa as microondas, estão defendendo sua mina de dinheiro dizendo que as microondas são inofensivas. Mas se fossem mesmo inofensivas então por que a Organização Mundial da Saúde já fez vários alertas? (entenda melhor a polêmica: http://oglobo.globo.com/saude/oms-chama-atencao-para-relacao-entre-uso-de-celulares-o-desenvolvimento-de-cancer-2762812) Ademais, são crescentes os casos de câncer de cabeça, ouvido e boca entre os usuários assíduos de celular e fornos microondas. Arrisque-se e sacrifique-se quem quiser!

  • Falcone Big:

    Sou só eu que acha que, se uma arma dessa vier pro Brasil alguns corintianos serão assados?

  • Leonardo Candido:

    Essa daí não é Ray Gun do Jogo Call of Duty,no Modo zombies?

    • Miqueias Ribeiro:

      Pensei a mesma coisa hahaha

    • Jhonata Ferreira:

      A ideia é parecida.

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