Nova definição médica: vício agora é doença

Por , em 17.08.2011

Recentemente, especialistas criaram uma nova definição de vício: agora, o vício é uma desordem cerebral crônica e não simplesmente um problema de comportamento que pode envolver álcool, drogas, jogos de azar ou sexo.

A Sociedade Americana de Medicina do Vício (ASAM, na sigla em inglês) acaba de lançar esta nova definição após um processo de quatro anos envolvendo mais de 80 especialistas.

“Na sua essência, o vício não é apenas um problema social, ou moral ou criminal. É um problema cerebral cujos comportamentos se manifestam em todas essas outras áreas”, explica o Dr. Michael Miller.

A nova definição também descreve o vício como uma doença primária, o que significa que não é o resultado de outras causas, como problemas emocionais ou psiquiátricos. E, como doenças cardiovasculares e diabetes, o vício é reconhecido como uma doença crônica, e portanto deve ser tratado, gerenciado e monitorado ao longo da vida de uma pessoa.

Duas décadas de avanços na neurociência convenceram os especialistas de que o vício deve ser redefinido, baseado no que acontece no cérebro do viciado.

Por exemplo, pesquisas mostraram que o vício afeta os circuitos de recompensa do cérebro, de tal forma que as memórias de experiências anteriores com comida, sexo, álcool e outras drogas ativam o desejo e mais comportamentos de dependência.

Circuitos do cérebro que governam o controle do impulso e o julgamento também são alterados nos cérebros de viciados, o que resulta na busca sem sentido de “recompensas”, como o álcool e outras drogas.

Um longo debate discute se os viciados têm ou não uma escolha sobre os seus comportamentos. “A doença cria distorções no pensamento, sentimentos e percepções, que levam as pessoas a se comportar de maneiras que não são compreensíveis para os outros ao seu redor”, disse o médico Raju Hajela. “Simplesmente, o vício não é uma escolha. Comportamentos de dependência são uma manifestação da doença, não uma causa”, conclui.

Mesmo assim, Hajela e outros especialistas apontam que a escolha tem um papel e é importante na hora de obter ajuda.

Como não existe uma pílula que pode curar a dependência, a escolha de recuperação dos comportamentos insalubres é necessária. Esta “escolha de recuperação” é semelhante a pessoas com doenças cardíacas que não escolheram as causas genéticas de seus problemas de coração, mas optam por comer mais saudável, ou começar a se exercitar, além de intervenções médicas ou cirúrgicas.

“Temos que parar de moralizar, culpar, controlar a pessoa com a doença do vício, e começar a criar oportunidades para os indivíduos e as famílias obterem ajuda e assistência na escolha de tratamento adequado”, finaliza Miller.[LiveScience]

22 comentários

  • Shilik@:

    Como umbandista esta tese é errada. Todos vícios e desejos estão ligados à pessoa ou seja; ao nosso espírito, sejam aqueles vícios dos prazeres da carne, dos prazeres da droga, dos prazeres dos jogos em fim. Quem determina tudo isso é o seu “EU” e, principalmente quando você é tido como espírito fraco, fatalmente irá se deixar influenciar através dos seus pensamentos. E quando você é atacado e nem percebe chamamos de perturbação. Agora, atribuir os vícios como uma desordem cerebral crônica não é mole…..

  • Roberto:

    Para a medicina sim, mas precisamos entender que para a psicologia e direito não. Ou seja, continuamos e devemos sim responder pelas consequencias de nossos atos. Até porque, se for diferente vai virar bagunça.

  • Rafael:

    Eu já usei drogas durante um período curto da minha vida, uma coisa que pude perceber é que você é fortemente levado pelo desejo de mais uma dose, quem nunca usou nunca vai saber do que estou falando… tentando comparar, a sensação é como estivesse com fome há vários dias e você não tem como comer naquele momento. Então você fica irritado, só pensa no “alimento” etc….
    Outra coisa é não sentir mais os sentimentos de empatia, amor e o respeito por familiares e amigos… a droga mexe de mais com a mente e o corpo.

    Eu como ex-viciado tenho a seguinte definição para o vício. A tendência à prática inicial é problema social (ou pessoal), ao continuar praticando manifesta-se uma doença.

  • Mario:

    a homossexualia entra ai.

  • Aline.:

    ….no coração…sofrer*

  • Aline.:

    Doentes NÃO…absurdo sim!Quem comete o erro sabendo q o erro é o mais certo ponto de vista,sabe q sua ausencia podera ser notada em um tempo mais precoce.Cometer erros como usar drogas pode ser uma “fase de sua vida”,matar,roubar,estuprar,cometer suicídio,tirar de quem não tem,pedófilia…isso sim é doença!Doença de pessoas sem moral q estão a solta nas ruas e fazendo cada vez mais o ser humano q tem bondade no coração!Vício ainda tem cura….e essas outras coisas,são realmente comum???rsrsrsrsrsrs
    Pobre coitados…

    • Renan:

      senhorita todas as pessoas que sofrem algum vicio sempre sentiu uma estrema falta de algo que de forma errada preenchem com o vicio ou seja o ser já nase com um problema e ver como solução muitas vezes o vicio

  • Jeane:

    Agora, que constataram isso, não precisade muito para perceber que um viciado, é doente pois só isso explica o fato de um individuo praticarem coisas, que sabem que não são saudáveis (muitas vezes absurdas)

  • Aline.:

    Doença???Poderia ter outra denominação…mas doença,NÃO!
    Não me considero uma pessoa com uma doença…me considero uma pessoa fraca dos meus atos.Td bem,pra eles somos doentes de tanta doença…rsrsrsrsrsrs
    E eles o q são pra todos nós???E os governates,o q são para todos nós????E os falsos moralistas,o q são para todos nós???E os assassinos,o q são para todos nós????E o marido q se diz amar sua esposa e acaba batendo e matando sua mulher,o q são para todos nós???É uma quantidade absurda de outros questionamentos para ficarmos nesta bobagem de quem usa drogas é “um cara com uma doença”
    Coitados….

  • Roberto:

    Discordo frontalmente! São as indústrias e traficantes querendo tirar o deles da reta, é só isso. Pagar pelo vício alheio porque “consideram” uma doença sendo que já pagamos a falta de moral em Brasília, já pagamos a mudança de sexo transformista, tratamento de drogados e mais este custo, aonde vamos parar?

  • Eu:

    tinham de ser especialistas…

  • paulo:

    Bom,sendo o vicio considerado doença, nosso governo irá disponibilizar o tratamento no SUS. kkkkkkkkkkkkkkkk

  • Egon Hilario Musskopf:

    Espero que agora, sendo reconhecido o vício como doença – o que todos que têm já “sentiam”, os governos proíbam os bingos e cassinos, pois a compulsão é incontrolável só pela vontade da vítima. E tratar da saúde pública custa mais caro para os governos. É melhor cortar o mal pela raiz, ainda mais que também já se sabe – todos mundo sabe! – que os jogos que mesmo sendo clandestinos, desafiam e debocham das leis e das autoridades, são antros de roubos, de lavagem de dinheiro, de destruição das famílias e da legitimação do crime organizado.

  • Shappaaa:

    Fui/sou um viciado.
    Não há tratamento fácil, não há roteiro, não há só desleixo, não é só questão de vontade.
    A ciência tem MUITO que avançar nesse aspecto.

  • Ladislau Neto:

    Ser humano é doente. Só digo isso e deixo um abraço pros que pensam que não são viciados em nada.

  • Andreneida:

    só agora!!!!!!!!!!

  • Matreiro:

    Se houvesse uma pílula que pudesse curar a dependência, viciaríamos nela.

  • Bovidino:

    Eu pensei que ser viciado era normal..normal..normal..normal..

  • Leocádio Celso Gonçalves:

    Estas descobertas constituem mais um golpe, um duro golpe, no mito do livre arbítrio. Sempre foi difícil para o homem admitir que não possui livre arbítrio, que não é dono de seu comportamento, que não age, realmente, como deseja. Fizemos tudo, sempre, para para manter vivo este mito, e ainda fazemos, se olharmos com atenção para toda a produção midiática e literária à nossa volta. A produção científica no entanto, na contramão da ilusão e de bem com a realidade, por mais dura que esta seja, vai aos poucos, dando golpes cada vez mais severos e contudentes no mito do livre arbítrio. Livre arbítrio, sonho dourado da humanidade, o temos sim, mas é bem menor do que sempre sonhamos que fosse … o temos para escolher entre um modelo de roupa ou outro, uma cor de carro ou outra, passar as férias aqui ou ali … e um dia, ainda, veremos que esta é mais uma ilusão. Mas coloquemos as coisas no seu devido lugar, ilusão é sonho, e neste sentido, precisamos dela, precisamos sonhar porque é o sonho que nos mobiliza no presente para construirmos nosso futuro e nosso passado futuro. Os crentes do livro arbítrio são convidados, diariamente, pelos pesquisadores que também têm suas ilusões e sonhos, a fazer incursões no mundo real … e assim avança a humanidade!

  • Pensador®:

    Eu sempre soube disto. E vocês?

    • Elcio R S:

      É, eu tambem…Natasha descobriu a pólvora ! Eureca!

    • Renato Bueno:

      Não meu pequeno gafanhoto negro, ela já sabia, quem descobriu foi a ASAM…

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