Nova vacina contra o Zika se mostra eficiente em testes com ratos e macacos

Por , em 2.02.2017

Uma nova vacina contra o vírus Zika foi testada com sucesso em ratos e macacos, oferecendo imunidade aos animais.

Ela é baseada no vírus inativado, e apenas uma dose baixa é necessária para fazer efeito.

“A diferença crítica entre essa vacina e a de todo mundo é que não possui vírus vivo. Isso a torna muito mais segura e fácil de produzir”, disse Drew Weissman, da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, um membro da equipe que desenvolveu a imunização.

Um artigo com os resultados dos testes foi publicado na revista Nature.

Problema grave

Um ano depois de ser declarado uma emergência de saúde internacional, o vírus Zika ainda é uma ameaça, com a Organização Mundial de Saúde informando casos em 70 países nas Américas, África, Ásia e Pacífico Ocidental até agora.

O vírus pode causar microcefalia e danos cerebrais em bebês cujas mães foram infectadas durante a gravidez.

Existem dezenas de vacinas sendo testadas e estudadas, mas todas as outras candidatas exigem duas doses para a imunização, o que pode ser mais difícil de administrar. A ausência da segunda dose reduz o nível de proteção.

Melhor candidata

A nova vacina é mais potente que as demais candidatas, e foi eficaz em ratos e macacos, oferecendo imunidade ao Zika, com um vigésimo da dose necessária para outras vacinas.

Nos testes, a equipe do estudo descobriu que os ratos que receberam a vacina estavam imunes duas semanas e cinco meses após a dose.

Cinco macacos também receberam uma única injeção, o que conferiu proteção a quatro deles por pelo menos cinco semanas depois. O quinto macaco tinha uma pequena quantidade do vírus presente, possivelmente porque recebeu uma dose muito alta.

“A vacina funcionou tão bem nos macacos quanto nos ratos, o que nos faz pensar que também vai funcionar em pessoas”, afirmou Weissman. Ele espera iniciar ensaios clínicos em seres humanos dentro de 18 meses.

Tateando no escuro

Mesmo sem um novo grande surto, o perigo representado pelo Zika permanece até que o vírus seja contido.

Além disso, ainda estamos tentamos compreender completamente as suas consequências.

“Nós não sabemos exatamente quais são as suas complicações a longo prazo. Conhecemos as principais anomalias, como a microcefalia, mas não sabemos sobre os efeitos menores que podem acontecer nos próximos anos em infectados”, explica Herve Zeller, do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças em Solna, na Suécia.

Zika também pode interagir com outros vírus relacionados, como o da dengue, o que poderia aumentar as taxas dessas doenças.

A esperança é de que a corrida para documentar a segurança e eficácia de vacinas leve o mais rapidamente possível a distribuição da melhor candidata. [NewScientist]

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